Foi na sétima tentativa do futebol alagoano. Foi na quinta decisão azulina. Foi sofrido, tenso, nervoso e disputado. O equilíbrio prevaleceu até o fim. O Estádio Rei Pelé, em Maceió/AL, recebeu um jogo fechado, onde o erro era combatido a todo o custo. As arquibancadas e as cadeiras estavam lotadas. Gritos, chiados, canto, aplausos e vibração. Um dia para ficar na história.

21 de outubro de 2017. Um time com 104 anos de história que passou por inúmeros percalços e momentos de desgraça, gozação e lamúrias. Após tantas conquistas no passado, o time pioneiro em feitos escreveu mais um. A massa vibrou, gerações do passado do presente se uniram em comemorar. Pela primeira vez, um clube do estado de Alagoas conquistou um título nacional. E esse foi o CSA. O azulino pode soltar um grito que ninguém bradara. Nem alvirrubros, nem amarelos, nem alvinegros, tampouco alviverdes. O Centro Sportivo Alagoano conquistou o Campeonato Brasileiro da Série C 2017. O Azulão do Mutange é campeão do Brasil.

Confira como foi o tempo real de CSA x Fortaleza

No segundo jogo da decisão, os alagoanos seguraram a vantagem imposta no primeiro confronto e empataram sem gols com o Fortaleza. O time de melhor campanha no torneio nacional levantou o troféu. As equipes estarão entre as 40 melhores do Brasil em 2018, mas a temporada foi encerrada de maneira mais brilhante com a prova de que o Azulão ressurgiu.

Foto: Felipe Brasil|R Cortez|CSA
Foto: Felipe Brasil|R Cortez|CSA

CSA segura Fortaleza no primeiro tempo

Com maior necessidade do resultado, o Fortaleza adotou uma linha ofensiva. A trinca formada por Leandro Lima, Leandro Cearense e Hiago foi responsável por manter a bola na intermediária de ataque o tempo todo, com o objetivo de manter a pressão e marcar o gol que igualaria o placar agregado. Mas o CSA mantinha a postura forte na defesa e conseguiu chegar com perigo pela primeira vez. Daniel Costa cobrou falta, Michel Douglas cabeceou forte e Marcelo Boeck fez grande defesa. No rebote, Jorge Fellipe furou, Dawhan ficou com a sobra e bateu travado. Minutos depois, Marcos Antônio tabelou com Edinho e bateu com perigo. A bola passou perto e assustou.

(Foto: Felipe Brasil|R Cortez|CSA)
(Foto: Felipe Brasil|R Cortez|CSA)

A resposta tricolor foi perigosa. Os alagoanos encontravam dificuldades na saída de bola. Na primeira finalização, Leandro Cearense recebeu na área e bateu rasteiro para a boa defesa de Mota. Em seguida, Ronny encheu o pé e o goleiro novamente fez muito boa intervenção para manter o placar zerado. A atitude ofensiva preocupou a massa azul no Rei Pelé. Os donos da casa pareciam estar mais nervosos, ansiosos e aparentavam imprecisão nos passes.

O Fortaleza diminuiu a intensidade. Com isso, o jogo ficou mais equilibrado. O CSA saiu mais da área, mas cometia sérios erros, como fazer faltas na entrada da área, o que aumentava o perigo dos cearenses. Porém, os visitantes sempre cobravam na barreira. Nos minutos finais do primeiro tempo, os azulinos ficaram mais na intermediária ofensiva, mesmo com o baque sentido com a ausência do atacante Edinho, lesionado. Na última chance, Daniel Costa rolou para Raul Diogo em cobrança de falta e o lateral-esquerdo chutou forte e a bola passou muito perto.

Foto: Felipe Brasil|R Cortez|CSA
Foto: Felipe Brasil|R Cortez|CSA

Fortaleza aperta marcação, mas o título é azul e branco

No segundo tempo, quase o CSA abre o placar e ficou mais próximo da taça. Após boa jogada trabalhada na direita com Celsinho, Daniel Costa rolou para trás, Dawhan arriscou na entrada da área e Didira desviou na linha da pequena área. Por muito pouco a bola não entrou. O esgotamento físico era evidente. Os jogadores marujos manifestavam o desgaste e o cansaço. Tanto que o time perdeu mais um jogador por lesão. Desta vez, Michel Douglas saiu e Maxuel entrou em campo para ser a referência ofensiva.

Com os titulares no ataque ausentes do jogo por lesão, o Fortaleza começou a aumentar a marcação. O Leão do Pici partiu para o tudo ou nada em busca do gol que incendiaria a partida e daria a chance para dar um novo panorama. Mas se o ataque tricolor fazia de tudo para balançar as redes, a defesa azulina desempenhava o máximo para manter o placar zerado e cadenciar o jogo. Mas o sufoco aumentava. Em cobrança de escanteio de Ronny, Adalberto não precisou sair do chão para cabecear sozinho e tirar tinta da trave defendida por Mota.

Foto: Felipe Brasil|R Cortez|CSA
Foto: Felipe Brasil|R Cortez|CSA

Com a entrada de Rafinha na lateral-esquerda, o CSA ganhou uma opção excelente para levar perigo. Em uma das primeiras jogadas, os mandantes ganharam escanteio. Na cobrança, Jorge Fellipe disputou com zagueiro e desviou. O goleiro Marcelo Boeck espalmou com a ponta dos dedos e a bola bateu na trave, para a zaga afastar logo em seguida. Logo depois, Rafinha arriscou da intermediária e o arqueiro do Fortaleza se esticou todo para fazer intervenção espetacular.

No final do jogo, o Fortaleza tentou pressionar com todas as forças. O CSA se segurou, usou a tempo ao seu favor, e fez a festa da Nação. CSA é o vencedor do Campeonato Brasileiro da Série C 2017.

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Sobre o autor
Taynã Melo
Editor VAVEL Brasil