Já conhecida mundialmente no futebol, a prática de análise de dados vem se mostrando essencial para a evolução de clubes, jogadores e treinadores no universo da bola.

E uma maneira eficiente de se reduzir os gols sofridos e aumentar a efetividade no ataque é prestar atenção justamente nas jogadas que terminam com a rede balançando.

Pensando nisso, a VAVEL Brasil coletou dados e fez análises detalhadas de cada time brasileiro que disputou a fase de grupos da Copa Conmebol Libertadores Bridgestone. Confira: 

Atlético Mineiro

Gols Marcados: Passe e Precisão, por Roger Machado

Se ainda restavam dúvidas de que o Atlético Mineiro já está com a "cara" de Roger Machado, não existem mais. A campanha da fase de grupos da Copa Libertadores, enfrentando Sport Boys, Libertad e Godoy Cruz, mostrou que o time faz exatamente o jogo proposto pelo ex-lateral.

Com vários jogadores habilidosos do meio para frente, o Galo marcou grande parte de seus gols a partir de troca de passes, e com velocidade, entrou 12 vezes na área para marcar, geralmente finalizando nos cantos, como em 65% das oportunidades.

A equipe também demonstrou ímpeto e foco, visto que marcou 53% de seus gols quando já estava a frente no placar. Também é notado que o time não relaxou em momento algum, marcando 65% de seus gols no segundo tempo.

Gols Sofridos: Marcação por zona e o caos da bola aérea

Assim como foi visto no Grêmio, Roger Machado cai no mesmo problema: a bola aérea. Impondo sua filosofia de marcação por zona, o técnico dificulta o trabalho da zaga, que sofreu 50% de seus gols desta maneira.

Atlético Paranaense

Gols Marcados: Na área e no fim

Observando os gols marcados pelo Furacão, há um claro padrão. O "gol ideal" do time seria marcado dentro da área (71%), e no final da partida, visto que a equipe anotou quatro gols nos minutos finais do jogo e 53% destes no segundo tempo.

Com um misto de força, velocidade e técnica nos jogadores do ataque, o Atlético foi capaz de marcar tanto gols trocando passes quando de cabeça, sendo um time extremamente perigoso no campo de frente. Assim, a equipe superou o "Grupo da Morte", eliminando Flamengo e Universidad Católica e passando de fase junto com o San Lorenzo.

Gols Sofridos: Pela esquerda, na pequena área e no segundo tempo

E se o ataque tem uma mistura de qualidades, a defesa tem seus defeitos bem claros. O time de Paulo Autuori sofreu com o lado esquerdo e com a marcação dos atacantes, que ficaram impressionantes oito vezes sozinhos na pequena área para marcar.

Vale também ressaltar a desatenção do time nos minutos finais, que lhe custaram seis gols e praticamente a desclassificação do time na fase de grupos, que foi assegurada apenas no último jogo, no sufoco.

Botafogo

Gols Marcados: Força ofensiva aos finais de etapa

Impetuoso, o time de Jair Ventura foi para o ataque em todos os momentos na Copa Libertadores, derrubando Colo-Colo, Olímpia, Atlético Nacional e Estudiantes, quatro campeões da competição. 

Com participações importantíssimas dos atacantes Rodrigo Pimpão e Roger, o Glorioso foi extremamente preciso em suas finalizações, mandando 80% de seus gols no canto do goleiro, em bolas indefensáveis, além de marcar também 80% das vezes nos finais de primeiro e segundo tempo.

Gols Sofridos: Lado esquerdo é o problema de Jair Ventura

Levando 62.5% de gols nos primeiros 30 minutos de partida, o Fogão também não pode se ver satisfeito com a defesa. Apesar da campanha histórica na competição, é nítido que a equipe não consegue começar bem uma partida fora de casa, sofrendo 50% de gols desta maneira.

Outro problema é o lado esquerdo, de onde vieram cinco das oito jogadas de gols sofridos pelo Botafogo.

Chapecoense

Gols Marcados: Verdão do Oeste jogou de cima para baixo

50% de gols de cruzamento e 62.5% dos gols com a bola entrando na parte de baixo da meta. Se há uma coisa a se afirmar, é que o time de Vágner Mancini jogou de cima para baixo, buscando sempre os cruzamentos precisos de Arthur Caike, Reinaldo e Rossi.

Gols Sofridos: Arthur Moraes não conseguiu defender no chão

Apesar da Chape ter sido eliminada nos tribunais, é possível dizer que, além do lado esquerdo da defesa não corresponder, o goleiro Arthur Moraes teve problemas com bolas rasteiras, que resultaram em nove dos dez gols sofridos pelo time na Libertadores.

Outros dois problemas encarados pelo Verdão do Oeste foram a fragilidade na marcação do lado esquerdo, por onde sofreu 70% dos gols e também o descuido no segundo tempo, onde o ritmo diminuiu e o time levou 70% de seus gols.

Flamengo



Gols Marcados: Mortal na segunda etapa

Ofensivo, o Mengão não poupou esforços para marcar gols na Copa Libertadores. Mesmo jogando no grupo da morte, o ataque do time carioca foi preciso, geralmente abrindo o placar e insistindo na frente, tendo marcado 72% dos gols no segundo tempo.

Gols Sofridos: Fora de casa, Zé Ricardo não conteve os adversários

Em terras desconhecidas, o Mengão não foi bem sucedido. Sofreu cinco gols em três partidas, e assim deu adeus ao sonho de conquistar a América, sendo uma equipe frágil fora de casa.

Apesar de marcar muitos gols no segundo tempo, o Flamengo também fraquejou na segunda metade da partida, sofrendo desta maneira 85% de seus gols, por descuidos provindos principalmente do zagueiro Réver.

Grêmio

Gols Marcados: Toques rápidos e finalizações nos cantos

Com o modelo-base de Roger Machado, o Grêmio, que agora é comandado por Renato Gaúcho, demonstra incrível facilidade em trocar passes (60% das jogadas de gols) e bater nos cantos da meta, como fez em 73% de seus gols, em grande parte marcados por seu trio de ataque: Barrios, Luan e Pedro Rocha.

Cumprindo seu papel enfrentando equipes de menor expressão (Deportes Iquique, Guaraní e Zamora), o Tricolor foi para cima em todas as partidas, e marcou 11 de seus 15 gols logo na primeira etapa, não deixando de anotar em nenhum jogo do grupo.

Gols Sofridos: "Nana neném" e lado esquerdo custaram seis gols

Como descreveu o próprio Renato Gaúcho, o problema do Grêmio é o "Nana neném". Relaxando em diversos momentos das partidas, o time sofreu 66.6% dos gols enquanto vencia e também no segundo tempo.

Outro problema a ser resolvido é o do lado esquerdo. Com Marcelo Oliveira de titular, o time sofreu cinco dos seis gols nas costas do lateral.

Palmeiras

Gols Marcados: Jogando no ar, Palmeiras foi um time reativo

Sofre gol, marca gol. Analisando os números, percebe-se que o Palmeiras é um time reativo, que, as vezes, necessita de um "susto" para reagir. Quando esteve a frente do placar, o time só marcou um gol, mostrando que relaxa quando está a frente do placar, tendendo a buscar o resultado no segundo tempo, onde marcou em 77% das vezes.

Com um jogo aéreo fortíssimo, o Verdão marcou 61% de seus gols a partir de cruzamentos, jogando muito com o zagueiro Mina e também com o lado esquerdo, por onde marcou em 54% das vezes. 

Também notável é o fato de que o Palestra só marcou gols dentro da grande área, mostrando que o time não arrisca e só finaliza quando a bola é certa, na maioria das vezes.

Gols Sofridos: Fernando Prass sofreu em seu lado direito

Em 55% dos gols sofridos pelo Porco, lá estava Fernando Prass buscando a bola no lado esquerdo do gol. Seja rasteira ou alta, o goleiro alviverde tem dificuldades no flanco, e os adversários certamente exploraram esse lado.

A primeira etapa dos jogos também foi de sofrimentos para os palmeirenses, que viram seu time levar gols no primeiro tempo em 77% das oportunidades.

Santos

Gols Marcados: Trio de ataque "deitou e rolou" na fase de grupos

Marcando gols de todas as maneiras, o Peixe tem muito a agradecer a Lucas Lima e seus dois companheiros de frente, Ricardo Oliveira e Vitor Bueno. Juntos, eles participaram de quase todos os gols do time na Libertadores, demonstrando entrosamento e destreza.

Seja fazendo jogadas individuais ou trocando passes, eles souberam atacar com maestria, geralmente batendo no canto esquerdo do gol, onde marcaram em 54% das ocasiões.

Gols Sofridos: Primeiro tempo preocupa Dorival Júnior

Se o time levou apenas quatro gols na Libertadores, não há como analisar, certo? Errado. 

Sofrendo tentos quatro vezes de dentro da área e todos no primeiro tempo, o técnico Dorival Júnior precisa colocar um sinal de alerta na defesa santista. Apesar de passar em primeiro no grupo, o alvinegro deverá ter mais cuidado na fase de matas, pois cada erro é fatal.