A desorganização da equipe dentro de campo foi uma das maiores críticas que Marcelo Oliveira sofreu nos seis meses à frente do Atlético-MG. Mesmo tendo jogadores de alto calibre à disposição, o comandante não conseguia dar um padrão de jogo ao time, ainda que o talento individual dos atletas levasse o Galo a vitórias. Porém, assim como jogadores se destacaram – casos dos atacantes Fred, Lucas Pratto e Robinho –, outros perderam espaço. O volante Rafael Carioca é um deles.

Marcelo Oliveira admite surpresa com demissão e lamenta: "Não conseguimos o padrão ideal"

De titular indiscutível à reserva, o camisa 5, convocado duas vezes por Tite para servir à Seleção Brasileira, caiu de rendimento nesta reta final de temporada e acabou virando reserva no Atlético de Marcelo Oliveira. Em entrevista nesta sexta-feira (25), na Cidade do Galo, Carioca não escondeu a insatisfação com o treinador.

"Difícil a gente vir aqui falar essas coisas. Quando você pega um time desorganizado, você vai correr igual um louco e nada vai dar certo. Acredito que eu não pude fazer o que fiz ano passado em função de a equipe não ter encaixado", afirmou o atleta, eleito um dos melhores volantes do Campeonato Brasileiro 2015. "Não sei porque não encaixou. Quando você tem um time organizado, ninguém cansa muito, você corta caminho. A saída dele [Marcelo Oliveira], para mim, é indiferente", analisou.

Rafael Carioca foi além. Ele afirmou que Marcelo Oliveira não deu equilíbrio à equipe. Segundo o volante, somente Diego Aguirre, antecessor de Marcelo, conseguiu deixar o time mineiro organizado neste ano.

"Quando uma equipe faz e sofre muitos gols, ela é desequilibrada. Foi o ano todo assim, a não ser quando o Aguirre estava aqui, que a gente tinha uma compactação maior. O Marcelo, infelizmente, não conseguiu detectar o que estava acontecendo e quem tinha que detectar era ele, o treinador", disparou. "Agora é tudo novo. É juntar os cacos para a gente conseguir fazer uma boa partida e levantar o resto do grupo", finalizou.

Aguirre deixou o Atlético em maio de 2016 após não conseguir avançar às semifinais da Copa Libertadores, perdendo a classificação para o São Paulo, na Arena Independência. Hoje, o uruguaio comanda o San Lorenzo, que cresceu de produção com a chegada do ex-atleticano.

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