Lateral-direito do time, Mateus Caramelo é uma das vítimas fatais do acidente aéreo que culminou em 71 mortes da equipe da Chapecoense e de jornalistas que cobriam o clube a caminho de Medellín, na Colômbia. O time iria disputar sua histórica final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional.

Natural de Araçatuba, interior de São Paulo, o jogador começou na base do Mogi Mirim aos 15 anos, em 2009. Estreou como profissional no Campeonato Paulista de 2013 contra o São Paulo, e a boa atuação na partida o rendeu a titularidade. O lateral, com 18 anos na época, fez boa campanha com o time, que foi semifinalista do campeonato. Com a música Camaro Amarelo em alta na época, o atleta chamou a atenção dos programas esportivos pelo apelido, claro, além do bom desempenho. Em entrevista à TV Globo, Caramelo explicou que o motivo do apelido, pelo fato dele ser “doce com as meninas”. Mas o jogador sempre dava uma versão diferente à origem do apelido a cada vez que era perguntado.

O São Paulo, que passava por uma reformulação no elenco, contratou o lateral, junto com o meia-atacante Roni, os dois destaques do Mogi, logo após o Paulista. O curioso é que Caramelo conseguiu manter o apelido lá. O clube não costuma permitir que jogadores usem codinomes. Em sua primeira coletiva na nova casa, se apresentou como um lateral eficiente: “Eu marco forte, ajudo atrás. E nas descidas ao ataque, procuro ser eficiente, fazendo o simples”, disse. Entretanto, Mateus acabou perdendo espaço no tricolor e foi emprestado ao Atlético Goianiense em 2014.

No clube goiano, o jogador convenceu a torcida no início da temporada e foi bem nos primeiros jogos do Campeonato Goiano, mas logo caiu de desempenho e perdeu espaço no time titular. Caramelo teve uma nova chance no final da temporada, quando o lateral titular Jonas se lesionou. Em outubro daquele ano, Mateus Caramelo marcou o gol da vitória contra o América-MG, que viria a ser o seu único gol da carreira.

Em 2015, o Caramelo chegou a retornar ao Tricolor Paulista e se apresentar para a pré-temporada, mas a Chapecoense o contratou por empréstimo de um ano. Ele seria a segunda opção para a lateral direita, já que o titular era Apodi e não havia substitutos. Mas logo no início da temporada Caramelo sofreu lesão, o que voltaria a acontecer no meio do ano. A boa temporada de Apodi, com poucas baixas, também deixou o jogador sem oportunidades. A relação entre Apodi e Caramelo era bastante próxima. O “menino de chocolate”, como Apodi o chamava, apesar de ter participado de somente nove partidas na temporada, gostou da cidade e ficou interessado em renovar o empréstimo, mas sem sucesso.

O jogador retornou ao São Paulo em 2016 e amargou mais seis meses na reserva, desta vez de Bruno. No final de julho, o tricolor contratou o lateral direito Buffarini, e Mateus já não fazia mais parte dos planos do clube para a temporada. Foi emprestado novamente à Chapecoense.

No retorno ao Verdão do Oeste, o lateral participou de duas partidas e se lesionou novamente. Ficou por dois meses fora dos gramados e só voltou a jogar em novembro, numa partida que garantiu a permanência do clube na série A do Brasileirão. A partir da sua recuperação, não saiu mais da titularidade. Fez parte da escalação que empatou por 1 a 1 com o San Lorenzo na Arena Condá e classificou o time para a final da competição contra o Atlético Nacional. Foi o seu último jogo.