Apesar de ser conhecido como o “país do futebol”, o Brasil não atravessa o melhor de seus dias neste esporte que é capaz de levar um torcedor do céu ao inferno em questão de segundos. Vexames recentes, como o passeio da Alemanha na Copa do Mundo de 2014 e a eliminação para o algoz Paraguai na Copa América de 2015, põem em xeque a credibilidade do futebol verde e amarelo. Porém, o brasileiro mantém a esperança de que essa má fase passe e Seleção Brasileira faça o povo sorrir novamente. E essa alegria pode voltar nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Dono de cinco Copas do Mundo, o Brasil nunca sentiu o gosto de comemorar uma medalha olímpica. Nos jogos deste ano, o jovem time canarinho irá em busca do sonhado ouro. Mas, para isso acontecer, um jogador precisará chamar a responsabilidade e liderar um esquadrão de jovens atletas. Trata-se do atacante Neymar, destaque do Barcelona e atual capitão da seleção principal do Brasil. Pensando nisso, a VAVEL Brasil preparou um guia para você conhecer melhor o jogador que pode ser a esperança do Brasil em busca do ouro olímpico.

Carreira

Criado no Santos desde os 11 anos de idade, Neymar chegou ao profissional com muita expectativa para virar uma estrela. Realizou sua estreia no dia 7 de março de 2009, quando tinha apenas 17 anos, contra o Oeste, no Estádio Pacaembu, pelo Campeonato Paulista. Oito dias depois, contra o Mogi Mirim, na Vila Belmiro, também pelo Paulistão, Neymar marcou seu primeiro gol como profissional. Ao final do campeonato, acabou sendo eleito a revelação do Estadual.

Em 2010, Neymar formou ao lado de Robinho, Paulo Henrique Ganso e André um ataque fenomenal que recebeu o apelido de “Meninos da Vila”. Naquela temporada, o Santos conquistou o Brasil com um futebol alegre, ousado, envolvente. Como consequência, venceu o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil. A segunda competição, inclusive, teve Neymar como o artilheiro (11 gols). No Campeonato Brasileiro, onde o Santos terminou no oitavo lugar, Neymar foi o vice-artilheiro (17 gols), ficando atrás apenas de Jonas (23), do Grêmio.

O ano de 2011 levou Neymar, que já era tido como um dos melhores jogadores em atividade do Brasil, a outro patamar. Além de ajudar o Santos a conquistar o bicampeonato paulista, o camisa 11 brilhou na Copa Libertadores da América e marcou um dos gols na vitória por 2 a 1 sobre o Peñarol na decisão da competição sul-americana.

No Brasileirão de 2011, o camisa 11 marcou dois gols em um jogo épico contra o Flamengo, na Vila Belmiro, e um deles o levou a ganhar o prêmio Puskas pelo tento mais bonito do mundo anotado naquele ano. Em dezembro, no Mundial de Clubes da Fifa, realizado no Japão, a estrela de Neymar não brilhou como de costume e o Santos, depois de passar pelo Kashiwa Reysol, foi massacrado pela atuação exuberante do Barcelona de Pep Guardiola, que venceu o Peixe por 4 a 0. Apesar disso, o atacante brasileiro acabou sendo escolhido o terceiro melhor jogador do Mundial.

Em 2012, Neymar balançou as redes pela centésima vez na carreira na derrota do Santos para o Palmeiras, por 2 a 1. Foram 82 gols pelo Peixe e 18 pela Seleção Brasileira, incluindo as seleções de base. Posteriormente, mais recordes: chegou a 100 gols com a camisa do Santos; com dois gols diante do Bolívar, pelas oitavas de final da Libertadores, tornou-se o maior artilheiro do time paulista pós-Pelé, com 106 tentos, superando o ex-atacante Serginho Chulapa, que tinha 104 gols. Para coroar o ano, conquistou a Recopa Sul-Americana: vitória sobre o Peñarol, por 2 a 0, com direito a um gol do craque praiano.

