No dia 28 de janeiro, às 17h o Atlético-MG inicia a temporada de 2017 contra o América-TO, pelo Campeonato Mineiro. Na cabeça do torcedor alvinegro passa muita coisa. Além da natural expectativa de cada novo ano, o Galo ainda manteve boa parte de seus principais jogadores e espera poder transformar essa manutenção em conquistas. O novo técnico Roger Machado é esperança de um time mais bem organizado, suprindo as faltas que comprometeram o desempenho da equipe no ano anterior.

O ano de 2017 está repleto de competições e expectativas para o time atleticano, mas, além disso, é um ano de marcas históricas: dez anos do retorno do Galo à primeira divisão do futebol nacional e cinco anos da chegada de Ronaldinho Gaúcho. Por isso, a VAVEL Brasil prepara o atleticano para o retorno das atividades oficiais com um detalhado Raio-X do que se passou desde que a volta em 2007 até a ascensão em 2012.

2007-2011

No pior momento da centenária história do clube, o Galo caiu para a Série B em 2005, disputou a segunda divisão do futebol nacional em 2006, foi campeão, e, no ano seguinte, retornou à elite do futebol brasileiro, de onde nunca havia saído desde a criação do campeonato em 1971. Desde 2006, o Campeonato Brasileiro havia tomado a forma como conhecemos hoje, com 20 participantes e 38 rodadas.

O time alvinegro não retornou com grandes campanhas e chegou a flertar com novos rebaixamentos em alguns momentos. O melhor momento do clube foi em 2009, quando chegou a ocupar a primeira colocação do campeonato, mas uma série de derrotas na reta final do Brasileirão fez com que a equipe terminasse na sétima colocação, sem nem garantir uma vaga na Copa Libertadores.

De 2007 até 2011 o Atlético somou 249 pontos no Campeonato Brasileiro, uma média de 49,8 pontos por campeonato, e sua colocação média na liga foi o 11º lugar.

Variação na pontuação do time entre 2007 e 2011

2012-2016

O primeiro quinquênio após o retorno à Série A e a estreia no Brasileirão com 20 times e pontos corridos não foi nada agradável para o torcedor do Galo. Alternando campanhas que variavam entre medianas e ruins, o time não oferecia esperanças de um futuro promissor, especialmente após ter lutado para não cair no ano de 2011 e terminado a temporada sofrendo a sua maior derrota na história dos clássicos, quando perdeu para o Cruzeiro por 6 a 1, na última rodada do Campeonato Brasileiro.

Ainda assim, o então presidente alvinegro Alexandre Kalil manteve o técnico Cuca no comando do time, além de peças importantes para a próxima temporada, como Réver, Leonardo Silva e Pierre. O Atlético ainda trouxe nomes que entrariam para a história do clube, como Leandro Donizete, e, principalmente, Ronaldinho Gaúcho, apresentado em junho.

De 2012 até a temporada passada, o Galo viveu um dos melhores momentos de sua história, acumulando 322 pontos no Campeonato Brasileiro, uma média de 64,4 pontos por campeonato, e sua colocação média na liga foi o quarto lugar. Em termos de Brasileirão, sem dúvida era a maior marca do clube desde a década de 80, quando o Galo terminou nas primeiras quatro colocações em cinco oportunidades.

Títulos

Quatorze vezes sendo ao menos semifinalista do Campeonato Brasileiro, tendo faturado a taça em apenas uma oportunidade e com a segunda maior média de público de todas as edições do Campeonato Brasileiro somadas, atrás apenas do Flamengo.

Esse é o cenário que descrevia a carência por conquistas do fiel torcedor atleticano em 2007, quando o time voltou à Série A e, consequentemente, a sonhar por grandes títulos. Mas elas não vieram logo de cara. O time até chegou a levantar troféus em 2007 e 2010, quando o Galo foi campeão mineiro, mas isso nem se compara com o que estava por vir.

