Fim de teorias e achismos. Neste fim de semana, o Campeonato Brasileiro 2017 finalmente vai começar e um de seus maiores vencedores entra em campo para se provar e seguir em sua volta por cima após uma temporada passada cheia de altos e baixos. O Corinthians começa o campeonato cheio de moral e extremamente organizado, mas ainda com receios de torcedores, imprensa e até da diretoria.

O título paulista, conquista com méritos e onde poucos acreditavam, cresceu a confiança do time, cresceu ainda mais a moral do elenco, e a equipe de Parque São Jorge quer usar essa boa fase do 28º título e da passagem na Copa Sul-Americana para arrancar nesse princípio de Brasileirão e sonhar com algo. O Timão não tem nenhum craque, não tem tanto dinheiro pra contratar, mas o técnico Fábio Carille promete uma equipe organizada e guerreira para superar seus limites e seguir surpreendendo.

Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Escalação

Carille sempre diz que Tite influencia seu trabalho. Pupilo mais próximo, o jovem técnico agora tem o longo Brasileiro pra novamente se provar e dar tranquilidade ao torcedor.

Durante o Paulistão, o 4-1-4-1 foi utilizado nas rodadas iniciais, mas o time ainda não deslanchava e peças conhecidas foram dando lugares aos garotos e à um novo esquema. Na base do 4-2-3-1, o Timão se organizou, tem uma estrutura mais sólida e, aos poucos, com mais leveza e chegada ao ataque.

A formação-base terá Cássio; Fágner, Balbuena, Pablo, Guilherme Arana; Gabriel, Maycon; Jádson, Rodriginho, Romero; Jô.

Destaque: Jádson

Ele voltou no começo desse ano para ser a referência técnica da equipe. Ídolo corinthiano e com muita moral, Jádson é quem pode desequilibrar e ser o grande destaque. Um dos melhores do Brasileiro-15, ao lado de Renato Augusto, agora terá Rodriguinho ao seu lado para buscar uma nova edição de sucesso no meio alvinegro.

Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Fique de olho: Rodriguinho

O melhor jogador corinthiano em 2016 começou cambaleante após negociação frustada com o futebol turco. Com a cabeça mais calma, tendo a companhia de Jádson, no meio-campo, e Jô, no ataque, o camisa 26 se tornou peça-chave e extremamente decisivo no mata-mata do Paulistão.

Já no Brasileiro, sua regularidade, sua força de vontade e poder de decisão pode ajudar o Corinthians na busca de algo grande. Ter Jádson ao seu lado pode ser fundamental pra liberar e deixar Rodriguinho mais à vontade pra jogar mais solto com a camisa corinthiana.

Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

O novato que quer surpreender

Metade de 2016. O Corinthians apresentava bom futebol, encaixava um novo modelo tático e brigava na parte de cima da tabela. Tite sai, o time vive em altos e baixos e apenas um treinador conseguiu dar certo equilíbrio: Fábio Carille.

Preterido duas vezes durante o campeonato, Carille seguiu como auxiliar e viu o Timão correr atrás de treinador para 2017. Sem sucesso, restou ao clube subir o pupilo de Tite para o posto de técnico. E o Paulistão era a Copa do Mundo para o jovem.

Sempre prometendo enorme entrega, organização e empenho, Carille fez do Corinthians um time muito organizado, taticamente forte e quer repetir essa fórmula para o longo Brasileirão. 

Desconfiança ainda segue, ainda mais pensando em como esse time tão solidário vai resistir por 38 rodadas tão pesadas. Mas Carille tem o grupo na mão e quer o apoio da Fiel mais uma vez.

Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

O caldeirão de Itaquera

Com três anos de vida, a Arena Corinthians está consolidada como um dos mais hostis palcos do futebol sul-americano. Recentemente completado 100 duelos em Itaquera, a casa corinthiana é uma arma que o Timão sabe utilizar e vai aproveitando cada vez mais. O ótimo retrospecto deixa a Fiel confiante de que mais uma vez esse Corinthians será dominante em sua casa.

Altos e baixos em 2016

O Brasileirão do ano passado foi um martírio para o corinthiano. Com uma equipe reformulada, tendo em vista o baita time de 2015, Tite sofreu pra achar uma tática nova e estava caminhando com a estabilidade, quando a Seleção Brasileira o chamou.

Carille seria o sucessor natural, mas a diretoria apostou em Cristóvão Borges e a mudança de filosofia parecia não mudar no começo, assumindo até a liderança, mas logo o time começou a faltar com o futebol e caiu na tabela.

Hora de mudanças e a briga pela Libertadores fez a diretoria novamente preterir Carille para trazer um velho conhecido: Oswaldo de Oliveira. Com ele, o time piorou, caiu defensivamente e ficou na sétima posição, uma abaixo dos seis garantidos no torneio internacional.

Organização e entrega

É quase certa a ideia de que a efetivação de Carille no ano passado traria a Libertadores para o time de Parque São Jorge. Mas em 2017, a história é outra, com desafios ainda maiores e a tentativa de uma nova volta por cima.

O título do Paulistão-17, a classificação na Sul-Americana e a força tática e coletiva do alvinegro são alguns ingredientes que fazem o torcedor apostar. No começo da temporada, a desconfiança era alta, mas o passar dos jogos fez crescer a expectativa de que esse time consiga fazer um bom papel no Brasileirão.

Sem dinheiro, sem grandes contratações, sem jogadores renomados, mas com uma enorme entrega, enorme força tática, sabendo de seus limites e trabalhando neles, o Corinthians entra forte no campeonato. As 38 rodadas podem ser demais para um enxuto elenco alvinegro, mas a briga e a entrega que prometem elenco e comissão técnica podem fazer desse Corinthians um candidato ao G-6 do Brasileirão, o que lhe daria vaga na próxima Libertadores.

Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians