Se o ano de 2016 já tinha sido histórico e inesquecível para o torcedor do CSA, 2017 foi ainda mais brilhante e primoroso. Com a conquista do vice-campeonato brasileiro da Série D, o time pôde ter de maneira consolidada um calendário cheio no ano corrente. Motivado pela boa impressão deixada na temporada anterior, o torcedor viveu com um início de ano em ritmo lento, o fim de um ciclo, consolidação, incertezas e glórias. Relembre como foi a temporada que o Azulão do Mutange e sua massa não irão esquecer.

Decepção no primeiro semestre

O movimentado começo da temporada transformou os primeiros meses de futebol no clube em uma maratona de jogos, com pouco tempo para descanso. A animação da torcida para um ano perfeito não foi condizente com o desempenho nos gramados no primeiro semestre. Na Copa do Brasil, uma goleada para o Sport que expôs muitas falhas na equipe, que não foi resolvida no Nordestão. Na competição regional, encarou o CRB logo na fase de grupos. Perdeu um clássico e venceu outro, mas ambos deram adeus na primeira fase e se concentraram no Alagoano.

O problema se repetiu no estadual. Parecia que o time estava travado, não conseguia se desenvolver. Apesar da disparidade em relação aos outros competidores, os azulinos mostravam muita dificuldade durante as partidas e sofreram para conquistar resultados positivos, quando venciam. A briga pelo título ficou ameaçada quando sofreu para conquistar a vaga nas semifinais, mesmo a depender de suas próprias forças. Porém, na semifinal, o time buscou a vaga em mais uma decisão contra o ASA em Arapiraca e teve a oportunidade de dar o troco e desbancar o arquirrival. Mas as falhas pontuais resultaram em duas derrotas frente ao CRB. O Galo conquistava o tricampeonato estadual e o jejum marujo permaneceu.

Após três vices em um período de um ano, a diretoria resolveu agir de maneira intensa. Promoveu fortes mudanças no elenco. Mais de 15 jogadores foram contratados e Oliveira Canindé foi demitido, junto com seus companheiros de comissão técnica. Campeão da Série C em 2016 com o Boa Esporte, Ney da Matta foi o responsável por ter que promover boas atuações, entrosamento e amenizar as críticas da torcida.

Glória na metade final da temporada

A primeira impressão do clube no Campeonato Brasileiro da Série C foi positiva com uma vitória tranquila e praticamente irreparável diante do ASA na estreia. Aos poucos, o CSA conquistava resultados importantes dentro e fora de casa. O escrete apresentava consistência, aplicação tática, principalmente a eficiência na marcação. Os resultados considerados positivos fora de casa foram determinantes para o time ter tranquilidade quanto à classificação às semifinais. No returno da fase de grupos, uma sequência de empates deixou o torcedor preocupado quanto à liderança do grupo A e a uma possível perda de fôlego. Porém, uma tranquila classificação motivou o torcedor a manter firme a esperança do acesso, embora a liderança da chave ficasse com o Sampaio Corrêa nos critérios de desempate.

A cada fase eliminatória, uma emoção diferente e reforçada. Nas quartas de final – a fase que poderia deixar o CSA em maior vitrine nacional, o duelo diante do Tombense. Os dois primeiros confrontos entre as equipes iriam decidir um momento histórico para ambos os oponentes, que buscavam o acesso. Mesmo longe de casa, o Azulão levou a melhor ao vencer o primeiro jogo por 2 a 0 e encaminhar a classificação. Triunfo como visitante, triunfo como mandante. Uma tranquila vitória no Estádio Rei Pelé completamente lotado em uma segunda-feira à noite garantiu o primeiro e maior objetivo da temporada. Edinho colocou o Azulão entre os 40 melhores clubes do futebol brasileiro.

Nas semifinais, um reencontro. Um ano antes, a disputa contra o São Bento era por uma vaga na final da Série D. Em 2017, os clubes se reencontraram na mesma fase pelo mesmo objetivo, embora estivessem uma divisão acima. Como no primeiro duelo, equilíbrio, muita disputa, e nova vitória alagoana fora de casa. Entretanto, o roteiro do segundo confronto foi diferente. O Azulão jogou mais conformado com a vantagem do primeiro jogo, principalmente no segundo tempo, e permitiu que os paulistas jogassem melhor. O castigo veio quando o São Bento marcou aos 47 do segundo tempo em penalidade máxima. A tensão ficou ampla com a disputa nos pênaltis. Com muito sofrimento, a equipe do Mutange chegou a mais uma final nacional, a segunda de maneira consecutiva.

Na final, um duelo de nordestinos entre CSA e Fortaleza. Tradicionais, com torcidas numerosas e campeões de praticamente tudo. Faltava um título nacional. Azulinos e tricolores fizeram 180 minutos de intensa disputa, acirrados, com estádios lotados. O CSA calou a multidão que lotou a Arena Castelão. Em vez do Leão conquistar a vantagem para o decisivo jogo da temporada empurrado pelo apoio maciço do torcedor, os alagoanos repetiram a estratégia de todo o Brasileiro: forte marcação e finalização no momento certo. A vitória por 2 a 1 deixou o torcedor mais eufórico. Muito cauteloso, o Azulão soube jogar com a vantagem ao neutralizar o adversário, equilibrar o jogo e sustentar o resultado construído no primeiro jogo. Não importou para o torcedor azulino se não houve gols em Maceió, o importante foi que, assim como em toda a história, o CSA foi precursor alagoano em conquistas nacionais e internacionais. Em 2017, o ano dos sonhos, o principal ano da história terminou com objetivo alcançado e com o retorno das glórias.

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
Foto: Lucas Figueiredo/CBF