Apesar de chegar à sua quinta final de Copa do Brasil na carreira (igualando o recorde de Luis Felipe Scolari), Marcelo Oliveira não vive um bom momento em sua carreira. Fora da disputa do título no Campeonato Brasileiro, o treinador do Atlético-MG vê a Copa do Brasil como uma obrigação e uma oportunidade de seu ano e seu emprego serem salvos ao mesmo tempo.

Marcelo Oliveira e Atlético-MG: uma história de quase duas décadas

O seu estilo de jogo não agrada a grande parte da torcida, visto que a saída de bola dos zagueiros é na base do lançamento longo em que, na maioria das vezes, acaba não surtindo efeito algum. Assim, os talentos individuais de Robinho, Fred, Lucas Pratto, Cazares, Otero e Maicosuel são fundamentais para que o Atlético possa sair vitorioso de uma partida.

Muito por conta disso, a final da Copa do Brasil não empolga grande parte dos torcedores, uma vez que a campanha do Galo na competição foi marcada por classificações sofridas que em cada fase o talento de um jogador foi fundamental para a classificação. Robinho decidiu contra a Ponte Preta, Victor salvou ante o Juventude, e Lucas Pratto brilhou diante do Internacional.

O estilo de jogo ofensivo que Marcelo Oliveira implantou ao Atlético, além da marcação individual – recurso obsoleto no futebol moderno – , tem sido uma dos grandes motivos de críticas de imprensa e torcedores. Recursos que foram herdados desde a época de Levir Culpi. Atuando no 4-2-3-1, a equipe faz muitos gols e sofre na defesa. Este estilo de jogo é utilizado por Marcelo desde a época de Cruzeiro bicampeão brasileiro, mas o setor defensivo era mais sólido e o time mais equilibrado, portanto a campanha da equipe principalmente fora de casa era melhor e influenciava diretamente na campanha.

Marcelo Oliveira não consegue dar equilíbrio a seu time (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)
Marcelo Oliveira não consegue dar equilíbrio a seu time (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Hoje em mais uma final de Copa do Brasil, Marcelo Oliveira precisa quebrar essa desconfiança do seu trabalho que vem desde a época em que foi demitido do Cruzeiro. Passou pelo Palmeiras, teve um trabalho muito contestado, apesar do título da Copa do Brasil 2015, e acabou sendo demitido no começo do ano após perder para o Nacional, do Uruguai, no Allianz Parque, por 2 a 1, pela fase de grupos da Libertadores. Agora, no Atlético, acabou assumindo após a demissão de Diego Aguirre e a quantidade de gols sofridas pela equipe não agrada a torcida, que vem pedindo a sua saída com extrema frequência.

Seria Marcelo Oliveira, então, um burro com sorte 2.0? "Burro com sorte" é como Levir Culpi, ex-treinador do Galo, usa para se referir às suas histórias como técnico de futebol.

Nesta quarta-feira (23), Marcelo tem a oportunidade de salvar o seu emprego no primeiro jogo da final da Copa do Brasil, quando o Atlético recebe o Grêmio, no Mineirão, e precisa de um bom resultado para ter vantagem no jogo da volta, a ser realizado no dia 30 de novembro, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre. O título e atuações convincentes nos dois jogos da final serão fundamentais para que Marcelo mantenha o seu emprego.

Conseguirá Marcelo Oliveira sorrir após a final da Copa do Brasil (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)
Conseguirá Marcelo Oliveira sorrir após a final da Copa do Brasil (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)