Com muitas dificuldades financeiras, por conta de algumas ações de diretorias do passado, o Botafogo teve que ser inteligente e saber estudar o mercado, para conseguir dar um tiro certeiro com a única bala que tinha em mãos. Sem gastar muito dinheiro e sem sair do teto salarial estipulado, a equipe de General Severiano conseguiu, até aqui, contratar Luiz Fernando, Renatinho e Leandro Carvalho, todos jogadores jovens, que têm muito a adicionar ao elenco.  

Mesmo assim, é importante que um clube nessa situação saiba mexer com os jogadores das categorias de base, principalmente no caso do Botafogo, que coleciona bons resultados recentes nas categorias recentes, graças ao trabalho de Eduardo Barroca, que preza pela coletividade, intensidade e qualidade do jogo, o Alvinegro passou a ser mais respeitado nesse cenário, ganhando o Campeonato Brasileiro Sub-20 em 2016, fora as diversas conquistas estaduais.

Dessa maneira, a VAVEL Brasil preparou esse especial para falar sobre algumas características de jogadores oriundos das categorias de base que podem aparecer na equipe profissional no decorrer de 2018. A lista possui atletas para os três setores do campo, o que prova que o trabalho feito nas equipes inferiores do Botafogo é sério e pode render muitos frutos. Além disso, é importante lembrar que Igor Rabello e Matheus Fernandes, peças importantes em 2017, também são “crias de General”.

Helerson

(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)
(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)

Joel Carli foi o grande nome defensivo do Botafogo nos últimos anos, marcado por bom senso de posicionamento e altura privilegiada, o argentino acaba tendo mobilidade e agilidades reduzidas por conta de seu tamanho. Essas são definições que cabem para Helerson, um dos zagueiros titulares da equipe Sub-20 em 2017, e que foi reserva de Marcelo na conquista do Brasileirão em 2016.

Helerson é marcado por ser aquele zagueiro que fica preso à defesa, não tendo a movimentação como aliada. Por outro lado, compensa com isso com uma grande qualidade no jogo aéreo, tanto defensivo quanto ofensivo, já que marcou sete gols no ano passado. Canhoto, o atleta de 20 anos joga prioritariamente, obviamente, no lado esquerdo da zaga, mas também pode ser escalado pela direita.

Kanu

(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)
(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)

Um dos jogadores mais “experientes” dessa safra, já que foi um dos principais jogadores na conquista do Brasileiro em 2016, inclusive marcando o gol do título, contra o Corinthians, em São Paulo, sendo o capitão da equipe em 2017, um dos principais nomes da equipe. Por isso, apesar de possuir poucos jogos em um nível profissional, Kanu tem muita rodagem dentro das quatro linhas.

Diferentemente de Helerson, Kanu se destaca por ser um zagueiro mais técnico: possui mais mobilidade e qualidade no passe e, consequentemente, acaba sendo um defensor “de combate”, já que geralmente é o primeiro a se adiantar para tentar roubar a bola de um jogador adversário. Dessa maneira, os dois zagueiros citados até aqui se complementavam, talvez sendo um dos motivos do sucesso em 2017.

Gustavo Machado

(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)
(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)

Também conhecido como Bochecha, foi um dos principais jogadores da conquista do Brasileiro em 2016, tendo sido eleito o melhor jogador da grande final, contra o Corinthians. Fez sua estreia profissional no ano passado e tinha tudo para despontar com Jair Ventura, mas sofreu uma séria lesão na sua primeira partida, contra o Macaé, pelo Campeonato Carioca, perdendo praticamente todo o ano por conta disso.

Recuperado, pode ser uma peça interessante para Felipe Conceição, já que é um volante que participa muito dos jogos, cobrindo espaços, auxiliando nas jogadas e dando uma sustentação entre ataque e defesa. Resumindo, é um volante que consegue trazer qualidades em todos os fundamentos necessários, podendo ser um jogador importante na faixa central, seja para proteger os zagueiros ou cuidar de desarmes e conseguir ir ao ataque em algumas oportunidades.