Em 2012, o Galo faturou o Mineiro e, depois da chegada de R10, o cenário só melhorou. O time foi vice-campeão brasileiro no mesmo ano e conquistou nada menos que a Copa Libertadores da América na temporada seguinte e a Recopa Sul-americana em 2014, na partida que marcou o último jogo de Ronaldinho pela equipe alvinegra.

Apesar da saída do ídolo, o Galo seguiu no caminho das vitórias, e, ainda em 2014, foi campeão da Copa do Brasil, vencendo o arquirrival Cruzeiro na final. O Atlético ainda venceu o Mineiro em 2013 e 2015, e foi novamente vice-campeão nacional em 2015.

Comparação dos períodos

A última década é facilmente dividida pelos torcedores atleticanos. A chegada de Ronaldinho foi um divisor de águas na história recente do clube. Analisando apenas as conquistas, o clube mineiro foi de dois títulos estaduais no período de 2007 a 2011 para cinco troféus levantados entre 2012 e 2016, sendo três desses cinco de forma inédita (Libertadores, Recopa e Copa do Brasil).

Analisando a pontuação no Campeonato Brasileiro, a discrepância também é facilmente observável. O time de Belo Horizonte passou da marca média de 49,8 pontos por campeonato e uma média de posição na 11ª colocação para 64,4 pontos por ano e uma colocação média de quarto lugar.

Variação de desempenho do Atlético entre 2007 e 2016

O maior pontuador do Brasil

É inegável que de 2012 para cá, o Atlético vive grande fase. Mas existem times que entram forte na disputa de quem alcançou as maiores conquistas durante o período. O Corinthians foi campeão da Libertadores, do Mundial Interclubes e do Campeonato Brasileiro. Já o Cruzeiro levantou duas vezes consecutivas a taça do Campeonato Brasileiro. Por sua vez, o Palmeiras esteve na Série B em 2013, mas ainda assim faturou a Copa do Brasil duas vezes e o Brasileirão do ano passado.

Apesar disso, em um ponto o torcedor atleticano pode cantar de galo. Quando o assunto é regularidade, ninguém fica na frente dos alvinegros de BH. De 2012 para cá, a média de pontos do Galo por edição do Campeonato Brasileiro é de 64,4. O time fica na frente de Grêmio (63,6), Cruzeiro (62,8), Corinthians (62,4) e São Paulo (60), fechando as cinco melhores marcas.

Desde 2012 nenhum time tem melhor média de pontos no Brasileirão

Valor de marca e exposição internacional

Até 2013, o Atlético havia participado de quatro Copas Libertadores da América. De lá para cá, o time se classificou para a competição cinco vezes consecutivas, mais que dobrando o número de participações da equipe. A atual sequência alvinegra é a segunda maior da história dos times brasileiros, ficando atrás apenas do São Paulo, que jogou a copa por sete vezes consecutivas entre 2004 e 2010.

Além das participações seguidas, o Galo também faturou o título da Libertadores em 2013, o que só favoreceu a valorização da marca do clube. De acordo com a empresa de consultoria BDO Brazil, o Galo é o segundo time que mais valorizou sua marca entre 2012 e 2016, aumentando seu valor em 187%, ficando apenas atrás da Chapecoense, que se valorizou em 257%.

Hoje, o time alvinegro tem a oitava marca mais valiosa do futebol brasileiro, com valor estimado em R$ 515,5 mi; em 2012 o valor era R$ 179,1 mi, ou seja, um aumento de mais de R$ 336 mi.

Conquista da Libertadores foi marco importante para a valorização da marca (Foto: EFE)

Demorou para que o Galo se reerguesse após o mais duro baque de sua história, mas se o primeiro quinquênio não deixou grandes lembranças, em 2017 a torcida atleticana fica na expectativa de se manter perto dos títulos e prolongar a boa fase dos últimos cinco anos, afastando a bipolaridade da última década.