A rivalidade entre Corinthians e Internacional tornou-se o maior clássico interestadual dos últimos anos e ganhou destaque principalmente pelo ocorrido no Brasileirão de 2005, quando o Corinthians conquistou o título depois do escândalo de arbitragem envolvendo Edilson Pereira de Carvalho.

Além disso, o ex-presidente corintiano, Alberto Dualib, disse, em conversas gravadas pela Polícia Federal, que o título de 2005 foi “roubado” – se referindo à arbitragem de Márcio Rezende de Freitas, que deixou de marcar um pênalti para o time gaúcho no empate com o Corinthians, no Pacaembu – se tivesse somado os três pontos nesse jogo, o Inter teria sido o campeão de 2005.

Foi com essa rivalidade que nos faz chegar até a polêmica rodada final que rebaixou o a equipe alvinegra em 2007. Mas será que os colorados entraram em campo naquele fatídico domingo, 2 de dezembro, dispostos a se “vingar” e entregar o jogo para o Goiás? Ou o Corinthians caiu por outros motivos (principalmente pela má administração), não pelo Inter? Talvez seja uma pergunta jamais respondida e a segunda opção possa ser a mais provável.

Alguns jogadores do time, como o goleiro Felipe, e o então presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, disseram que o Internacional foi um dos responsáveis pelo rebaixamento do clube à Série B, pois teria “entregado” o jogo para o Goiás no Serra Dourada – jogo onde os goianos venceram por 2 a 1.

A lembrança de nove anos atrás é inevitável: na última rodada do Brasileirão de 2007, o Inter chegou sem pretensões para enfrentar o Goiás, que brigava ponto a ponto com o Timão contra o rebaixamento à Série B. Caso não vencesse o Grêmio no Olímpico, o Corinthians precisava de um tropeço do Goiás para ficar na elite. Não foi assim. 

De fato, o Timão ficou no empate em 1 a 1, mas viu o Colorado ser derrotado por 2 a 1 pelo Goiás com time misto. Resultado? Timão rebaixado e uma suspeita até hoje presente de que o Inter teria facilitado e até entregue o jogo ao Esmeraldino naquela oportunidade. 

Na época os jogadores do Inter ficaram revoltados com as declarações dos corinthianos e rebateram as acusações. Eles afirmaram que se empenharam no Serra Dourada e que não entraram em campo pensando em “rebaixar o Corinthians”.

As partidas simultâneas

Naquela tarde, o Brasil parou para acompanhar as partidas em Goiás e em Porto Alegre. Logo no começo da partida no Olímpico, Jonas, hoje estrela do Benfica, abriu o placar num gol de cabeça. Como o outro jogo estava empatado, o Corinthians estava rebaixado.

Logo depois, num lance bem parecido, Orozco abriu o placar para o Inter. O gol só alegrou corinthianos, já que o resto do país, inclusive colorados e tricolores, estavam unidos para ver o Timão rebaixado.

O desespero corinthiano diminuiu um pouco quando Clodoaldo conseguiu o empate. O Timão estava escapando do vexame com um resultado interessante, mas com ajuda do Inter.

A notícia, no entanto, não melhorou. No Serra Dourada, Elson empatou a partida e os dois jogos foram ao intervalo sem definição, mas com enorme apreensão.

Na segunda etapa das partidas, o Grêmio colcoava pressão, mas sem muito incomodar. Já em Goiás, o Esmeraldino teve um pênalti a seu favor. O ótimo na bola parada, Paulo Baier, foi o encarregado de bater.

O Brasil parou. Paulo correu, bateu e Clemer fez a defesa no canto esquerdo. Mas o bandeira anotou adiantada do goleiro. Muita reclamação e a segunda batida. Só pra piorar a tensão de todos.

Novamente Paulo Baier cobrou e Clemer novamente pegou, dessa vez no canto contrário. E o árbitro Alício Pena Jr. novamente anulou. A terceira batida e o prego que fechou o caixão do Corinthians foi com o carrasco Elson, que bateu no canto esquerdo, Clemer voou, mas não conseguiu defender.

O Timão foi rebaixado, a história havia sido manchada, mas o futuro de glórias alvinegras ressurgiu ano após ano.

A nova realidade

O Corinthians tem um ponto de desvantagem em relação ao G6, que rende vaga na Libertadores de 2017. Uma vitória é fundamental para as pretensões alvinegras nesta reta final. Já o Internacional é 17º colocado, o primeiro da zona de rebaixamento. E é exatamente o desespero colorado que tem mobilizado o Timão para o confronto desta segunda-feira. 

A realidade atual é que restam quatro jogos sem vitória no Brasileirão, Corinthians se mobiliza pela chance de uma rara alegria nesta temporada: vencer, ajudar a rebaixar o Internacional e voltar a integrar o G6 e quem sabe ainda enviar mais um dvd ao rival colorado.

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Sobre o autor
Dayana Lima
Jornalismo, corinthiana roxa.