Como em uma cena repetida, Flamengo domina as ações na maior parte do jogo, cria oportunidades claras para abrir o placar, peca nas finalizações, em um erro de saída de bola do Flamengo, em que a linha defensiva desatenta sofre o contra-ataque a equipe goiana abre o placar.

Na segunda etapa as duas equipes buscaram bastante o gol, Flamengo teve bola na trave , duas chances com o Pedro, mas foi na cabeçada de Bruno Henrique em cobrança de escanteio que o Rubro-Negro empatou a partida.

Falando em números, o Flamengo foi muito superior à equipe do Atlético-GO, com 56% de posse de bola; 12 finalizações contra dez; dez escanteios contra quatro, cinco grandes chances perdidas contra duas do Atlético. Ou seja, os números de fato não refletem o jogo.

Por tudo o que foi vivido durante essas ultimas semanas, derrrota para o Fluminense, protesto da torcida no ninho, vitória sem convencer na libertadores, o time mostrou um grau de competitividade melhor que os outros jogos, em que se teve a impressão de que os jogadores estavam desinteressados.

O Flamengo foi a campo com: Hugo Souza; Willian Arão, David Luiz e Léo Pereira; Matheuzinho (Lázaro, 35'/2ºT), João Gomes, Andreas Pereira (Pedro, 35'/2ºT), Thiago Maia (Everton Ribeiro, 20'/2ºT) )e Bruno Henrique; Arrascaeta (Diego, 47'/2ºT) e Gabigol.

Durante a coletiva houve um momento constrangedor, o repórter ao analisar o esquema tatico do treinador recebeu uma resposta em que o treinador Paulo Sousa mostrou que a analise do jornalista estava errada.

Quando perguntado sobre xingamentos de torcedores presentes no estádio em Goiânia por causa do sistema tatico do Flamengo, Paulo Sousa questionou ao repórter qual seria essa formatação atual do clube.

O repórter respondeu: “Três zagueiros, dois alas e três volantes.”

Paulo Sousa: “Com bola ou sem bola?”

Repórter: “Os dois.”

Paulo Sousa: “Tá errado. Tem que ver bem mais e está errado o que você está dizendo. Porque defendemos com uma linha de quatro. Você viu isso ou viu linha de três?"

Repórter: “Vai alternando durante o jogo.”

“Alternando? Quando? Quando perdemos a posse de bola? Não, mantivemos a linha de três. É o momento de transição, estamos organizados para sermos ofensivos e defendemos em quatro. Quando entramos em organização defensiva, muitas das vezes temos uma linha de quatro com dois volantes, dois pontas e mais um ou dois, dependendo da estratégia da equipe.”

“É híbrido, dinâmico e procuramos aquilo que, no momento da construção, tenhamos maior largura, com maior superioridade de construção a ligar mais vezes no meio de campo adversário com essa mesma superioridade. Seja em profundidade, largura, tendo vários jogadores no corredor central em que tentamos ter superioridade numérica para tentar fazer a diferença entre superioridade que podemos encontrar no corredor central ou igualdade temporal, momentânea, no corredor lateral em que, no ataque, também temos que fazer diferenças.”

Sobre a escalação do goleiro Santos:

“O goleiro não chega, passa dois dias, e joga. É preciso uma interação, trabalho e conhecer as ideias de jogo, as linhas de passes, como defender a profundidade com a nossa linha alta. Hoje tivemos uma linha bem improvisada.”

“É um goleiro (Santos) que acreditamos bastante, que vai ter participação, tanto ele quanto o Hugo, não temos dúvidas. Hoje, mais uma vez, (Hugo) mostrou que está à altura deste Flamengo e, com certeza, vão nos ajudar.”

Na análise do empate Paulo Sousa comentou:

”Tivemos sobretudo um início da primeira parte, depois de termos a capacidade de manter a posse e empurrarmos o nosso adversário até o último terço. Tivemos mais capacidade de atacar mesmo com espaços curtos, que apenas no último passe não foi consequente em gols. Em termos defensivo, nos faltou na primeira parte, na segunda parte entramos bem melhor, sobretudo nossos volantes indo mais para frente, com uma interação muito boa dos extremos com os dois volantes.”

”Numa transição, uma precipitação nossa, acabou gerando um contra-ataque rápido, com um passe vertical, onde as linhas estavam distantes entre o time. Acabamos por perder a bola e dar a oportunidade para o adversário fazer o gol.”

Em relação ao posicionamento de Bruno Henrique:

”Quando o Bruno Henrique jogou por dentro falaram que deveria jogar mais por fora. Ele tem todos os movimentos de ponta. Tem alguma dificuldade de jogar entre as linhas, precisa de espaço, sobretudo espaço pela frente para poder correr, como assim o fez. Teve várias oportunidades de gol. Esteve muito bem, na minha interpretação.”

Gabigol na visão do treinador:

“Vejo um Gabi super comprometido com a equipe, trabalhando em todos os processos. Com certeza, com o tempo, todas essas bolas vão chegar com mais quantidade. Em alguns jogos, com mais quantidade, em outros, com menos. Mas, nossa equipe não pode depender só do Gabi.”

Flamengo volta à campo na próxima terça-feira (12), às 20h30 contra o Talleres, em jogo válido pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores.