Alívio. Assim se pode dizer da primeira vitória do Corinthians no Campeonato Brasileiro 2017. Visitando o belo estádio da Fonte Nova, o Timão encarou o Vitória tendo de se recuperar após empate em casa contra Chapecoense.

Fábio Carille não fez mudanças bruscas na equipe que entrou em campo. Sem poder com Pablo, que se recupera de lesão na coxa, o garoto Pedro Henrique entrou pra fazer dupla de zaga com Balbuena e os dois se mostraram. Mesmo com a lesão do paraguaio e a entrada de outro menino (Léo Santos), a defesa se comportou bem e não sofreu.

Mais qualidade e pouca ousadia

Melhor retrospecto fora de casa, o Corinthians começou sofrendo muito na saída de jogo. Esperando um Vitória sufocante no começo, o time de Fábio Carille se portou muito na defensiva e não conseguia organizar a saída de bola. Gabriel novamente tinha a maioria das bolas pra armar o jogo, mas errava demais. O gramado muito seco também prejudicava.

Já tradicional, Jadson na direita quase não funcionava e os dois laterais estavam mais preocupados na marcação. O Vitória dominava mais na parte territorial, mas quase não incomodava.

Ao ver que tinha espaços e tinha mais qualidade, mesmo sem propor tanto, o Corinthians trabalhou a posse e tratou de dominar o meio-campo. Maycon se adiantou e Rodriguinho busco ajudar Jadson na armação. Assim, Jô recebia mais a bola e teve boa chance com espaço pela direita, em lance que o goleiro baiano fez boa defesa.

O setor esquerdo era ligeiramente mais abusado, muito porque Maycon se projetava no espaço vago e Arana era mais ofensivo que Fagner. A primeira etapa serviu mesmo pra mostrar que esse Corinthians tinha muita chance de vencer, mas precisava ser mais ousado, mais solto.

Mudanças pontuais de Carille

A ousadia que aparecia tímida no Corinthians, apareceu mais no segundo tempo. Carille soltou mais Maycon, penetrando na área baiana e ajudando Jô. Os laterais corinthianos também tiveram espaços e o domínio alvinegro foi ainda maior e evidente.

O problema, no entanto, é que o cobertor corinthiano é curto. A intensidade tática da equipe pagou o preço em mais uma lesão muscular. Balbuena sentiu e deu lugar à Léo Santos. A dupla jovem sofreu no início, mas logo foi se ajeitando e o Corinthians novamente se tranquilizou na defesa.

E quando o jogo se caminhava para sua reta final, Fábio Carille foi muito bem. Uma mudança do treinador alterou a história do jogo. O comandante sacou Maycon e colocou Marquinhos Gabriel. A alteração fez com que Jadson saísse da ponta direita e fosse para o meio, auxiliando Rodriguinho, enquanto Romero e Marquinhos atuavam abertos.

E foi nessa mudança que o Timão definiu a partida. Marquinhos Gabriel voltou pra recompor, roubou a bola, trouxe na diagonal e acionou Jadson pelo meio. Nessa saída de Marquinhos da direita para o meio, Rodriguinho foi pra direita e Jô saiu do meio para esquerda.

O camisa 10 corinthiano recebeu de Marquinhos e logo devolveu na frente, nas costas do volante baiano. O camisa 31 recebeu, viu a passagem em diagonal de Jô e tocou na medida para o centroavante fuzilar cruzado e marcar o gol da vitória.

Com o placar à seu favor e com a força coletiva de sempre, entrou em cena a tradicional defesa compacta corinthiana. Mesmo com dois garotos, o Vitória sofreu pra entrar e alçava muita bola na área. O Corinthians ainda teve ótimas chances para ampliar, mas o time segue pecando no passe final, no toque decisivo para o atacante. Por duas vezes, Rodriguinho e Marquinhos Gabriel, tiveram a chance do gol e falharam.

Além dos três pontos, fica a lição de que um pouco de ousadia pode sim dar resultado. Carille foi muito bem e o triunfo na segunda rodada teve sua participação. Organização, inteligência, doação e letalidade. O Corinthians segue chato de se enfrentar.