Um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, Waldir Pereira era mais conhecido como Didi. Campeão da Copa do Mundo em 1958 e 1962, além do Pan-Americano de 1952, o meio-campista jogou em diversos clubes. Entre eles, estão: Americano, Madureira, Fluminense, Botafogo, São Paulo, Sporting Cristal (Peru), Veracruz (México) e Real Madrid (Espanha). Pelo Tricolor Carioca, o atleta marcou 95 gols em 297 jogos e conquistou o Mundial em 1952 e o Campeonato Carioca em 1951. 

Entre as décadas de 40 e 50, Didi foi um dos melhores meio-campistas que o futebol já viu. Um líder nato dentro de campo, ele se destacava por sua técnica na hora de chutar a bola fazendo com que suas cobranças de faltas fossem um pesadelo para os goleiros mediante tanto efeito que colocava. 

Graças ao jornalista Nelson Rodrigues, Waldir ficou conhecido como "Príncipe Etíope de Rancho”. Em uma de suas crônicas, o profissional de comunicação justificou o apelido: "Ele dá a impressão de que lhe pende do peito um manto de cetim com barra de arminho.” 

Fazendo história pelo Fluminense

No Fluminense, Didi jogou entre 1949 e 1956 após vestir a camisa do Madureira desde 1947. Grande responsável pela conquista do mundial de 1952 e 1951, Waldir Pereira foi o primeiro jogador a marcar um gol no Maracanã em 1950. Vestindo a camisa do clube das Laranjeiras, defendeu a Seleção Brasileira e disputou 3 edições da Copa do Mundo, sendo campeão em duas oportunidades.

Em entrevista à Rede Globo em 2000, Didi descreveu como chegou ao Rio de Janeiro e como foi o primeiro gol no templo do futebol. 

“Eu vim de contrapeso, vamos dizer assim. Porque o meu irmão que era o cobrão, meu irmão Dodô. Era um ponta-direita muito rápido, batia muito forte na bola. Então, o Madureira trouxe o Dodô, o goleiro e o marcador de ponta. E o meu irmão disse: não, se o Didi não for eu não vou. [...] Foi uma jogada normal, uma tabela que eu fiz com o Silas e ele acomodou bem a bola e eu entrei batendo. E a bola entrou mesmo no ângulo. Pela primeira vez no Maracanã aquele eco que parecia que o Maracanã vinha a baixo... Arrepiou mesmo. Aí que a gente se deu conta de como o Maracanã é grande e como estava superlotado”, disse Didi à Rede Globo em 2000.

Foto: Arquivo / Fluminense
Foto: Arquivo / Fluminense

Carreira internacional como jogador

Didi jogou por três times no exterior, no Real Madrid jogou junto com dois craques: Alfredo Di Stéfano e Ferenc Púskas. Porém, sua passagem foi muito rápida, foram quase duas temporadas e 19 gols marcados. No Peru, ficou uma temporada no Sporting Cristal onde jogou 15 partidas e marcou 60 gols. Já no México, foi ídolo do Veracruz quando em duas temporadas marcou 313 gols em 114 partidas.

No exterior, Didi ganhou dois títulos: uma Champions League e uma Copa Intercontinental em 1960 pelo Real Madrid.

Aposentadoria

Após encerrar a sua carreira em 1966 vestindo a camisa do São Paulo, Waldir Pereira dedicou-se à carreira como treinador. O brasileiro comandou diversos clubes pelo mundo, entre eles: Sporting Cristal (Peru), Seleção Peruana, River Plate (Argentina), Fenerbahçe (Turquia), Al-Ahli Saudi (Arábia Saudita), Alianza Lima (Peru), Bangu, Cruzeiro, Botafogo, São Paulo, Fortaleza e Fluminense.

Como treinador, classificou o Peru para a Copa do Mundo em 1970 após 40 anos sem disputar o torneio mundial e comandou o Fluminense na época da “Máquina Tricolor”. Sendo assim, conquistou o Campeonato Peruano em 1978 pelo Sporting Cristal, a Supercopa e o Campeonato Turco em 1975 pelo Fenerbahçe, o Campeonato Carioca em 1975 pelo Fluminense e o Campeonato Mineiro em 1977 pelo Cruzeiro.

Em 2001, Didi foi internado no Hospital Universitário Pedro Ernesto no Rio de Janeiro com dores na barriga. Sem saber que estava com câncer foi submetido a uma cirurgia para retirar parte vesícula e intestino. Em coma, a doença foi se alastrando pelo corpo e atingiu o fígado e o diafragma. Com isso, poucos dias depois da internação, não resistiu e veio a falecer devido às complicações provocadas pelo câncer.