A vitória por 3 a 0 sobre a URT​, no Independência, garantiu o Atlético-MG em sua  11ª final consecutiva do Campeonato Mineiro. Mas, além disso, o triunfo assegura um pouco mais de tranquilidade ao time treinado por Roger Machado, que empatou por 1 a 1 contra a equipe de Patos de Minas na primeira partida da semifinal e perdeu para o Libertad, em Assunção, pela Copa Libertadores na última quarta-feira (19).

Em entrevista coletiva após o jogo contra a URT, Roger exaltou o apoio do torcedor na partida e dedicou a vitória ao funcionamento coletivo da equipe.

"A gente tinha a vantagem do empate, pela classificação em primeiro na fase anterior, jogamos com ela, mas não por ela. E conseguimos produzir bem. Hoje muitos estiveram em alto nível. E é isso que faz o coletivo funcionar. Tecnicamente e taticamente. Quando um ou dois só conseguem fazer um jogo bom tecnicamente, o coletivo também, sofre. Para mim, essas foram as substanciais diferenças. Pressionados pelos últimos resultados, insatisfatórios, precisávamos de uma atuação deste nível para satisfazer o torcedor, que mesmo insatisfeito, veio. Veio e nos apoiou. Esta é uma torcida diferente. E que ela continue sendo diferente. A maior parte das torcidas do futebol brasileiro é a mesma só com a vitória. Esta torcida, quando não gosta, protesta, mas no momento da partida o apoio é sempre incondicional. Isso que a torna diferente. O apoio é importante. Talvez tenhamos mostrado ao torcedor que talvez tenhamos encontrado novamente o rumo das boas atuações e da nossa forma de jogar", disse o técnico.

O apoio da torcida e a moral dos jogadores elevada é importante, já que, até o fim de maio, o Atlético jogará três partidas pela Libertadores, duas pelas oitavas de final da Copa do Brasil, e duas pela decisão do Campeonato Mineiro.

O primeiro e o segundo gols do Galo foram marcados por Rafael Moura e Robinho, respectivamente. Na comemoração, os dois jogadores foram até o banco comemorar com Roger e com o restante do elenco. O treinador alvinegro também falou sobre as comemorações de seus comandados:

"Isso [apoio dos jogadores] é muito importante, mas, de modo geral, quem vive com o futebol, a nossa amizade é a vitória. E nos momentos de adversidade, o treinador e os jogadores serão pressionados. Há um senso comum de que, quando não se ganha e não se joga bem, é que não houve esforço, e não é verdade. E temos que contextualizar porque, do outro lado, tem um adversário querendo a mesma coisa que a gente. Talvez por entender o desejo de continuidade no trabalho, por estar sendo bem conduzido por todos, não só por mim, e que o começo de qualquer trabalho as coisas são estáveis, os atletas resolveram demonstrar a atitude de apoio ao treinador. É óbvio que isso aí me reforça, me dá condição e motivação para seguir trabalhando", afirmou Roger.

​Apesar da vitória, da classificação e da retomada da confiança da equipe, nem tudo foi flores para o Atlético. O atacante Rafael Moura recebeu seu terceiro cartão amarelo e fica fora da primeira partida da decisão do Campeonato Mineiro, contra o rival Cruzeiro​. O Galo já não conta com Fred, que cumpre, na primeira partida da decisão, o último dos quatro jogos de sua suspensão por ter agredido o zagueiro cruzeirense Manoel, no clássico pela fase classificatória do campeonato.

Perguntado sobre a ausência de seus dois atacantes de área, Roger preferiu pensar na partida da próxima quarta-feira (26), contra o Libertad, no Independência, pela quarta rodada da fase de grupos da Libertadores.

"Pois é, vamos ver... Deixa eu fazer jogo a jogo, porque agora a água baixou um pouquinho. A gente faz o jogo da Libertadores, e depois pensa na final e em como vamos organizar isso. É uma pena. O Rafael conseguiu segurar bem no primeiro jogo, mas, como é um atleta de muita iniciativa, de muita doação, hoje tomou um cartão amarelo e está fora. Vamos deixar passar o jogo do meio da semana, que é importante, pela Libertadores, e depois vamos ver ", concluiu.