A temporada do Botafogo terminou em baixa. A 10ª colocação no Campeonato Brasileiro resulta em uma não-participação na Taça Libertadores do ano que vem, competição que deu as maiores alegrias e os pontos mais destacáveis na temporada. O Glorioso foi, literalmente, do céu ao inferno, já que passou muitas rodadas dentro da zona de classificação para a competição internacional. Mas, no final, ficou de fora.

Mas, e sobre o elenco? Qual jogador decepcionou? Qual jogador foi uma grata surpresa? Quem se destacou e merece ficar para o ano que vem? Nesse especial de retrospectiva, a VAVEL Brasil traz uma análise do plantel do Botafogo no ano de 2017 com alguns comentários sobre cada atleta.

Goleiros:

Gatito Fernandez – Viveu o ano da sua carreira. Chegou sob muita desconfiança, falhando nos seus primeiros jogos, mas “nasceu” no confronto contra o Olímpia, na Pré-Libertadores. Desde então, se valorizou e foi um dos principais jogadores do clube na temporada. Ficou marcado por ser um exímio pegador de pênaltis, defendendo 8 cobranças durante a temporada.

Jefferson – É ídolo do clube e justifica isso a cada ação dentro da instituição. Mesmo com toda sua bagagem, respeitou o momento de Gatito e não fez alarde uma vez sequer por estar no banco de reservas. Quando esteve em campo, foi aquilo que todos estão acostumados a ver: um exemplo de liderança e empilhando grandes atuações. É o grande ícone do Glorioso.

Helton Leite – Permaneceu como terceiro goleiro durante toda a temporada, quase não entrando em campo. Nas poucas vezes que foi requisitado, provou que ainda não tem o psicológico suficiente para ser o titular da meta. 

Saulo – Oriundo da base, jogou apenas uma partida no ano, contra o Fluminense, pelo Campeonato Carioca. Na ocasião, não demonstrou segurança e poderia ter feito um trabalho menor. Porém, ainda é jovem e foi o herói da conquista do Torneio OPG, pela categoria Sub-20. Um empréstimo em 2018 é válido para o garoto ganhar rodagem profissional.

Laterais:

Luís Ricardo – Não conseguiu repetir as mesmas atuações de 2016, antes da grave lesão. Foi mal em momentos cruciais da temporada, como nas partidas contra o Flamengo, pela semi-final da Copa do Brasil. Apesar disso, é um jogador importante para o grupo, já que possui uma boa relação com os outros atletas.

Arnaldo – Foi uma grata surpresa. Contratado às pressas por conta das inúmeras lesões no setor, ocupou a vaga de titular mesmo após o retorno de Luís Ricardo. Muito rápido, conseguiu criar muitas chances em algumas partidas. Não foi espetacular, mas também esteve longe de comprometer.

Marcinho – Campeão brasileiro sub-20 em 2016, sofreu uma grave lesão no começo do ano e não teve como jogar por muito tempo. Apesar disso, é jovem e tem muita habilidade, o que pode render muitos frutos no futuro. Após finalizar seu tratamento, deve ser utilizado com muita frequência em 2018.

Jonas – Mesmo caso de Marcinho: se machucou no começo do ano e não conseguiu jogar muito. O seu caso, porém, é diferente: não empolgou nas poucas vezes que esteve em campo e, com 30 anos, não deve ficar no elenco para 2018.

Victor Luis – Em seu segundo ano no clube, foi um dos melhores jogadores. Intenso na marcação, foi uma personificação da equipe de Jair Ventura, que foi marcada pela vontade e pela garra. Deixou a desejar um pouco no final de ano, sendo criticado por uma parte da torcida. Não deve ficar para 2018, já que o Palmeiras não tem interesse em renovar o empréstimo.

Gilson – Cumpriu perfeitamente o papel de ser um jogador para elenco. Quando esteve em campo, não comprometeu e ainda trouxe a opção da versatilidade, já que pode jogar mais avançado. É um bom nome para se manter no ano que vem.

Victor Lindenberg – Esteve em campo apenas contra o São Paulo, mas, provavelmente, terá mais tempo de jogo em 2018. É uma promessa e um dos grandes jogadores das categorias de base do clube. 

Zagueiros:

Joel Carli – Capitão da equipe, teve a sua segunda ótima temporada consecutiva. Não é muito rápido, mas compensa com uma exímia noção de posicionamento e grande aproveitamento nas jogadas aéreas. Seu grande problema é reclamar depois e tomar muitos cartões por isso.

Igor Rabello – Foi a grata surpresa de 2017. Vindo da base em 2014, Igor, apesar de ter ido para a Seleção Brasileira no Sub-20, não foi bem em seu ano de estreia. O empréstimo ao Náutico o fez muito bem, já que foi o melhor zagueiro do clube no ano. Graças as grandes atuações, não deve ficar para 2018, já que alguns clubes italianos têm interesse em contar com o seu futebol.

Marcelo – Outro vindo da vitoriosa equipe do Sub-20 em 2016, Marcelo mostrou que tem muita habilidade e que pode, facilmente, ser o nome da zaga do Botafogo durante muitos anos. Pecou em alguns momentos por falta de experiência, o que é totalmente normal. Tem tudo para assumir a titularidade em 2018 e ser um dos destaques.

Emerson Silva – Titular na Pré-Libertadores, o experiente zagueiro foi muito bem nesse período. Após uma lesão, porém, não conseguiu repetir essas atuações e terminou o ano em baixa.

