Após conquistar o Campeonato Mineiro e garantir classificação às oitavas de final da Copa Libertadores da América de forma antecipada, o Atlético-MG muda a chave e começa a pensar no Campeonato Brasileiro 2017. Vindo de um vice-campeonato (2015) e um quarto lugar (2016) nas últimas edições, o Galo entra na competição novamente como um dos favoritos ao título, que não vai à sala de troféus do clube desde 1971.

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O Atlético inicia sua trajetória em busca do bicampeonato no domingo (13), quando visita o Flamengo, no Maracanã, às 16h. Mas, antes de a bola rolar para a 61ª edição do Brasileirão, a VAVEL Brasil preparou um guia com as principais informações sobre a equipe atleticana.

Escalação

Time base do Atlético (Fotomontagem: Hugo Alves/Editoria de Arte VAVEL Brasil)
Time base do Atlético (Fotomontagem: Hugo Alves/Editoria de Arte VAVEL Brasil)

Após o Atlético investir alto em 2016 e terminar o ano com desempenho pífio dentro de campo, muito em função da fraca performance de Marcelo Oliveira, a cúpula alvinegra trouxe o moderno Roger Machado para ficar à frente do time na atual temporada.

O ex-técnico do Grêmio iniciou o ano armando a equipe atleticana em um 4-2-3-1. Ele também chegou a usar 4-3-1-2 e 4-4-2 para colocar Fred e Lucas Pratto lado a lado no comando de ataque. Porém, o atacante argentino se transferiu ao São Paulo, deixando Fred como único centroavante no elenco.

Após algumas atuações irregulares no Campeonato Mineiro, Roger botou em prática um 4-1-4-1, com o volante Rafael Carioca entrelinhas, dois meias abertos para dar amplitude, e dois meio-campistas para atacar por dentro e abastecer Fred no ataque. Depois do 4-1-4-1 não responder como queria, voltou ao 4-2-3-1: Elias foi recuado para dar suporte a Rafael Carioca, embora ainda tenha mais liberdade para aparecer como arma surpresa à frente; dois meias pelos flancos; um meia articulador que flua bastante no setor; e Fred, ou Rafael Moura, na referência.

Duelo tático: Roger Machado leva a melhor sobre Mano Menezes nas finais do Mineiro

Na última partida pela Libertadores, contra o Sport Boys, na Bolívia, Roger poupou cinco titulares e modificou a formação tática da equipe. O 4-3-3 entrou em cena: Adilson, Rafael Carioca e Elias formaram a trinca de volantes – Elias fechava pelos lados do campo quando o time estava sendo atacado, criando um 4-4-2. No ataque, Cazares e Otero apareciam nas extremidades, e Rafael Moura era o centroavante.

Já contra o Cruzeiro, no jogo que deu o título mineiro ao Atlético, a equipe de Roger Machado continuou postado no 4-4-2. Esta, portanto, deve ser a escalação que o Galo usará no Brasileirão: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Gabriel, Fábio Santos; Rafael Carioca, Elias; Marlone (Adilson/Luan – está lesionado), Robinho (Cazares), Maicosuel (Otero); Fred. Há a possibilidade de variação para 4-4-2 ou 4-1-4-1.

Destaque

Fred é o matador do Galo (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)
Fred é o matador do Galo (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Ele parece vinho: fica melhor à medida que o tempo avança. Fred, atualmente com 33 anos, é o destaque do Atlético em 2017 e forte candidato à artilharia do Campeonato Brasileiro. E não é para menos, afinal o camisa 9 tem média de quase um gol por jogo: 16 bolas na rede em 17 partidas (contabilizando Campeonato Mineiro, Copa da Primeira Liga e Libertadores).

Fred foi o artilheiro do Mineiro, com dez gols, e é o vice no ranking de artilharia da Libertadores. Com cinco tentos, o camisa 9 atleticano está empatado com Fernando Zampedri e Matías Alonso, atacantes de Atlético Tucumán e The Strongest. O trio está atrás do volante Alejandro Chumacero, do The Strongest, que tem sete gols.

