Um time cheio de glórias, histórias e tradição conheceu o fundo do poço. Caos administrativo, dívidas e outras crises culminaram na queda e fracassos consecutivos do CSA. Rebaixamentos, vexames, sofrimento, a lama. Foi duro o golpe, o sofrimento parecia não ter fim. A hipótese de falência foi cogitada algumas vezes. O pedido para resgatar o clube da situação calamitosa era intenso e parecia não ter retorno.

Mas a fase ruim ficou para trás. O Azulão do Mutange começou a retomada de momentos históricos. Começou em 2016, com a saída da Série D e teve mais um capítulo lindamente registrado na noite desta segunda-feira (25). Pode comemorar, torcedor azulino. O grito de euforia preso na garganta pode ser solto como nunca antes. Uma geração pode bradar com orgulho e euforia que torce para um time que voltou a enxergar horizontes positivos e belos.

O passado ruim ficou para trás. Após 18 anos, o Centro Sportivo Alagoano está de volta à Série B, quando disputou a Copa João Havelange em 2000. Como Campeonato Brasileiro da Série B propriamente dito, desde 1992. E, pela primeira vez no século XXI, o time alagoano está entre os 40 melhores clubes do futebol brasileiro.

Na noite dessa segunda-feira (25), em jogo realizado no Estádio Rei Pelé, em Maceió/AL, pelas quartas de final do Campeonato Brasileiro da Série C, o CSA não teve trabalhos e venceu mais uma vez o Tombense, desta vez, por 1 a 0. Edinho marcou o gol da vitória azulina que confirmou o acesso e a classificação às semifinais.

+ Veja como foi a vitória azulina lance a lance

A luta agora é pelo primeiro título nacional de sua história. O adversário nas semifinais da Série C será o São Bento. Os jogos terão definição de dias e horários. O primeiro jogo será disputado no Estádio Walter Ribeiro, em Sorocaba/SP, enquanto o segundo duelo será realizado no Estádio Rei Pelé. O confronto é uma reedição do Campeonato Brasileiro da Série D de 2017, quando os alagoanos levaram a melhor.

Multidão lotou dependências do Rei Pelé para comemorar acesso histórico do CSA (Foto: Alisson Frazão|R Cortez|CSA)
Multidão lotou dependências do Rei Pelé para comemorar acesso histórico do CSA (Foto: Alisson Frazão|R Cortez|CSA)

Primeiro gol de Edinho: o mais valioso

O técnico Flávio Araújo deixou bem claro que o CSA não adotaria uma postura completamente defensiva por causa da vantagem adquirida no primeiro confronto. Durante os minutos iniciais, a equipe colocou sua equipe no campo de defesa com o objetivo de neutralizar os ataques do oponente. A primeira finalização veio com Raul Diogo, mas isolou. O Tombense respondeu depois, quando Ednei aproveitou sobra de escanteio e chuta rasteiro, sem direção.

Quando o Azulão voltou a atacar, a massa que invadiu o Rei Pelé fez a festa. Aos 16 minutos, Raul Diogo fez boa jogada pela esquerda e cruzou rasteiro. Edinho se antecipou à defesa e completou sem marcação para o gol. Placar aberto e festa completa no Rei Pelé. O lado esquerdo era a principal arma para o time da casa chegar e buscar a deixar a vantagem ainda maior.

Com o tempo, os mineiros começaram a arriscar e deixaram espaços na defesa. Contente com a vantagem, o CSA apenas manteve a preocupação em controlar o jogo. A reta final do primeiro tempo contou com muitas faltas e princípio de confusões, mas nada que tomasse graves proporções.

Edinho marcou primeiro tento na competição e comemorou (Foto: Alisson Frazão|R Cortez|CSA)
Edinho marcou primeiro tento na competição e comemorou (Foto: Alisson Frazão|R Cortez|CSA)

Controle, euforia e festa: subiu!

No segundo tempo, o CSA decidiu poupar energias, controlar o jogo e garantir o segundo tempo. Os primeiros minutos foram marcados por faltas e muitos cartões distribuídos pela arbitragem. O técnico do Tombense, Raul Cabral, adiantou as peças, mas não encontrou tanta liberdade e não ofereceu tanto perigo ao goleiro Mota.

A etapa complementar foi bastante morna. Os alagoanos ficaram concentrados na marcação no meio de campo, enquanto os mineiros mostravam pouca inspiração e não manifestaram nenhuma reação que preocupasse os mandantes, embora o clube tivesse mais posse de bola. O Azulão aproveitou para assustar nos contra-ataques e nos vacilos da defesa do oponente. No primeiro lance, Caíque chutou da entrada da área e assustou o goleiro Darley. Em seguida, quatro minutos depois, Daniel Costa recebe cruzamento, bate de primeira e a bola tirou tinta da trave.

O CSA quase ampliou o resultado positivo do segundo confronto quando, depois de grande troca de passes, Didira acionou Michel Douglas e o centroavante bateu rasteiro de dentro da área. Mais uma vez, a bola raspou o poste direito. Nos minutos finais, o Tombense buscou controlar a bola no campo de ataque, mas não conseguia ser bem-sucedido. Para o CSA, foi só esperar o apito final e fazer a festa. O azul do céu, o azul do mar e o azul do CSA celebram. Alagoas com dois representantes na Série B 2018.