Lucas Campos e Ezequiel

(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)
(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)

Dois jogadores de características parecidas: capacidade de drible, velocidade e grande vantagem em disputas um contra um. Tem a estatura ideal para jogadores que atuam pelos lados do campo: são baixos, mas compensam com um grande ritmo, o que representa jogadores que podem incomodar qualquer defesa por meio de sua habilidade, seja jogando como pontas ou como meias laterais. Podem ser boas opções de segundo tempo, buscando colocar fogo nas partidas.

Até aqui, Ezequiel foi o que demonstrou mais futebol em nível profissional, tendo marcado um dos gols no empate contra o Cruzeiro, pela última rodada do Campeonato Brasileiro de 2017 e, por isso, é um dos xodós da torcida. Ao seu lado, possui uma maior capacidade de drible do que o companheiro citado, mas Lucas Campos, por sua vez, compensa com mais força física, podendo também atuar na faixa central do campo.

Igor Cássio

(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)
(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)

Artilheiro da base em 2017, Igor Cássio é marcado, diferentemente de Lucas Campos e Ezequiel, por ser um atacante menos móvel – apesar de sair muito da área e ajudar na recomposição defensiva. Com isso, pode ser interessante na proposta de Felipe Conceição, que exige dos atacantes a busca pela bola e por espaços, além de criar jogadas para outros companheiros por meio de pivôs.

Atualmente, o atleta encontra-se fora de combate por conta de uma lesão nos ligamentos do joelho, no final do ano passado. É realmente um homem-gol, que consegue incomodar os zagueiros e tem a finalização como grande qualidade. Em uma equipe com problemas no setor, é possível esperar grandes chances a Igor Cassio em 2018.

Jonathan

Jonathan à direita (Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)
Jonathan à direita (Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)

Um dos grandes destaques da campanha do Botafogo na Copa São Paulo de Futebol Júnior desse ano, o lateral-esquerdo Jonathan é marcado pela enorme qualidade técnica, já que encontra facilidade para chegar à linha de fundo e participar da fase ofensiva do Botafogo e consegue cruzar muito bem – o que acaba representando uma ameaça às defesas adversárias, já que possui a capacidade de ser um “elemento surpresa” pelos lados do campo.

Apesar do grande destaque, Jonathan não pertence ao Botafogo. Ele foi emprestado pelo Nova Iguaçu no ano passado e a equipe de General Severiano busca adquiri-lo em definitivo o quanto antes, já que suas atuações na principal competição de base do país impressionaram e a lateral-esquerda é uma das posições mais carentes do elenco esse ano, após a saída de Victor Luis.

Rickson

(Foto: Divulgação/Botafogo FR)
(Foto: Divulgação/Botafogo FR)

Outro da atual safra que participou da campanha na Copa SP de Futebol Júnior, Rickson possui grande qualidade física, conseguindo se impor diante de marcadores e tem grande capacidade de finalização – como pôde ser visto na partida contra o Velo Clube, pela fase de grupos da Copinha, quando marca um bonito gol com uma finalização de fora da área.

Com Eduardo Barroca, Rickson se transformou em uma espécie de “meia central”, já que é um dos atletas da trinca de meio-campistas. Antigamente, o atleta era marcado por jogar mais avançado, mas o treinador do sub-20 viu capacidade de condução e de chegada à área, atrelado a capacidade de chutar, como primordiais para essa mudança de posição. Dessa maneira, o jogador é um dos destaques do Botafogo na base.

Wenderson

(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)
(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)

Por último, mas não menos importante, o jogador que possui mais técnica dessa lista. Wenderson é um jogador passador e, por conta de suas grandes atuações nas categorias de base, ganhou chance de representar o Botafogo em nível profissional, entrando no decorrer de duas partidas do último Campeonato Brasileiro. Além disso, foi um dos destaques da equipe na Copinha, tendo grandes atuações principalmente na fase de grupos.

Wenderson foi, durante muito tempo, um meia armador, que jogava avançado. Sob a tutela de Eduardo Barroca, ele se transformou um primeiro volante, já que consegue ocupar espaços, combater os adversários e qualificar a saída de bola alvinegra. É uma espécie de “regista”, já que controla e cria as jogadas jogando recuado, sendo, literalmente, o cérebro da equipe. Com o passe apurado, tem tudo para conquistar chances com Felipe Conceição em 2018. 

 

* Colaborou Fábio de Paula