Emerson Santos – Peça importante na campanha de 2016, o jovem zagueiro tinha tudo para decolar nesse ano, mas não conseguiu. Travou uma batalha com a diretoria sobre a sua renovação de contrato durante toda a temporada e isso refletiu em suas atuações, muito abaixo do que havia apresentado. Vai se juntar ao Palmeiras no começo de 2018.

Volantes:

Rodrigo Lindoso – Como jogou mais avançado durante boa parte da carreira, Lindoso consegue trazer qualidade na saída de bola do Botafogo. Tendo o passe como seu carro-chefe, deixou a desejar defensivamente em alguns pontos. Empilhou grandes atuações consecutivamente no meio do ano e, apesar de ter terminado em baixa, tem tudo para continuar em 2018.

Matheus Fernandes – A maior joia do pacote campeão brasileiro Sub-20. Em seu primeiro ano como profissional, mostrou personalidade, tendo um aproveitamento grande nos desarmes e no posicionamento em campo. Pode melhorar um pouco seu físico, atributo necessário para um primeiro volante. Deverá ser o dono do meio-campo da equipe em 2018.

Airton – Outro que sofreu com uma grave lesão no ano. Quando esteve em campo, porém, foi um dos melhores jogadores da equipe. Joga de cabeça erguida, tem qualidade no passe e consegue ocupar os espaços com perfeição. Se recuperando, a diretoria do clube cometeria um crime caso não renovasse o contrato do volante.

Fernandes – Não jogou muito esse ano. Ainda é jovem e pode evoluir. Provavelmente, será emprestado ao Atlético-GO em 2018, e essa será a melhor oportunidade para tentar melhorar suas atuações.

Dudu Cearense – Experiente, é um grande jogador de grupo, já que sempre se impõe nos momentos pré-jogos e exerce a função de mentor para muitos atletas do elenco. Dentro de campo, porém, deixou a desejar em algumas ocasiões.

João Paulo – Chegou do Santa Cruz sem muito alarde e foi o jogador mais regular do Botafogo no ano. Com grande qualidade no passe, João Paulo ocupa os espaços com perfeição, sendo uma boa opção tanto no ataque quanto na defesa. Se melhorar a sua finalização, será um dos grandes jogadores do país. Definitivamente fica para 2018.

Gustavo Bochecha – Destaque da base, sofreu uma lesão na sua primeira partida e ficou fora durante a maior parte do ano. Deverá ser uma figurinha repetida na equipe em 2018.

Bruno Silva – O melhor jogador do clube no ano. Em uma nova função, jogando pelo lado direito, o Camisa 8 conseguiu melhorar o nível das suas atuações. Incansável, era um leão na marcação e mostrou bom aproveitamento no ataque. Um gesto para a torcida na reta final do Brasileirão, porém foi o estopim para o fim da relação do jogador com o clube. Não deve permanecer para 2018.

Meias:

Leonardo Valencia – Chegou com status de solução após as saídas de Camilo e Montillo, mas não conseguiu corresponder a isso. Mesmo assim, é possível perceber que possui habilidade e, com a natural adaptação, tem tudo para ser o principal nome da equipe em 2018.

Marcos Vinícius – Envolvido na troca com Sassá junto ao Cruzeiro, teve alguns bons momentos com a camisa alvinegra. Sua principal arma é um potente chute de média distância, qualidade que nenhum outro jogador no elenco possui. Porém, deixou a desejar em muitas oportunidades por se omitir e desaparecer de alguns jogos. Desenvolvendo sua parte física, é provável que seja importante em 2018.

Leandrinho – Outro que foi refém das lesões. Quando esteve em campo, mostrou que tem qualidade o suficiente para controlar o jogo e distribuir as jogadas. Ainda é jovem, e mostrou ser muito útil jogando na posição de volante, setor que estava atuando antes de se machucar. Essa versatilidade e qualidade tem que, definitivamente, permanecer para o ano que vem.

Atacantes:

Rodrigo Pimpão – Marcado pelo seu esforço dentro de campo, é um atacante muito “colaborativo”, já que cumpre um papel defensivo dentro de campo. Ofensivamente, porém, deixou a desejar, apesar de ter sido o artilheiro da equipe na Libertadores. É um bom jogador para se ter no elenco.

Roger – Assim como muitos outros, teve um começo ruim e, com o tempo, conseguiu se adaptar ao esquema, se tornando uma peça chave do mesmo. Viveu grandes momentos com a camisa Alvinegra, inclusive com a sua filha, Giulia. Assim como Bruno Silva, sai em baixa por conta de algumas declarações na mídia.

Guilherme – Tem habilidade, mas falta cabeça às vezes. Foi importante, principalmente entrando no segundo tempo das partidas, já que era uma opção de velocidade que a equipe titular não possuía. Pertence ao Grêmio e não deve permanecer no clube em 2018.

Vinícius Tanque – Ainda é jovem, falta experiência e não vai receber o tempo de jogo necessário para desenvolver o seu futebol aqui. Assim como Fernandes, deve ser emprestado ao Atlético-GO em 2018, o que será benéfico para sua carreira.

Brenner – Envolvido na negociação de Camilo, marcou alguns gols na reta final do Campeonato Brasileiro, quando assumiu a posição de Roger. Mesmo assim, não teve muitos momentos marcantes. Apesar disso, é um bom nome para se ter no elenco, já que ainda é jovem.

Ezequiel – Um dos poucos pontos positivos da parte final da temporada. Esteve presente apenas em dois jogos, mas provou que possui noção de drible e inteligência no belo gol que marcou contra o Cruzeiro. Deve ser figurinha repetida no time titular em 2018.