O Botafogo é, sem dúvidas, o time que vem na maior evolução entre os 20 dessa Série A: mesmo recém-promovido da Série B no Brasileirão do ano passado, o clube terminou em quinto lugar após uma inacreditável arrancada, garantido uma vaga na Pré-Libertadores desse ano.
Na competição internacional, o Alvinegro eliminou Colo-Colo e Olimpia nas duas fases preliminares e está se saindo muito bem em dos grupos mais difíceis: com Atlético Nacional, Estudiantes e Barcelona, o clube, até o momento, está na primeira colocação e tem sua classificação para a próxima fase bem encaminhada.
Com isso, é inegável: o Botafogo é um dos, se não o mais, times mais preparados e encorpados na competição. Com um padrão tático definido desde o segundo turno do Campeonato Brasileiro do ano passado e com um elenco que é muito aplicado e joga com muita garra, mesmo não sendo o melhor tecnicamente, o time de General Severiano mostra que pode dar trabalho para qualquer adversário.
Escalação
Novos rostos e algumas mudanças
No ano passado, devido ao curto dinheiro, o clube investiu no mercado internacional, trazendo jogadores baratos e até certo ponto desconhecidos, como Damián Lizio, Juan Salgueiro, Gervásio Nuñez e Joel Carli. Desses todos, o único que se destacou foi o zagueiro, que hoje é um dos melhores jogadores do time. Além disso, jogadores que chegaram desacreditados e tiveram um bom desempenho, como Sidão e Diogo Barbosa deixaram o time, indo para São Paulo e Cruzeiro, respectivamente. Neilton, que também foi titular, seguiu os mesmos passos do goleiro e foi para o time paulista.
Para esse ano, o clube resolveu apostar em jogadores que se destacaram em times que ficaram na parte do meio pra baixo na tabela, que são os casos de João Paulo, Jonas,Gilson,Gatito Fernández e Roger. Para incorporar o elenco, Guilherme e Joel vieram por empréstimo de Grêmio e Santos, respectivamente. Além disso, o Alvinegro conseguiu renovar o empréstimo do importante Victor Luís por mais um ano.
Com isso, o time base – levando em consideração todas as lesões da lateral direita – é: Gatito; Emerson Santos(Marcelo), Carli, Emerson Silva, Victor Luís; Airton, Bruno Silva; Montillo(João Paulo), Camilo, Rodrigo Pimpão; Roger(Sassá).
Destaques
Rodrigo Pimpão
O atacante, que está na sua segunda passagem pelo Alvinegro, vem mostrando ser muito decisivo: já são três gols na Libertadores e uma enorme identificação com o clube e com a torcida. O jogador de 29 anos tem como seu ponto forte as arrancadas, que são cruciais para os contra-ataques. Recentemente, renovou seu contrato até dezembro de 2019. Publica regularmente juras de amor ao Botafogo em suas redes sociais, o que só aumenta o carinho dos torcedores com ele. Ao todo, já são 25 gols com a camisa alvinegra.
Airton
Ainda é rodeado – erroneamente – pela fama de jogador violento dos tempos de Flamengo e Internacional, mas há tempos deixou de carregar esse fardo. Desde a chegada de Ricardo Gomes, trocou as faltas pela saída de bola qualificada e,com Jair Ventura, se tornou um dos pilares da equipe, garantindo o equilíbrio entre a defesa e o ataque. É verdade que ainda sofre – e muito – com as lesões, mas, quando joga, é difícil não se destacar. Uma evolução e tanto.
Fique de olho
Sassá
Cria da base Alvinegra, Sassá teve o seu primeiro ano produtivo com a equipe no ano passado, quando marcou 12 gols no Brasileirão e formou uma das duplas ofensivas mais produtivas do campeonato, ao lado de Neilton. Sofreu com algumas questões extracampo no final do ano passado, mas recebeu um voto de confiança de Jair e da comissão técnica, sendo reintegrado ao elenco principal. É uma das opções mais letais no banco da equipe e tem capacidade de mudar um jogo que esteja complicado, entrando no segundo tempo. Tem a velocidade e força física como principais atributos.
Jair Ventura busca afirmação no cenário nacional
Com a saída de Ricardo Gomes no ano passado, Jair Ventura, interino à época, assumiu o comando, tendo a confiança de toda a direção. O filho do “furacão da Copa de 70” estreou na 19ª rodada – a primeira do segundo turno – e mostrou que sim, estava preparado para tamanha responsabilidade: nos 19 jogos, 11 vitórias, 3 empates e 5 derrotas, com apenas nove gols sofridos, o que representa a melhor defesa da história de um turno na era dos pontos corridos. Resultado final: do décimo quinto lugar ao quinto, e uma vaga na Pré-Libertadores.
Nesse ano, o treinador continua provando a sua competência: ao mesmo tempo de uma campanha sólida na Libertadores, derrotando três campeões continentais, e saindo na frente em um dos mais difíceis grupos da competição, o Alvinegro teve uma excelente recuperação no Carioca – assim como no Brasileiro do ano passado – e, mesmo sendo eliminado nas semi-finais, mostrou que o treinador sabe e pode contar com as peças de reposição disponíveis no elenco.
Fator Nilton Santos
Um dos principais fatores para o incrível crescimento do Botafogo no segundo semestre do ano passado foi um maior contato com seu torcedor: a Arena Botafogo serviu como um estádio “interino” e foi importantíssima para os bons resultados, já que a torcida abraçou o time e apoiava-o em todos os jogos, o que ajudou a melhorar o rendimento da equipe. Nesse ano, a coisa eleva-se de patamar: o Estádio Nilton Santos foi complemente reformado e customizado com as cores do Botafogo para o abraço entre time e torcida ser cada vez mais forte. Com a grande procura e investimento, o clube passou da marca de 30000 sócios-torcedores, o que indica que essa parceria entre adeptos e jogadores continuará dando certo em 2017.
O Botafogo busca surpreender a todos novamente
Jair Ventura não tem em suas mãos o elenco mais poderoso e técnico do Brasil, muito pelo contrário. O Botafogo é um time marcado pela sua entrega, organização tática e, o fator mais nítido de todos, a união entre os jogadores, que se superam jogo após jogo, mesmo com tantos problemas de lesão.
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Se algo tem que ser destacado nessa equipe é a compactação, fator garantido por uma sólida e entrosada defesa, tendo Joel Carli como seu grande ícone. Por outro lado, o maior problema dessa equipe é a questão dos cartões: no ano passado, eram dois cartões por partida, na média.
O objetivo para essa edição é claro e já conhecido pelo torcedor alvinegro: surpreender novamente. O Botafogo tem a grande possibilidade e o direito em almejar dias de glórias no futuro.