O ano seguinte, 2013, marcou a ida de Neymar ao Barcelona. Apesar de muita polêmica na transferência – que perdura até os dias de hoje – do atacante para o time blaugrana, Neymar não demorou a se adaptar ao futebol espanhol e fez boas exibições. Em seu primeiro El Clásico, contra o Real Madrid, o brasileiro marcou um gol na vitória por 2 a 1, no Camp Nou, em jogo válido pelo Campeonato Espanhol. Em dezembro daquele ano, anotou seu primeiro hat-trick pelo Barça: a vítima foi a equipe do Celtic, na goleada por 6 a 1, pela fase de grupos da Uefa Champions League.

Nos próximos dois anos, 2014 e 2015, Neymar se consolidou como um dos melhores jogadores do mundo. Marcou gols atrás de gols, conquistou títulos e mais títulos e ainda anotou um gol na vitória do Barcelona sobre a Juventus, por 3 a 1, em Berlim, na final da Champions League 2014/15. Além disso, ele terminou a competição como um dos artilheiros (dez gols).

Neymar começou o ano de 2016 sendo eleito o terceiro melhor jogador do mundo pela Fifa. O atacante do Barça também foi indicado ao time ideal da Fifa. Dentro de campo, no entanto, Neymar caiu de produção. Passou alguns jogos sem balançar as redes e até chegou a receber críticas da torcida. Mas se recuperou e terminou a temporada 2015/16 celebrando dois títulos: a La Liga e a Copa do Rei.

Pelas seleções de base do Brasil, Neymar defendeu a Sub-17, em 2009, e a Sub-20, em 2011. Pelo Sub-17, participou do Copa do Mundo Sub-17 de 2009, onde o Brasil foi eliminado logo na primeira fase da competição. Pelo Sub-20, por outro lado, obteve resultados melhores. Fez parte do elenco campeão do Campeonato Sul-Americano de 2011, resultado que garantiu a vaga brasileira nas Olimpíadas de 2012. Logo na primeira partida, marcou os quatro gols da vitória por 4 a 2 ante o Paraguai. Ao fim do Sul-Americano, foi também o artilheiro do torneio, com nove gols.

Com a ausência de Thiago Silva, Neymar virou o capitão da Seleção Brasileira de Dunga (Foto:
Com a ausência de Thiago Silva, Neymar virou o capitão da Seleção Brasileira de Dunga (Foto: Buda Mendes/Getty Images)

Já pela Seleção principal, Neymar recebeu sua primeira convocação em 26 de julho de 2010 pelo técnico Mano Menezes, que havia acabado de assumir o cargo. Desde então, o atacante passou a ser chamado constantemente e hoje, depois de disputar duas Copa América, uma Copa das Confederações e uma Copa do Mundo, é o capitão da Seleção Brasileira, comandada por Dunga.

Expectativa para o Rio 2016

Foto: Rafael Ribeiro/CBF
Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Um Neymar inspirado alinhado a uma geração talentosa de jovens jogadores pode culminar, enfim, na medalha de ouro para a Seleção Brasileira. Nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, o esquadrão canarinho ficou a um passo de conquistar o ouro: perdeu para o México, por 2 a 1, na final, e terminou em segundo lugar.

Àquela época, com apenas 20 anos, Neymar ainda não tinha a rodagem na Europa e era considerado um prodígio, mas fez boas atuações e ajudou o Brasil a chegar à decisão. Ele marcou três gols naqueles Jogos Olímpicos: um ante Egito, outro diante da Bielorrússia e fechou a conta contra Honduras.

Agora, mais experiente e no auge de sua carreira, Neymar chega ao Rio 2016 com a missão de ser exemplo aos mais jovens e conduzir o Brasil à esperada e cobiçada medalha de ouro olímpica no futebol. Outro benefício a favor do jogador é que ele chegará mais descansado para disputar o torneio, uma vez que o Barcelona o impediu de defender o Brasil na Copa América Centenário.