Em jogo atrasado, válido pela quarta rodada do Brasileirão, o Flamengo ficou no empat no reencontro contra Athletico-PR nesta terça-feira (2). A equipe carioca chegou a abrir 2 a 0 ainda no primeiro tempo, com dois gols de Gabigol, mas acabou cedendo o empate na segunda etapa, com gols de Kayzer e Bissoli.

O atacante Renato Kayzer, do Athletico, se envolveu em uma polêmica ainda no primeiro tempo. Após desavença com Léo Pereira, o camisa 9 foi expulso de campo. Mas, após checagem do VAR, o árbitro cancelou a expulsão e aplicou apenas o cartão amarelo para o atacante.

Fala, Renato!

Renato Gaúcho, treinador do Flamengo, se mostrou muito indignado com a arbitragem, principalmente em relação ao VAR. Para ele, Kayzer deveria ter sido expulso.

“Se eu falar aqui da arbitragem tem duas coisas. Uma que eu não gosto de falar de arbitragem. Outra que as pessoas vão falar que é desculpa. Mas, hoje, a arbitragem passou dos limites. No lance do Kayzer, ele deveria ter sido expulso. Foi uma agressão por cima e por baixo. Tanto é que o juiz o expulsou na hora. E mais uma vez o VAR entrou em ação. Quando eu falo que o VAR apita o jogo, ninguém acredita. Aí tinha que fazer essa pergunta para o árbitro de vídeo. E ao mesmo tempo o do jogo. Mas eles não dão entrevistas. Eles vão embora. Na próxima rodada eles vão estar trabalhando de novo. Nós, que trabalhamos arduamente para buscar o resultado, somos os criticados", disse.

"A pergunta que eu gostaria de fazer para o Gaciba e para os árbitros: no próximo jogo meu jogador pode dar soco então? Vai poder agredir? Mas pode olhar no VAR, não sangrou, não quebrou os dentes do adversário. O que precisa fazer para ser expulso? Esta é a pergunta que precisa ser feita para a arbitragem. Essas perguntas têm que ser feitas para o Gaciba. Não é possível. Está aí o lance: agressão. Por muito menos o jogador tem que ser expulso. E o jogador que foi expulso e voltou foi o que fez o primeiro gol. E fica por isso mesmo. Chegamos ao ponto do VAR não deixar um jogador que agrediu ser expulso. Mas, amanhã, os entendidos vão falar que estou dando desculpa. E esses mesmos se amanhã ou depois um jogador meu agredir um adversário, por muito menos, forem expulsos, vão dizer que foi justamente”,  completou Renato.

O comandante seguiu reclamando da atuação da arbitragem, para ele, o lance não deveria nem ter ido para o VAR.

“O futebol brasileiro ou ele muda ou está acabando. Eu sempre fui a favor do VAR. O VAR é uma ferramenta que é impossível de você errar. Para você ver como as pessoas que estão trabalhando no VAR são incompetentes. Porque não é possível você ter todo lance, de todos os ângulos e conseguir errado. E não falo só do jogo do Flamengo. Ou se muda isso ou o árbitro vai continuar errando. Eu gostaria de saber do árbitro de vídeo hoje, se tiver uma agressão como essa, se ele não vai expulsar o jogador. Gostaria de saber isso. Já que chegamos ao ponto de termos agressões permitidas no futebol. O que eu vou fazer? Nadar contra a maré, dar soco em ponta de faca. Eu sou um treinador, eu tenho que treinar minha equipe. Mas está demais. Mas hoje foi demais. Sinceramente. Se eu visse esse lance em qualquer partida, eu nem teria que ir no VAR. Eu expulsaria na hora. E ele vai no VAR e volta atrás. Então, agora pode ter agressão no futebol. Se não quebrar e não sangrar nada, segue o jogo. Pelo menos foi o recado que mandaram hoje", protestou. 

Disputa pelo título

Renato Gaúcho também comentou sobre a disputa pelo título do Brasileirão junto ao Atlético-MG. Ele disse que o Flamengo “diminuiu mais um ponto” em relação ao líder, aspas que irritou parte da torcida Rubro-Negra. 

 ​​​“Enquanto houver chances o Flamengo vai brigar. De hoje para amanhã diminuímos mais um ponto para o Atlético. Amanhã o Atlético tem o jogo dele. Depois temos nossos jogos atrasados e ainda tem muita coisa para acontecer. Eu continuo acreditando muito no Brasileiro da mesma forma que o meu time está acreditando” ,  arantiu o comandante.

Everton Ribeiro, meio-campista da equipe, lamentou o mau segundo tempo feito pelo Flamengo e também questionou a decisão do árbitro em cancelar a expulsão de Kayzer, após análise do VAR.

“Acho que o segundo tempo foi muito abaixo. No início conseguimos controlar bem o jogo, fizemos os gols, mas paramos de jogar, ficamos nas bolas longas. Infelizmente quem fez o gol era para ter sido expulso. Isso mexeu com o jogo. Mas temos que olhar para nós, temos que melhorar. Dificultou um pouco lógico a briga pelo título, mas vamos brigar até o final”, , disse o camisa 7.

Fim do jejum de Gabigol

Com dois gols ainda no primeiro tempo, Gabigol colocou fim ao jejum de nove jogos sem balançar as redes com a camisa rubro-negra e alcançou a marca de 99 gols pelo clube.

Ao ser questionado sobre o jejum, o camisa 9 se mostrou muito tranquilo em relação a isso.

“Jejum não. Eu tive Jogos pela seleção onde eu pude fazer gol. Isso (jejum pelo Flamengo) não me abala, não tem problema nenhum. Com todo respeito, vocês falam de mim quando eu faço gol, quando eu não faço. Quando eu entro, Quando eu saio. É normal para mim, então, sem problema nenhum. O que eu tenho que fazer é trabalhar, continuar fazendo o que eu sempre fiz, sem desconfiança alguma. Eu sabia que isso (o gol) ia acontecer, porque é o que eu faço a vida toda: gol”, disse o atacante do Flamengo. 

O Flamengo está na terceira colocação do Brasileirão, com 50 pontos, nove atrás do líder Atlético-MG, que já jogou uma partida a mais. O Rubro-negro volta a campo na sexta-feira (5) diante do Atlético-GO, no Maracanã, às 21h30.