Jair Ventura não está nem há um ano à frente do Botafogo, – e como treinador de uma equipe profissional – mas já se mostrou ser bastante competente para isso. No ano passado, assumiu o Alvinegro em uma situação de fogo após Ricardo Gomes “abandonar” o projeto. Sem problemas. Com Jair, o Glorioso conseguiu ser o quarto melhor time do returno do Brasileirão de 2016, tendo a melhor defesa da história de um único turno da era dos pontos corridos – apenas 9 gols sofridos. O resultado todos sabem: do décimo sétimo lugar ao quinto, e uma vaga na Pré-Libertadores.

Apesar dessa arrancada surpreender muito, ela não é aquilo que chama mais a atenção sobre a carreira do técnico. No ano passado, o plantel alvinegro era muito abaixo tecnicamente – se comparado aos que ficaram no G-6 – e também escasso peças de reposição. Mesmo assim, Jair conseguia reinventar o time partida após partida e conseguia mostrar resultados, provando que o treinador era capacitado e tinha totais condições de almejar coisas maiores com o Alvinegro. É o famoso ditado “ele tirou leite de pedra”.

Nesse ano, o treinador passaria por uma situação nova em sua carreira como treinador: o Campeonato Carioca. Em contrapartida, as lesões, – que dessa vez aconteceram em uma maior intensidade –  o calendário apertado e a pressão por resultados são fatores que o acompanharam novamente e continuam a incomodar sua cabeça.

No primeiro Carioca de sua carreira, Jair Ventura teve que conciliar a Taça Guanabara com os confrontos entre Colo-Colo e Olimpia pela Pré-Libertadores. Sem sucesso. O time B do Botafogo, que jogou a maioria dos jogos por conta do calendário, não apresentava um bom futebol por uma (já esperada) falta de entrosamento e por falta de qualidade técnica de alguns jogadores, o que deixou a equipe fora das semifinais do turno. O jovem treinador não conseguira conciliar as duas competições, mas sem maiores problemas com a torcida, já que alcançaríamos o sucesso na competição continental.

Com a Taça Rio, veio um calendário mais tranquilo, o que permitiu mesclar mais o elenco. Além disso, o mesmo de tanto jogar e treinar junto, acabou criando um certo entrosamento, o que foi essencial para buscar a classificação à semifinal do turno e a do Campeonato Carioca.

Mesmo por muitas vezes com elenco reserva, o time não perdeu a “essência Jair Ventura”: muita marcação e luta no meio de campo e um contra-ataque rápido, que são as marcas do treinador. Ele conseguia extrair o melhor de cada jogador e mantendo o Botafogo na luta de forma competitiva.

A grande prova disso foram as partidas contra o Fluminense, que também estava com o time reserva, quando a equipe mostrou um futebol com muita intensidade e, com show de Sassá, a vitória por 3 a 1. Contra o Vasco titular, o Alvinegro conseguiu bater de frente na maior parte do jogo. Com a expulsão de Marcelo, porém, o treinador teve que amargar uma derrota na primeira final de sua carreira. Mas foi se de admirar a energia e a intensidade com que os jogadores do time reserva jogando, provando que há um padrão tático na equipe.

Para o próximo jogo contra o Flamengo, a história será diferente: na última quinta-feira (20) o clube estava em Guayaquil – 6349 km de distância – por conta de compromissos pela Libertadores. No entanto, o técnico garantiu força máxima para a partida após trabalho intenso de fisioterapeutas clube: "Nosso time é de entrega, de garra". A desvantagem do empate não é problema para Jair, que ressaltou sempre jogar pela vitória. Os únicos desfalques serão Bruno Silva e Marcelo (expulsos no último jogo), os laterais contundidos, Montillo, Leandrinho e Airton, que estão machucados. 

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