O Botafogo, que joga a Libertadores pela quinta vez na sua história, volta a disputar um jogo de oitavas-de-final, fato que não acontecia desde a edição de 1996, quando a equipe foi eliminada pelo Grêmio, com uma derrota por 2 a 0 em Porto Alegre após um empate em 1 a 1 no Rio de Janeiro. A melhor campanha do Glorioso foi em 1963, quando fora eliminado pelo Santos de Pelé.

 

Botafogo é um dos times mais ‘cascudos’ do campeonato

Vindo da segunda fase da Pré Libertadores por conta da quinta posição no Brasileirão de 2016, o Botafogo já passou por situações de jogos eliminatórios em duas ocasiões, contra Colo-Colo e Olimpia. Em ambos os jogos, a equipe alvinegra demonstrou não ter medo de camisas ‘pesadas’ e conseguiu demonstrar o seu padrão tático com muita qualidade, tendo cada vez mais o perfil de um time copeiro e brigador.

Na fase de grupos, a vida do Glorioso não foi facilitada, muito pelo contrário: teria pela frente uma das chaves mais difíceis, com Barcelona de Guayaquil, Estudiantes e Atlético Nacional. Em uma campanha mostrando um futebol muito bem organizado, a equipe carioca deixou mais dois campeões continentais pelo caminho – se classificou em primeiro, tendo o Barcelona em segundo.

Com isso, o Botafogo é uma das equipes que mais chega preparada, por conta de todas as situações complicadas que foram superadas. Com três vitórias, um empate e duas derrotas, o primeiro lugar foi garantido graças ao saldo de gols. O grande marco dessa fase foi o triunfo por 2 a 0 sobre o Atlético Nacional, no Atanasio Girardot. O destaque da equipe, até agora, é Rodrigo Pimpão, com quatro gols marcados.

 

O confronto: como sempre, nada é fácil

Assim como nas outras fases, o Botafogo não foi coroado com a maior das sortes e o Nacional, do Uruguai, será o adversário. A equipe é uma das mais tradicionais do continente, tendo 46 títulos nacionais – é, inclusive, o atual campeão uruguaio – e 4 títulos internacionais: três Libertadores (1971,1980,1988) e uma Recopa (1989). Além disso, foi campeã mundial em todas as vezes que jogou o torneio.

Na atual Libertadores, o Nacional foi beneficiado em função da polêmica do zagueiro Luiz Otávio, da Chapecoense, que perdeu pontos por conta da sua escalação irregular, e acabou favorecendo a equipe uruguaia, que passou na segunda colocação, atrás do Lanús.

Ao todo, foram 2 vitórias, 2 empates e 2 derrotas. Por ter sido o vice colocado do seu grupo, a primeira partida será no Estádio Gran Parque Central, onde a equipe teve as suas duas derrotas até agora, para Zulia e Lanús. Porém, o Rey de Copas mostra que a sua camisa pesa e que o time não é bobo, já que fora de casa demonstrou as suas  melhores atuações.

O grande destaque da equipe é o atacante Kevin Ramírez, de 23 anos, e Hugo Silveira, o camisa 9 da equipe que soma até aqui dois gols. Além deles, o Nacional possui experientes jogadores em seu plantel, como Álvaro González, ex-Lazio, e Jorge Fucile, que jogou pelo Santos no Brasil, mas que teve passagem marcante pelo Porto.

 

Rodrigo Pimpão é o jogador mais decisivo do Botafogo na competição. (Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)
Rodrigo Pimpão é o jogador mais decisivo do Botafogo na competição. (Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)

 

Histórico é favorável ao Botafogo

Em toda a história, Botafogo e Nacional se enfrentaram apenas duas vezes, ambas em 1973, na Taça Libertadores daquele ano. O Alvinegro conseguiu passagem para a próxima por ter ficado na primeira posição, em um grupo que continha, também, Palmeiras e Peñarol.

Nos confrontos com o próximo adversário na competição, duas vitórias: no Rio de Janeiro, triunfo por 3 a 2 com dois gols de Marinho Chagas e um de Jairzinho. Em Montevidéu, o resultado foi de 2 a 1, com Jairzinho marcando mais uma vez e Roberto completando o marcador.

 

O que esperar do confronto?

O Botafogo enfrentará aquilo que já se acostumou nessa Libertadores: equipes com uma enorme tradição, com uma camisa pesada mas que não possuem times que condizem com o tamanho de sua história. Apesar da equipe de Martín Lasarte ser bem treinada, mostrou defeitos ao jogar diante de sua torcida, com as duas derrotas sofridas na fase anterior.

O equilíbrio é grande: se o histórico é a favor da equipe brasileira, a tradição é a vantagem da equipe uruguaia. Um time forte defensivamente enfrentará um que não abdica de atacar. Com certeza, um dos confrontos balanceados das oitavas-de-final.

Porém, confrontos de Libertadores são sempre imprevisíveis e qualquer tipo de cuidado é pouco. Se a equipe uruguaia sofreu sob seus domínios, provou que sabe jogar em um campo que não está acostumado. Devido à tradição do Nacional, será um confronto complicado e sem favoritos. 

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