O Atlético Nacional de Medellín foi a equipe sul-americana a ser batida em 2016. O time colombiano praticamente dominou o seu país e também o continente com um belo futebol apresentado, além de uma safra de jogadores que impressionou. Nesta terça-feira (4), o clube terá a chance de começar a escrever um novo capítulo de conquistas internacionais, quando enfrenta a Chapecoense, pelo jogo de ida da Recopa Sul-Americana de 2017

Mesmo dominante no continente sul-americano em 2016, desde a fase final do ápice desse reinado verdolaga - o título da Copa Libertadores da América do ano passado - o clube sofreu algumas mudanças, principalmente para esta temporada 2017. Metade delas tiveram destino brasileiro.

Do elenco que foi base do time campeão da Libertadores da América, em julho de 2016, cerca de dez jogadores deixaram os verdolagas e, dentre os dez, cinco se transferiram para o futebol brasileiro, alguns tendo chegado ainda em 2016 e outros com chegada apenas em 2017. As outras saídas foram para o futebol grego, inglês, holandês, argentino e mexicano.

1) Alejandro Guerra

Foto: Divulgação / SE Palmeiras
Foto: Divulgação / SE Palmeiras

Venezuelano e experiente, Guerra foi eleito o melhor jogador da Libertadores 2016, pelo Atlético Nacional. O meio-campista de 31 anos foi decisivo e muito importante em todo o ano para o clube colombiano, mesmo tendo um segundo semestre de 2016 afetado por lesões. Chegou ao Palmeiras em janeiro de 2017 e ainda está em fase de adaptação ao futebol brasileiro, mas já é uma das esperanças da diretoria para a Libertadores 2017.

2) Miguel Ángel Borja

Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras

Considerado por muitos o jogador mais valioso da América do Sul, principalmente após Carlitos Tévez ter deixado o Boca Juniors para atuar no Shanghai Shenhua, da China, Borja teve história meteórica e providencial no Nacional de Medellín. Após rodar por diversas equipes, Borja encontrou seu futebol no Cortuluá, da Colômbia, e se destacou mantendo média de quase um gol por partida.

Assim, o Atlético Nacional, que perdia jogadores do setor ofensivo como Berrío, Ibarbo e Ruiz, foi às compras e apostou no atacante de então 23 anos. Ele, por sua vez, não decepcionou. Em sua estreia, diante do São Paulo no Morumbi lotado, numa semifinal de Libertadores, não poderia ter sido melhor: dois gols e uma grande vitória.

Esse foi só o começo do brilhante ano de Borja, que acabou campeão da Libertadores e decisivo nas outras competições ao longo do ano, além de ser convocado para a seleção colombiana. Foi vendido ao Palmeiras em fevereiro deste ano e, ainda em adaptação, já mostra poder de finalização e começa a marcar gols pelo Verdão.

3) Orlando Berrío

Foto: Gilvan de Souza / Flamengo
Foto: Gilvan de Souza / Flamengo

Berrío era um dos jogadores que faziam a função deixada em aberta por Copete na equipe e, assim, logo se tornou titular da equipe verdolaga. Também importante na campanha do título da Libertadores, além dos outros dois títulos domésticos (Copa Colômbia e Superliga Colombiana), Berrío se tornou mais importante e também mais decisivo com o espaço deixado por Copete.

Também fundamental na campanha da equipe na Copa Sul-Americana de 2016, o jogador de 26 anos deixou vários clubes interessados, principalmente do Brasil. Acabou fechando com o Flamengo, em janeiro deste ano, e é uma das apostas da diretoria rubro-negra para a temporada.

4) Jonathan Copete

Foto: Ivan Storti / Santos FC
Foto: Ivan Storti / Santos FC

O primeiro da "leva" dos campeões da Libertadores saiu antes mesmo de disputar a final da competição mais cobiçada da América do Sul. Copete, que joga pelos lados do campo, destacou-se na fase de grupos e também na fase de oitavas de final do torneio, quando marcou um dos gols que deu a classificação do Nacional diante do Huracán, da Argentina.

Sendo assim, o Santos não dormiu em serviço e logo consultou o clube colombiano para a compra, que se concretizou no fim de maio de 2016. Após bom ano no alvinegro, o jogador continua na equipe santista e é uma das apostas do Peixe para a Libertadores 2017.

5) Luis Carlos Ruiz

Atacante que pode jogar tanto aberto pela esquerda quanto de centroavante, o jogador do Nacional foi importante na fase de grupos da Libertadores e também nas oitavas de final, até que se lesionou em uma partida do Campeonato Colombiano. A lesão aconteceu diante do Atlético de Huila, em maio de 2016, e o atleta desfalcou os verdolagas por alguns jogos na Libertadores.

Sua lesão fez com que o clube buscasse o decisivo Miguel Borja e, com pouco espaço após a lesão, transferiu-se para o Sport Recife antes das finais do torneio, em julho do ano passado. Após passagem apagada pelo clube pernambucano, Ruiz retornou ao Atlético Nacional em janeiro de 2017 e busca retomar melhor forma no clube onde viveu grande fase.

Saídas para outros centros do futebol

Além dos cinco já citados acima, que partiram para o futebol brasileiro, outros cinco atletas considerados integrantes da base campeã da Libertadores 2016 saíram do Atlético Nacional. O atacante experiente Víctor Ibarbo saiu após a fase de oitavas de final para o Panathinaikos, da Grécia, e lá não se firmou, sendo transferido para o Sagan Tosu, do Japão, no início de 2017.

Um dia após o Atlético Nacional conquistar a Libertadores, o jovem e promissor atacante de lado Marlos Moreno foi vendido ao Manchester City, por indicação de Guardiola, e logo foi emprestado ao Deportivo La Coruña para adquirir experiência. Ele atua com frequência na Espanha.

O também jovem e zagueiro de 20 anos, Davinson Sánchez, recusou o Barcelona B e se transferiu para o Ajax, onde é titular absoluto e novamente atrai os olhares de gigantes europeus, logo após o título da Libertadores. 

O volante Sebastián Pérez deixou o time colombiano em agosto de 2016 para acertar com o Boca Juniors, e, na Argentina, tem vida dura para tomar a posição de Fernando Gago, mas joga com certa frequência e é importante para o elenco.

O também volante Alexander Mejía deixou o Atlético Nacional de Medellín logo após a Libertadores, em agosto de 2016, para assinar com o León, do México, onde joga certas vezes e ainda busca se fixar.

Manutenção

Os remanescentes do elenco base são o goleiro Franco Armani, os laterais Daniel Bocanegra e Farid Díaz, o zagueiro e capitão Alexis Henríquez, o volante Diego Arias e o meio-campo Macnelly Torres. Todos eles possuem idade avançada, sendo Bocanegra o mais novo, com 29 anos. Isso pode ter atrapalhado alguma perspectiva enovolvendo a negociação desses atletas, que foram e ainda são muito importantes para os verdolagas.

Os jogadores que hoje atuam abertos no ataque, Mateus Uribe e Andres Ibargüen, também são remanescentes e não possuem tanta experiência como os demais citados, tendo 26 e 24 anos, respectivamente.