O tabu foi quebrado. Na tarde deste sábado (15), pela 31ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro 2016, o Vila Nova, com um jogador a menos na maior parte do segundo tempo, venceu o Goiás por 2 a 1 no Serra Dourada. Joãozinho, aos 14 minutos do primeiro tempo e Frontini, de pênalti, aos 15 do segundo, marcaram os gols do Tigrão. Para o Esmeraldino, Walter descontou de cabeça, aos 47 minutos.

A vitória fez com que o Vila ultrapassasse o Goiás na tábua de classificação, alçando o alvirrubro ao 11º lugar, com 43 pontos, praticamente se salvando do rebaixamento para a terceira divisão. Já o Verdão do centro-oeste ficou em 13º, com 40 pontos e ainda está ameaçado.

Na próxima rodada, que se estenderá ao longo de toda a semana, o Vila Nova recebe o Avaí no Serra Dourada, terça-feira (18), a partir das 19h15. O Goiás vai até Belém/PA, no sábado (22), enfrentar o Paysandu, às 17h.

Joãozinho faz fila e coloca Vila Nova em vantagem

Como regra informal, todo clássico tem uma confusão. Em Goiânia, esta lei foi cumprida logo no segundo minuto. Em disputa de bola próxima a linha lateral, Caíque e Rossi ficaram discutindo. O árbitro teve de intervir energicamente. Um minuto depois, Caíque derrubou Rossi e por pouco não surgiram "cenas lamentáveis". O Vila estava com o sangue quente, tanto que criou boas chances, pressionando o Goiás. O resultado veio aos 14. Joãozinho, em grande jogada individual, ficou cara a cara com Márcio e tocou por baixo do goleiro.

O goi foi como um estalo para o Goiás, que resolveu acordar. Aos 16 minutos, Sueliton conseguiu chegar a linha de fundo e fazer o levantamento para Léo Gamalho, que não chegou a tempo. Aos 23 minutos, após três cruzamentos em sequência, a zaga do Vila trabalhou bastante. As ações da partida, que antes eram plenamente do Tigrão, se equilibraram e o clássico, antes dominado, estava igualado. Aos 33, mais um capítulo da disputa pessoal entre Caíque e Rossi. Fora do lance, o atacante do Goiás reclamou de uma possível cotovelada. O banco esmeraldino chiou bastante.

O Goiás seguiu no ataque. Aos 36, Léo Lima desviou cruzamento, fraquinho. Wagner Bueno defendeu. No minuto 41, o Vila quase ampliou o resultado. Passe por infiltração em direção a Moisés, Felipe Macedo falhou bisonhamente ao tentar cortar e deu a oportunidade do chute. Na finalização, o mesmo Felipe Macedo corrigiu a lambança, desviando a bola. Pra fechar o primeiro tempo com garbo e elegância, Léo Lima deu uma caneta em Simião que deixou o zagueiro "sem pai nem mãe".

Pênalti, expulsão, sufoco: emoções à flor da pele até o fim

A segunda etapa já começou provocando reações exacerbadas. Logo aos três minutos, Fabinho e Frontini tabelaram. Mesmo aos trancos e barrancos, Fabinho conseguiu tocar a bola para o gol. Ela já tinha passado por todo mundo, mas Juninho  chegou na corrida e mandou para longe. Dois minutos depois, foi a vez do Goiás. Adriano soltou uma bomba de fora da área, que Wagner espalmou para escanteio. O Esmeraldino seguiu no ataque e, aos 10, Sueliton cobrou falta de longa distância e o goleiro do Vila se enrolou um pouco para segurar, mas conseguiu.

Em meio ao domínio do Goiás, mais uma jogada individual de Joãozinho serviu como desafogo para o Vila Nova. Entrando na área, o atacante do Tigrão foi seguro pelo braço por Adriano. Pênalti, que Frontini cobrou e guardou. 2 a 0 Vila e festa do lado alvirrubro no Serra. O gol poderia servir para tranquilizar o jogo, mas em clássico isso nao existe. Após cometer falta ainda no campo de ataque, aos 23 minutos, Wellington Simião levou o segundo amarelo. Expulsão e Vila com um a menos.

Aos 33, tome polêmica! Rossi disputou bola com Geovane na grande área e caiu, reclamando pênalti. Até o sempre calmo Gilson Kleina, treinador do Goiás, pegou pilha, protestou demais e foi excluído. Usando do domínio numérico, o Esmeraldino ficou com a bola no campo de ataque, porém não agredia. No contra ataque, quase o Tigrão mata o jogo. Aos 40, Frontini recebeu em posição legal, partiu e tocou para Joãozinho na área. Prensado pelo zagueiro, o desvio aconteceu mesmo assim e Márcio defendeu com os pés, isolando a bola.

Tudo parecia encaminhado, mas já nos acréscimos, aos 47, Walter, sozinho na pequena área, completou cruzamento de cabeça, no ângulo de Wagner Bueno. 2 a 1. E quase, quase mesmo, o empate veio no minuto seguinte. Carlos Eduardo passou pelo marcador e chutou cruzado. O arqueiro vilanovense se enroscou e quase espalmou para dentro do gol. O empate ficou mesmo no quase e, pela primeira vez na história da Série B, o Vila Nova venceu seu arquirrival.