Algo pertinente na equipe do Botafogo que disputava a Copa do Brasil era a falta de jogadores ofensivos no banco de reservas que poderiam mudar uma partida no meio do caminho. Esse problema se tornou ainda maior na semi-final, quando Rodrigo Pimpão não pôde jogar e Guilherme, 12º jogador da equipe, foi ao time titular, deixando uma lacuna no banco.

Por conta do regulamento da competição, quatro jogadores que chegaram ao Botafogo durante o ano, não poderiam ser inscritos para jogar o torneio, dificultando a vida do treinador Jair Ventura. A história, porém, não se repetirá na Taça Libertadores e Arnaldo, Brenner, Leonardo Valencia e Marcos Vinicius poderão entrar em campo e são opções para o treinador Alvinegro.

Quais opções esses jogadores podem dar? Quais recursos podem oferecer durante uma partida? O que muda no jogo com a entrada deles? Podem ser titulares? Como estão jogando nas últimas partidas? A VAVEL Brasil preparou um especial indiciando as principais características desses jogadores e respondendo a essas perguntas:

 

Arnaldo

Dos quatro jogadores, esse é o que mais tem chance de começar entre os titulares. Vindo do Ituano após o fim do Campeonato Carioca, Arnaldo teve um começo regular, sem muito brilho e de atuações sem muito diferencial. Com o tempo, porém, evoluiu, conheceu mais os jogadores do Botafogo e atualmente está totalmente entrosado com o restante da equipe.

Como Luis Ricardo – teoricamente o titular da posição – não vem apresentações boas atuações regularmente desde que voltou da sua grave lesão, Arnaldo aproveitou a brecha e assumiu o posto de titular da equipe, mesmo com a forte concorrência vinda do outro jogador e do zagueiro Marcelo, que atuou por diversas vezes improvisado na lateral direita em 2017.

(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)
(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)

Do seu estilo de jogo, a característica que se destaca é a velocidade. Possivelmente, é o jogador mais veloz do onze titular e um dos poucos que pode oferecer uma arrancada inesperada – como lhe é de praxe em alguns momentos, quando consegue uma roubada de bola e arranca, com dribles rápido e aproveitando sua agilidade, até o campo de ataque.

Da maneira em que vem jogando, mesmo com os problemas em cruzamento para a área, Arnaldo pode ser considerado mais um achado dessa diretoria do Botafogo. Um dos destaques do Ituano, campeão do Interior no Campeonato Paulista, o jogador foi pouco especulado nas outras equipes da elite do futebol brasileiro.

 

Brenner

(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)
(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)

Vindo do Internacional após a polêmica troca com Camilo, Brenner não se destaca muito justamente pela maravilhosa fase vivida por Roger, o titular da posição na equipe de Jair Ventura. Artilheiro do último Campeonato Gaúcho, o atacante ex-Internacional marcou um gol com a camisa do Botafogo, contra a Ponte Preta, pelo Campeonato Brasileiro. Além disso, deu o bonito passe para o gol de Leandrinho, na vitória contra o próprio Grêmio, pelo Brasileirão.

Apesar das poucas chances, Brenner demonstrou que pode ser útil e que pode fazer aquilo que Jair Ventura exige: movimentação e força. O atacante consegue sair da área com facilidade, se movimentar para abrir espaços na defesa adversária e jogar com a bola nos pés – visto na assistência para Leandro.

Brenner pode ser importante para uma situação hipotética: no caso do jogo estar se aproximando do final e o Botafogo precisar de algum gol para conquistar sua classificação, Jair Ventura pode aproveitar a presença de área e noção de cabeceio de Brenner para tentar chegar ao objetivo de marcar a partir de cruzamentos na direção da área gremista.

 

Leonardo Valencia

Jogador da Seleção Chilena, a principal contratação do ano ainda não mostrou tudo aquilo que era esperado, visto as suas atuações pelo Palestino, seu ex-clube. Apesar disso, é notável que o meio-campistas possui qualidades que nenhum outro jogador do elenco possui: explosão, capacidade de dribles curtos e arrancadas em diagonal para a grande área adversária.

Leo Valencia teve uma sólida atuação na sua estreia,contra o Palmeiras, e apresentou um ótimo futebol no último domingo (10), na vitória sobre o Flamengo por 2 a 0 no Campeonato Brasileiro. O que preocupa é que as outras aparições do chileno não foram tão produtivas assim, já que ele ficou marcado por não tocar a bola para companheiros bem posicionados em situações de perigo de gol.

(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)
(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)

Jogando tudo o que sabe, é, tecnicamente, um dos melhores jogadores do elenco e, mantendo atuações regulares, vai criar uma grande dor de cabeça para Jair Ventura escalar a equipe titular, já que pode jogar tanto como meio-campo ou como um jogador pelos lados de campo, aproveitando a sua velocidade.

Além disso, Valencia tem as batidas de bola parada como uma das suas principais qualidades, algo que é muito importante, principalmente em partidas importantes. Com a experiência de ser um jogador de seleção e recentemente ter jogado a Copa América e Copa das Confederações, o chileno pode se tornar um dos jogadores mais cruciais nessa reta final da Taça Libertadores.

 

Marcos Vinicius

Envolvido na negociação que levou Sassá ao Cruzeiro, Marcos Vinicius foi uma grata surpresa: de jogador negociável e pouco utilizado na Raposa, se tornou uma peça interessante ao elenco do Botafogo, jogando como titular em diversas ocasiões e mostrando boas atuações com a camisa alvinegra pelo Campeonato Brasileiro.

Marcos Vinicius poderia ter um sucesso maior se fosse mais saudável. Sofrendo com lesões desde os tempos de Cruzeiro, o jogador não consegue ter uma sequência e é muito difícil que consiga jogar uma partida por inteiro. Jair Ventura tem noção disso e utiliza o jogador com sabedoria, tendo noção dos limites físicos que ele possui.

(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)
(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)

A característica que destoa Marcos Vinicius dos outros jogadores do elenco é a sua qualidade nos chutes de média distância. Sempre que pode, o atleta tenta achar uma boa condição para finalizar com a sua potente perna direita. Grande exemplo disso foi o seu chute no travessão, na partida contra o Fluminense, no Maracanã, e nos dois gols que marcou contra o São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro.

Sua imposição física, dribles objetivos e força para finalizar representam itens que podem ser importantes para essa partida. Contra o forte sistema defensivo do Grêmio, ter a opção de um jogador que consiga se movimentar com a bola nos pés em diagonal é essencial, fazendo com que abra-se espaços para as infiltrações de outros jogadores.