O Botafogo enfrentou o Palmeiras nessa segunda-feira (27) em busca da vitória para se aproximar da vaga na Libertadores de 2018 e acalmar os ânimos com a torcida. No entanto, o plano não saiu como esperado: o alvinegro carioca perdeu a quarta seguida no campeonato, está fora da zona de classificação e agora não depende apenas de si mesmo para conquistar a classificação. Diante desse cenário, Jair Ventura, que vem sendo alvo de alguns torcedores, citou as perdas que o time teve durante a temporada e a qualidade do adversário, mas assumiu a culpa para si. 

"Tudo que o eu falar agora vai parecer desculpa e será redundante. Se eu falar das perdas que tivemos... Agora com o Roger já são 13 jogos sem o meu artilheiro. Se eu falar da qualidade individual do Palmeiras também será redundante. Então, o treinador é pago para criar alternativas quando você perde jogadores. E eu não consegui criar alternativas. Então o grande responsável sou eu", lamentou o técnico. 

Falta apenas um jogo para acabar o Campeonato Brasileiro e as vagas para a Libertadores de 2018 ainda não foram preenchidas. Se o botafoguense é supersticioso, ele pode se agarrar ao fato que, assim como o ano passado, quando se classificou para a pré-libertadores, o Botafogo só conseguiu o feito na última rodada contra o Grêmio, que já estava garantido na competição por ter ganho a Copa do Brasil de 2016. Esse ano, o Botafogo também precisará da última rodada e também enfrentará o atual campeão da Copa do Brasil, o Cruzeiro. Diante das circunstâncias, para Jair Ventura, é acreditar até o final.

"Temos mais um jogo em casa para conseguirmos nossa classificação. Assim como contra o Grêmio, no ano passado, conseguimos a vaga na última rodada. Temos chances ainda". 

Com a eliminação na Copa do Brasil e Libertadores, a relação entre torcida e time começou a ficar estremecida. As recentes perdas no Brasileirão apimentaram ainda mais os ânimos entre os dois e foram o estopim para episódios de protestos em aeroporto e treinos. Jair Ventura, que não havia sido criticado até então, passou a ser alvo de torcedores e ser chamado de "Burro" durante os jogos por conta de suas substituições. Apesar da pressão, o jovem técnico prefere não pensar no que pode acontecer com seu cargo e focar apenas na situação dos seus atletas.

"Tenho contrato. Só não fico caso a direção entenda que tenha que mudar. Estou focado nessa situação da Libertadores. Independente da classificação ou não, eu permaneço porque tenho contrato", esclareceu. "A torcida é paixão. O sofrimento deles é o nosso sofrimento. É lógico que os profissionais estão de passagem, e a torcida é o grande patrimônio do clube. Tudo que fazemos aqui é para dar o melhor para eles. Mas nem sempre o nosso melhor agrada. E ficamos tristes, porque somos pagos para isso"

Um outro episódio que serviu para enfraquecer a união entre torcida e treinador foi a recente fala de Jair sobre não ser "obrigação do clube se classificar para a Libertadores". Sobre o caso, o técnico esclareceu dizendo que a falta de obrigação não é desculpa para não lutar.  "Eu falei que não era obrigação. Mas obrigação é diferente de não darmos o máximo, o nosso melhor. Vamos vender caríssimo esse último jogo em casa para conseguirmos essa classificação", afirmou. 

Sobre o  atacante Roger, que vem se recuperando de uma cirurgia para retirada de um tumor, está de malas prontas para deixar General Severiano. O atleta de 33 anos, que tem contrato até o fim do ano, assinou um pré-contrato com o Internacional e irá se apresentar em janeiro. Roger ainda pode atuar no último jogo do ano do alvinegro, mas, para Jair, o seu retorno e, também, despedida é improvável. "Difícil, muito tempo fora, perdeu quatro quilos de massa magra. São 13 jogos sem o meu artilheiro, isso faz falta para qualquer equipe do mundo. Acho difícil ele jogar"

Enquantos uns saem, outros estão chegando: o menino Ezequiel fez a sua estreia em campo pelo profissional nessa segunda-feira (27) e já se torna uma opção para a partida de domingo (3) contra o Cruzeiro, principalmente após as suspensões de Bruno Silva, João Paulo, Rodrigo Pimpão e Gilson, que tomaram cartão amarelo contra o Palmeiras. 

"É uma joia nossa, velocista, tem o um contra um muito bom. É um menino, temos que ter cuidado. Mas tenho uma necessidade. Não posso esperar e ficar sem opção no banco. Hoje eu já perdi o Pimpão. E só tenho o Guilherme de atacante de velocidade. Então é que que temos e vamos usá-lo", encerrou o treinador.