Fique de olho

Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG
Gabriel vive grande fase; jogador é um xodó da torcida (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Revelado pelas categorias de base do Atlético, o zagueiro Gabriel confirmou as expectativas no início deste ano e se tornou titular indiscutível da zaga atleticana. O defensor, de 22 anos, ganhou espaço com Marcelo Oliveira em 2016 e virou homem de confiança de Roger Machado.

No primeiro jogo da final do Campeonato Mineiro, ante o Cruzeiro, no Mineirão, Gabriel terminou o clássico como um dos melhores jogadores em campo. Por isso, é bom a massa alvinegra ficar de olho nele durante o Brasileirão.

Técnico

Roger Machado tentará tirar o Galo da seca de 46 anos sem conquistar o Brasileirão (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)
Roger tentará tirar o Galo da seca de 46 anos sem conquistar o Brasileirão (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Intensidade, desequilíbrio e desorganização: três palavras que fizeram parte do cotidiano do Atlético nos últimos cinco anos, principalmente com os técnicos Cuca, Levir Culpi e Marcelo Oliveira. Mas, após o insucesso de Marcelo Oliveira, a diretoria alvinegra resolveu trazer um técnico com nova filosofia: Roger Machado.

Muito elogiado por seu trabalho à frente do Grêmio, o comandante sempre enfatizou, em suas primeiras coletivas pelo Galo, a busca por equilíbrio e jogo coletivo. Ou seja, ele implantou um novo modus operandi a um clube cujo estava habituado a resolver jogos no estourar dos acréscimos do segundo tempo.

Alguns torcedores atleticanos chegaram a vaiá-lo em jogos do Campeonato Mineiro. Contudo, os jogadores deram amostras de que estão fechados com Roger, que entra no Brasileirão após conquistar seu primeiro título como técnico.

Estádio

Massa alvinegra inflama o Independência (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)
Massa alvinegra inflama o Independência (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)

A Arena Independência tornou-se a principal casa do Atlético mesmo depois de o Mineirão passar por uma reformulação para a Copa do Mundo 2014. O estádio abriga 23 mil telespectadores, mas a LuArenas, concessionária que administra o Independência, está trabalhando para ampliar a capacidade do local para 30 mil. A cúpula atleticana manda jogos de grande porte para o Mineirão.

Posição em 2016

Apesar do mau desempenho coletivo do time, Robinho e Fred se destacaram em 2016 (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)
Apesar do mau desempenho coletivo do time, Robinho e Fred se destacaram em 2016 (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)

O início do Campeonato Brasileiro 2016 do Atlético foi conturbado. Com a demissão de Diego Aguirre após a eliminação nas oitavas de final da Libertadores, para o São Paulo, o presidente Daniel Nepomuceno foi atrás de Marcelo Oliveira para assumir a equipe na segunda rodada do certame, diante do Atlético-PR, em Curitiba.

O ex-comandante vinha de um trabalho questionável no Palmeiras, mas caiu nas graças da torcida alvinegra por ser ex-jogador do clube. O bicampeonato com o Cruzeiro, em 2013 e 2014, também foram lembrados pelos torcedores. Porém, mesmo com um dos melhores planteis do país em mãos, Marcelo Oliveira não conseguiu extrair o que se esperava da equipe, sendo exonerado após perder para o Grêmio, por 3 a 1, no Mineirão, pelo primeiro jogo da final da Copa do Brasil.

O Atlético encerrou o Brasileirão na quarta posição, com 62 pontos, oito atrás do campeão Palmeiras, e três à frente do Botafogo, quinto colocado.

Expectativa para 2017

A torcedora quer ver o Atlético conquistar o título brasileiro (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)
A torcedora quer ver o Atlético conquistar o título brasileiro (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Título. A diretoria do Atlético conseguiu manter a base do time e contratou um treinador valorizado no mercado com um único intuito: sair da seca de 46 anos sem levantar a taça do Campeonato Brasileiro. A esperança deste ano é que o time não sucumba no segundo turno como ocorreu em 2012 e 2015 – nesses dois anos, o Galo liderou no primeiro turno, mas perdeu o título no returno.

O zagueiro/volante Roger Bernardo, Ingolstadt, reforçará a equipe em junho. O jogador optou por não renovar contrato com o clube alemão. Ele será mais um atleta a ajudar o time mineiro a voltar a ganhar o Brasileirão.