Na noite deste domingo (28), o Palmeiras foi ao Mineirão e empatou em 1 a 1 com o Atlético-MG, em partida válida pela oitava rodada do Brasileirão, repleta de polêmicas de arbitragem.

Após o duelo, Anderson Barros, dirigente do Palmeiras, Abel Ferreira e o quarto árbitro Ronei Cândido Alves discutiram  no túnel de acesso ao gramado. O jornalista Pedro Spinelli, da Globo Minas, que filmava o ocorrido, teve seu celular tomado pelo treinador palmeirense, no local que é destinado para as entrevistas pós-jogo.

Segundo o Globo Esporte, Abel só devolve o aparelho ao perceber que estava sendo filmado por outro jornalista, da Rádio Itatiaia. O português ainda reclamou com os jornalistas dizendo 

"O futebol brasileiro está assim por vossa responsabilidade".

Após o acontecido, o comandante palestrino se desculpou em entrevista coletiva.

"Fazer um esclarecimento, uma vez que todo mundo aqui gosta de transformar um copo d'água em uma tempestade. Passou-se aqui uma discussão, uma confusão ali no túnel, entre nosso diretor esportivo e um dos assistentes da arbitragem. E tinha ali, não sei se repórteres, a filmarem tudo. Eu peço desculpas se me excedi. São coisas do futebol, isso é muito nosso, mas infelizmente hoje todos têm câmeras. Peço desculpas se me excedi. Há coisas que a imprensa não tem que saber. Mas antes que vire uma tempestade, são coisas que se passam, então essa introdução, esclarecimento".

Abel, no entanto, também afirmou que se sentiu sem privacidade com a gravação realizada em local autorizado pela CBF.

"Sabe o que é invadir a privacidade? Eu senti invadirem a minha privacidade. Eu não posso estar aqui falando com ele, e você vem aqui (faz o gesto de filmagem). O que eu senti foi invasão de privacidade", completou o treinador.

O técnico ainda comentou sobre a arbitragem, principalmente sobre a figura do quarto árbitro, na qual o palestrino ofereceu sua camisa como presente após o duelo.

"Foi exatamente nesse contexto. Achei que o quarto árbitro teve comigo um comportamento que gostei. Ele teve paciência comigo e ouviu algumas reclamações. A transição do Artur, era amarelo e não deu. Aquela entrada no Veiga, era amarelo e não deu. E na primeira do Menino, deu amarelo. Fui tendo um diálogo muito honesto e cordial com o quarto árbitro, por isso quis presenteá-lo com a minha camisa". 

Falando sobre o confronto, Abel elogiou a qualidade do jogo e parabenizou o seu elenco pela partida.

"Partida equilibrada. Gostei da atitude mental, da qualidade do jogo. Entramos muito bem. Fizemos um belo gol do Rony, num lance que o bandeirinha estava com a bandeira no chão. As imagens que saem são de trás do gol. Se estou atrás do gol, como vou fazer linha?", finalizou questionando a anulação de gol marcado por Rony, no início do confronto.

O gramado do Mineirão também foi alvo de críticas por parte do líder palmeirense.

"Foi um bom espetáculo, emotivo, com gols. Jogo disputado nem sempre bem jogado. Se conseguissem aguentar o esforço, ali tinham buracos, sem escorregar, dando poucos toque... Bom jogo, tendo em conta o gramado que jogamos. Acabou sendo bom jogo".

Questionado sobre um suposto interesse do PSG em contar com o treinador, Abel Ferreira deixou de responder uma última pergunta e se levantou deixando a sala de coletiva.

Em protesto contra a arbitragem, os atletas do Palmeiras se negaram a falar na zona mista. Somente Dudu, autor do gol alviverde, falou após a partida.

"São duas grandes equipes, que nos últimos anos vem brigando por títulos, com jogadores de qualidade. Acho que tivemos um bom volume de jogo, mas a equipe está de parabéns. Queríamos a vitória, mas jogar aqui contra o Galo é difícil. Agora descansar para que daqui dois dias possamos fazer um bom jogo contra o Fortaleza", disse o camisa sete.

O Verdão volta a campo nesta quarta-feria (31) para o jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil, onde enfrenta o Fortaleza, às 19h (de Brasília), na Arena Castelão, com ampla vantagem em busca da classificação.