O ano do Fluminense parecia ser promissor. Com um elenco melhor do que anos anteriores, pelo menos no papel, a ideia era dar total confiança ao trabalho de Roger Machado, contar com a experiência de atletas veteranos e deixar a base brilhar. Não foi isso que aconteceu.

Na final do Campeonato Carioca, contra o rival Flamengo, o Fluminense pouco ameaçou o time que terminaria campeão na ocasião. A análise dos jogadores e diretoria? Cabeça erguida! Início de trabalho, peças se conhecendo, testes priorizados e vida que segue.

Com o avanço da temporada, o Flu conseguiu fazer bons jogos na Libertadores ainda sob o comando do ex-treinador e chegou nas quarta-de-final, contra o Barcelona de Guayaquil. Os resultados de 2 a 2 em casa e 1 a 1 fora sacramentaram mais uma eliminação. Outra vez a frase que predominou nas Laranjeiras foi “cabeça erguida!”.

Mais recentemente, também na fase de quartas da Copa do Brasil e agora com o comando de Marcão, o Fluminense mostrou pouco, ou nenhum, poder de fogo e foi novamente eliminado, dessa vez para o muito superior time do Atlético-MG. O discurso é o de sempre: cabeça erguida.

Palavras bonitas, futebol feio

Perder faz parte do jogo. Embora as críticas sejam muitas, principalmente no ano de 2021 do Fluminense, é preciso lembrar que do outro lado há um adversário. O que é difícil de engolir é a falta daquilo que fez o Tricolor das Laranjeiras ser conhecido como “Time de Guerreiros”: a coragem, vontade e aquele “a mais”.

Quero deixar claro que sou fã de futebol. Tem que jogar bola para vencer jogos e campeonatos. Sempre detestei discursos como “saber sofrer” e “regulamento debaixo do braço”. Mas quando se é limitado e está enfrentando um time de mais investimento, melhores jogadores e ótimo futebol, não ter nem sequer brio é desanimador.

O Fluminense em momento algum parecia que venceria o Flamengo, Barcelona de Guayaquil e Atlético-MG. O que essas partidas têm em comum, além dos resultados negativos? A tal da “cabeça erguida”.

Foto: Divulgação/Pedro Souza
Foto: Divulgação/Pedro Souza

O que esperar daqui para frente?

Complicado prever. Sendo bem sincero, o futebol (ou a falta dele) do Fluminense não nos dá esperança alguma. O único motivo para se animar a buscar a vaga na Libertadores novamente é o famoso G-8. É muito time limitado no Brasileirão e o Flu só precisa ser “um dos menos” limitados.

Como? Com menos cabeça erguida e mais - muito mais - futebol.