Carrasco do Flamengo, Benedito de Assis da Silva foi atacante do Fluminense entre 1983 e 1987. Durante esse período com a camisa tricolor foram 55 gols em 179 jogos e diversos títulos conquistados, como: Campeonato Brasileiro (1984), Campeonato Carioca (1983, 1984 e 1985) e Taça Guanabara (1983 e 1985). Assis decidiu dois Campeonatos Cariocas seguidos pelo Fluminense diante do Flamengo em 1983 e 1984. Sem dúvidas, ele era o principal articulador, goleador e líder do Fluzão naquele período.

  • O "Casal 20" Tricolor

Com passagens pelo São José-SP, São Paulo, Internacional, Athletico-PR, Fluminense e entre outros, Assis começou a sua carreira no Francana-SP em 1978 onde se destacou no Campeonato Paulista daquele mesmo ano. Chegou ao São Paulo em 1980, onde conquistou o Campeonato Paulista, e no ano seguinte foi emprestado ao Internacional. Em 1982, fez dupla pela primeira vez com o Washington no Athletico-PR e conquistaram juntos o Campeonato Paranaense daquele mesmo ano. 

O time por qual teve maior destaque, sem dúvidas, foi o Fluminense. Tricampeão Carioca e campeão Brasileiro, Assis formou dupla novamente com o Washington e juntos ficaram conhecidos como o Casal “20” que fazia referência a uma série daquela época. 

"Eu fui para o Inter e o Washington estava fazendo testes, mas ele não foi aproveitado. Em 1982, nós voltamos a nos encontrar no Atlético Paranaense e lá vivemos um grande momento”, disse Assis.

Entretanto, Assis foi contratado de sopetão pelo clube carioca. O alvo do Fluminense era o Washington que foi ao Rio de Janeiro para fechar negócio como clube e foi acompanhado de Assis para tentar sondar alguma oportunidade no time das Laranjeiras. No aeroporto, foram recebidos com muita festa da torcida que apelava aos dirigentes do clube para que contratassem os dois. A torcida não queria apenas o Washington, os torcedores queriam o “Casal 20” juntos. Mal sabiam que Assis ficaria conhecido como “Carrasco” por marcar gols contra o Flamengo em duas finais. Este feito lhe rendeu apelidos e a música por qual o refrão é “Recordar é viver, Assis acabou com você".  

"Aquele gol não sai da minha memória. Foi emocionante, principalmente porque foi no final da partida e conquistamos o título", relembrou o gol marcado no final da partida em uma final diante do Flamengo em 1983.

Foto: Arquivo / Fluminense
Foto: Arquivo / Fluminense
  • Aposentadoria

Assis deixou o Fluminense em 1988 para jogar nos Estados Unidos, mas não conseguiu o visto. Retornou ao Brasil para jogar duas temporadas no Paysandu. Em 1991, encerrou a sua carreira jogando no Athletico-PR. Desde então, começou a atuar nos bastidores do futebol. Um dos cargos que o ex-jogador ocupou foi como coordenador das categorias de base do Fluminense. Em 2012, Assis tornou-se embaixador do clube das Laranjeiras.

Em 2014, aos 61 anos de idade, foi vítima de uma insuficiência renal e veio a falecer 42 dias após a morte do Washington, seu companheiro de ataque no Fluminense.

“Foi uma escolha dele (de manter a discrição sobre a doença). Meu pai era diabético há uns bons anos, mas era um nível de diabetes tranquilo, controlado. E ele conseguia ter a vida normal dele. Foi um baque para muitas pessoas. Meu pai era uma pessoa muito reservada. Ele sabia separar bem o público do pessoal. Foi uma decisão dele. Nós, família e amigos mais próximos, respeitamos”, disse Gustavo Stella, filho de Assis, ao site UOL.

Foto: Arquivo / Fluminense
Foto: Arquivo / Fluminense
  • Homenagem

Em 2015, Assis e Washington foram eternizados nas Laranjeiras. Através de uma doação coletiva, foi arrecadado dos torcedores cerca de 197 mil reais que permitiu a produção de um livro sobre a dupla, bustos em bronze dos atletas e muito mais para que a memória dos dois ídolos fossem eternizados na sede social do Fluminense.