A conquista do Campeonato Brasileiro de 1995 é um dos maiores títulos da galeria do Botafogo e, provavelmente, um dos – se não o mais – comemorados e importantes por parte dos torcedores. Fazendo uma campanha surpreendente com o comando de Paulo Autuori, o torneio colocou Túlio, Gonçalves, Donizete e companhia no patamar dos maiores ídolos da história do Glorioso, que conquistou o seu segundo título da competição.

Como consequência dessa conquista, a equipe de General Severiano teria o direito de disputar a Taça Libertadores de 1996, mesmo com um elenco um pouco desmontado. O Botafogo entraria no Grupo 4 ao lado das equipes chilenas Universidad de Chile, Universidad Católica e o Corinthians. Com uma campanha emocionante, garantindo a vaga apenas na última rodada, após uma vitória sobre a La U, o Glorioso ficou em terceiro lugar e garantiu uma vaga, por conta do regulamento da época, nas oitavas de final.

Nessa fase, o Botafogo teria pela frente outro clube brasileiro, o Grêmio. No primeiro jogo, no Maracanã lotado, o Glorioso partiu pra cima do Imortal e conseguiu abrir o placar com golaço, graças a uma falta sofrida por Túlio cobrada do meio da rua por Jamir, no ângulo. Porém, na segunda etapa, as coisas mudariam de lado, e o Alvinegro tomou o empate graças a um gol de cabeça marcado por Jardel, o “rei da grande área”. Um resultado ruim, já que dava a vantagem do gol fora de casa à equipe do Rio Grande do Sul. Confira os gols desse jogo:

No jogo da volta, em um Olímpico com 35 mil pessoas, o Grêmio abusou da jogada que, na época, era a sua especialidade: o cruzamento. Foi desse jeito que abriram o placar, Arce colocou na área e o zagueiro Luciano abriu o placar. O jogo continuaria aberto, com as duas equipes tendo chances, mas parando nos goleiros Wágner e Danrlei. Mas, no segundo tempo, o confronto seria liquidado: com uma troca de passes, Carlos Miguel faria o segundo e último gol daquela noite, que classificaria o time gaúcho. Os gols da partida:

FICHA TÉCNICA

Grêmio: Danrlei; Arce, Luciano, Adílson, Roger; Dinho, Luis Carlos Goiano, Aílton (Rivarola), Carlos Miguel; Paulo Nunes (Rodrigo Mendes), Jardel (João Antônio). Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Botafogo: Wágner; Perivaldo (Souza), Wilson Gottardo, Gonçalves, Jefferson; Moisés, Jamir, Beto, Edmilson; Bentinho, Túlio. Técnico: Ricardo Barreto

Na continuação da competição, o Grêmio passaria pelo Corinthians nas quartas de final, mas pararia no América de Cali nas semis. O clube colombiano que, mais tarde, perdera a final para o River Plate, que conquistou o segundo título da América de sua história.

Esse confronto, há 21 anos, é, pelo menos até à noite da próxima quinta (06), o último jogo do Botafogo em confrontos eliminatórios pós-fase de grupos na Libertadores. Depois de tanto tempo, o Glorioso conseguiu, através de uma bela campanha na fase se grupos da atual edição da competição, uma vaga nesse temido escalão e voltará a jogar partidas de tamanha importância. O adversário será o tradicional Nacional, do Uruguai, que possui três títulos da Libertadores. É bom ressaltar que o Botafogo se transformou no “exterminador de campeões”, já que, até agora, eliminou Colo-Colo, Olimpia e Estudiantes, clubes com muita tradição continental.

Essa caminhada recheada de alegrias e pontos positivos retrata a história e as boas participações da equipe de General Severiano na competição, apesar de não ter jogado a mesma muitas vezes. Nas suas outras quatro participações, foi eliminado na fase de grupos em apenas uma ocasião (2014), chegou até as semi-finais em outras duas vezes (1963 e 1973) e a já citada edição de 1996, quando foi derrotado nas oitavas.