Presidente do Atlético-MG por seis anos, Alexandre Kalil é uma figura do futebol brasileiro. Sem papas na língua, o ex-mandatário alvinegro concedeu entrevista ao programa “Bola da Vez”, da ESPN Brasil na noite dessa quarta-feira (3).
O atual prefeito de Belo Horizonte relembrou do carinho da torcida por Cuca e comentou sobre o carisma do treinador, que foi um dos responsáveis pelo título da Copa Libertadores 2013. Kalil o descreveu como ‘único’ para falar sobre o apreço que o torcedor tem por onde Cuca passa.
"O Cuca tem um negócio muito engraçado. Acho que no futebol brasileiro é o único: todo clube em que ele vai, a torcida gosta dele. Eu vi o Cuca, quando era treinador do Atlético, ter o nome gritado pela torcida do Fluminense e do Botafogo. Eu fiquei sabendo que a torcida do Atlético gritou o nome dele quando foi jogar contra o Palmeiras. Ou o Cuca é muito carismático e malandro, ou demagogo. Eu não sei o que ele é, mas que a torcida do Atlético gosta do Cuca, gosta sim", disse.
Em 2014, Alexandre Kalil anunciou a contratação do atacante Nicolas Anelka através de suas redes sociais. Apesar do anúncio, o francês nunca chegou a vestir a camisa alvinegra, e sua contratação virou alvo de piadas, principalmente do rival Cruzeiro, pela internet.
"Esse negócio do Anelka foi a coisa mais pitoresca do Atlético. Eu recebi um telefonema que falava assim: 'olha, o Anelka quer vir pro Atlético'. Legal. Ele está ruim, está rezando muito, virou muçulmano e tal [...]. Vou falar com o irmão dele, que é a cara do Anelka, não dá para mentir. Perguntei se estava tudo certo, ele mostrou a procuração, mostrou tudo. Então, tuitei, pode vir. Acertamos o salário. Eu vi o que negócio estava meio farto demais. E aí, à época, virou aquela explosão da torcida do Cruzeiro, até porque ela estava muito por baixo. [Foi] um negócio sem a menor importância", comentou Kalil.
"Tá doido?! Eu ainda sofro. Futebol me faz mal. Quem acha que o futebol é bom, não gosta de si" - Alexandre Kalil
Respeitado pela torcida alvinegra, Kalil admitiu que não tem vontade de voltar a trabalhar com futebol. O ex-mandatário também afirmou que o esporte ainda o faz mal e que não gosta de assistir aos jogos.
Alexandre Kalil ainda admitiu não acompanhar os jogos da Seleção Brasileira. Porém, prestigia a Canarinho quando há jogadores alvinegros em campo.
'Caso Victor': Kalil fala sobre dívida com o Grêmio
Contratado em 2012, Victor deixou o Grêmio para fazer parte do plantel alvinegro. Na negociação, o Atlético cedeu 50% dos direitos econômicos do zagueiro Werley ao Grêmio. No ano passado, a equipe gremista entrou na Justiça contra o Galo cobrando o valor da compra do goleiro.
"Eu recebi dívida, eu dei dívida... Então, não pagou o Victor o quê? Eu dei um beque [Werley] para eles, dividi e, como estava vencendo, passei para o Daniel [Nepomuceno], que vai passar a dívida da contratação do Victor para outro. O Grêmio entrou na justiça contra o Atlético há dois anos e meio que eu tinha saído do clube. Esse negócio de 'ah, não pagou', paguei! A metade do Victor eu paguei à vista, e parcelei um pedaço”, explicou.