Um dérbi digno da história centenária. Na partida comemorativa aos 100 da rivalidade, Corinthians e Palmeiras entraram em campo em Itaquera querendo mostrar ao seu torcedor aquilo que eles - e todos os amantes do esporte - estavam esperando.

E os ingredientes desse clássico teve aquilo tudo que uma partida envolvendo essas camisas precisa. Polêmica, expulsão, raça, entrega, sangue, luta e emoção até o fim. Melhor para o Timão, que se superou, lutou todo o segundo tempo contra um erro bizonho da arbitragem para vencer em casa, superar o rival, encher a Fiel de orgulho e mostrar que esse time tem algo a mais a dar. Jô foi a estrela do clássico centenário, marcado por muita polêmica.

Com a vitória, o Corinthians chegou aos doze pontos e disparou na liderança do Grupo A. A vitória quebra um tabu que durava desde 2015, quando o Timão venceu o primeiro clássico do Allianz Parque. Na próxima rodada, o alvinegro visita Mirassol, onde encara o time do interior no próximo sábado (25).

Já o Palestra recebe a Ferroviária na capital paulista. O time é o líder do Grupo C com nove pontos, três a mais que o vice. No entanto, Eduardo Baptista terá alguns dias de intranquilidade.

Muita briga e expulsão injusta

As equipes entraram em campo para o primeiro dérbi do ano que marca o centenário do confronto e não faltaram ingredientes para um dos maiores clássicos do Brasil. Em um primeiro tempo quente, as primeiras faltas resultaram em cartões para Felipe Melo e Rafael Veiga para o lado palmeirense, e Gabriel para o Corinthians.

A primeira chance de gol foi do time da casa. Após bola sobrada na entrada da área, Gabriel acertou um belo chute, raspando o travessão e levando perigo ao gol de Fernando Prass. A resposta palmeirense veio aos 23 minutos quando Jean bateu lateral na área, Mina desviou e a bola sobrou para Keno, que encheu o pé e também mandou no travessão.

No final do primeiro tempo a arbitragem virou personagem principal da partida, quando Keno arrancou pela esquerda e foi puxado pelo corinthiano Maycon, o árbitro Thiago Duarte Peixoto mostrou cartão amarelo para o volante Gabriel, que já tinha recebido um minutos antes, com o segundo, foi expulso.

A base decide

Com um a menos durante toda a segunda etapa, o Corinthians se desdobrava na marcação e o Palmeiras chegava com perigo ao gol de Cássio. Mesmo pressionando, o alviverde pouco criava, facilitando o trabalho da defesa corinthiana. Bem compactado, o time de Fabio Carille não dava espaços e o Palestra insistia nas bolas altas.

Ainda que faltasse criatividade, as melhores chances do segundo tempo foram verdes. Keno, em cabeçada à queima-roupa, obrigou Cássio à um milagre. Willian bigode arriscou de longe e também assustou o gigante corinthiano.

Sem como atacar, restava ao Timão se defender e esporadicamente tentar algo. Romero assustou em chute de fora pra boa defesa de Prass. Individualmente, a equipe alvinegra se superava e era uma entrega total dentro de campo.

A recompensa pela batalha e o castigo palmeirense veio aos 42 minutos do segundo tempo, quando o Palmeiras novamente tentou uma bola alçada, Romero afastou com um chutão, Guerra foi rearmar o ataque e perdeu a bola para Maycon, que arrancou em contra-ataque, tentou duas vezes até passar para Jô na entrada da área, livre, que acabara de entrar e no seu primeiro toque na bola bateu rasteiro na saída de Prass, dando a vitória ao time alvinegro. Explosão em Itaquera como poucas vezes vista antes.

O Palmeiras não teve tempo, não teve forças para reagir. Festa corinthiana, que reconheceu a enorme partida de Arana, Maycon, Jabá, Pablo e Balbuena, quase perfeitos em suas funções. Ao Verdão resta a lamentação e o tempo, já que a estreia na Libertadores se aproxima.

Confiança no Terrão

Com Marlone fora do jogo após virose, Léo Jabá ganhou a vaga no time titular, juntando-se a Maycon e Guilherme Arana, os três estiveram juntos na base corinthiana e ganharam chance com Fábio Carille no time profissional.

Os meninos foram peças-chave durante a partida, que não sentiram o tamanho do jogo e foram destaques.

Insegurança verde

Com o resultado, parte da torcida palmeirense voltou a contestar o trabalho de Eduardo Baptista no comando da equipe. A pouca variação de jogadas e as constantes substituições incomodaram os torcedores nas redes sociais.

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