Há uma expressão figurativa antiga, para ser mais preciso, uma lei natural criada em 1687 pelo físico e matemático Isaac Newton que diz: "Para cada ação existe uma reação".

Após 330 anos, o encurtamento da concepção ideológica sobre o "Princípio da ação e reação" pode traduzir bem o estilo de jogo trazido por Fábio Carille ao Corinthians em 2017.

Antes tido como a quarta força dentre os grandes do estado, o alvinegro ignorou as opiniões alheias e não procurou alimentar seu ego, pelo contrário,  como no primeiro capítulo do clássico "A Arte da Guerra", sua determinante estratégia foi traçada ao seu  treinador se atentar as insuficiências do elenco e trabalhar de forma cautelosa para que os resultados pudessem assegurar um início de ano que, na teoria, seria mais tranquilizador e seguro do que esperançoso.

Na prática, deu certo. Agindo e tendo em sua obrigação propor o jogo, o time muitas vezes encontrou dificuldade. Reativo, a equipe quase sempre conseguiu bons jogos, explorando os espaços deixados pelos seus oponentes. 

E foi dessa forma que a equipe se posicionou diante dos grandes jogos, com um estilo mais defensivo, marcando e deixando com que os adversários pensassem ter o controle da partida, quando na verdade tudo fazia parte do plano de jogo alvinegro.

Recentemente, conseguimos ver tal proposta ser colocada em prática por duas oportunidades, ambas fora de casa. Contra o Internacional, no Beira-Rio, onde o time trouxe um importante empate com gols para o jogo de volta em duelo válido pela Copa do Brasil, e na vitória por 2 a 0 diante do São Paulo pela semifinal do Paulistão, no Morumbi.

Nos dois jogos, o Corinthians teve excelentes atuações com um alto nível de comprometimento tático e muita compactação, impondo dificuldades na criação dos rivais, congestionando o meio e obrigando o ataque do oponente a buscar os lados do campo (muito bem protegidos pelas coberturas que Romero e Jadson/Rodriguinho dão aos laterais) e permitindo espaços para que pudesse atacar, serenando o meio campo ao ritmo do qual o era mais oportuno. Com isso ótimas vantagens para os jogos de volta, proveitos adquiridos através do seu virtuoso padrão reativo.

Mas o que esperar do time para a final do Campeonato Paulista, aonde o adversário (apesar de muito forte e audacioso) não é um gigante e que também tem em sua natureza de jogo um padrão reativo?

Acreditar no DNA e na própria história de grandeza que se manifesta no nome e envolve a instituição, absorvendo a concepção de que tem a obrigação de atacar e fazer o resultado diante de uma adversário que é menor em todos os aspectos  ou assimilar que o caráter reativo é o melhor pro momento e aproveitar o primeiro jogo fora de casa para novamente buscar  vantagens através de um padrão que muitas vezes entrega ao adversário a ideia de "ação" da partida?

A primeira final, domingo (30), será o confronto mais importante do ano até aqui e colocará a prova os métodos e os conceitos sobre o que é melhor para o Corinthians, agindo ou reagindo, o objetivo final é ser campeão.