A hora está chegando. Nem o mais otimista corinthiano no começo de 2017 imaginaria que o Corinthians estaria próximo do título do Campeonato Brasileiro na 33ª rodada e o sonho distante do torcedor se aproximou da realidade após sofrida vitória contra o Atlético-PR em plena Arena da Baixada.

E foi do pé direito esquecido de Giovani Augusto que o hepta se aproximou. O meia, preterido durante todo o ano e muito criticado pela Fiel, entrou na segunda etapa para mudar a história do jogo e carimbar três pontos. Agora são 65 pontos, oito à frente do Grêmio, novo vice-colocado. O Furacão se mantém com 42 pontos, ainda no sonho distante da Libertadores.

Agora o Timão volta as atenções para o Avaí, sábado, na Arena Corinthians. A equipe terá dois jogos em casa pela frente, para praticamente carimbar o sétimo título. Já o Atlético-PR visita o Botafogo, também no sábado.

Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

A estrela de um reserva (Parte 1)

A dúvida pairava no ar: o Corinthians seria o time avassalador do clássico contra o Palmeiras ou o sonolento e de campanha rebaixável do segundo turno? O Furacão, que não viu sua torcida encher a Arena da Baixada, tratou de dar as cartas e mostrou que utilizaria bastante as inversões e bolas alçadas.

Só que quem chegou primeiro foi o time paulista. Arana cruzou da esquerda e Romero surgiu por trás da zaga para pegar de primeira, mas bateu de canela. Pouco tempo depois, nova chegada corinthiana, com lançamento preciso de Camacho para Romero, que cortou Thiago Heleno, tentou cruzar, mas quase mandou na gaveta. No rebote, Rodriguinho, livre, bateu mal de canhota e mandou por cima.

Os lances seguidos do líder acordaram o Atlético-PR. Tendo Nikão aberto pela esquerda e utilizando muito Gedoz como válvula para inversão de lado, o time da casa dominou as ações e levava muito perigo. O camisa 10 atleticano arriscou uma falta frontal e carimbou a trave esquerda de Walter. 

A defesa corinthiana era um sufoco só. A equipe quase não tinha saída e via Camacho e Maycon não darem sequência nas jogadas de meio-campo. O Furacão abria o campo, pressionava com um jogo bem próximo e era soberano em campo. E foi premiado com uma penalidade.

Nikão recebeu pela canhota, foi para o mano contra Fagner e chutou forte em direção à área. A bola pega na mão do lateral e o juiz marcou pênalti no lance polêmico. O próprio Nikão foi bater, com estilo, paradinha, mas Walter, fazendo seu primeiro jogo na temporada, caiu deixando o pé e defendendo a cobrança. Era a primeira ação de um reserva na partida.

Pouco tempo depois, mais um lance polêmico. Romero roubou uma bola na defesa, sairia jogando, mas tomou uma tesoura por trás de Thiago Heleno. O lance, extremamente pesado, foi reclamado por todos corinthianos, mas a arbitragem apenas deu amarelo.

O intervalo parou um jogo com poucas emoções, mas tendo um Furacão dominante contra um Corinthians sem saídas e ações ofensivas.

A estrela de um reserva (Parte 2)

Sem mudanças, as equipes apostavam em posturas diferentes. O Atlético-PR queria colocar mais Ribamar no jogo, lhe dando mais chances de finalizações, enquanto o Timão teria de por Clayson e Romero para desafogar a saída e contar com Camacho e Maycon abastecendo Rodriguinho e Jô.

No entanto, o cenário pouco se alterou. O Furacão se manteve com mais posse, mas sem finalização, sem incomodar a defesa alvinegra, que se portou muito bem e esteve segura em toda partida. Já o Corinthians, por incrível que pareça, conseguiu piorar, tendo Rodriguinho numa noite extremamente infeliz, errando passes e sem dar sequência ofensiva.

Até que Fabio Carille mudou. Clayson, esgotado fisicamente, deu lugar ao criticado e esquecido Giovani Augusto. A torcida pedia Pedrinho, até para manter a velocidade da equipe pela esquerda, e olhou torto para a mudança. No entanto, a alteração foi certeira.

Certeira porque o Timão passou a ter mais intensidade para segurar o lado direito paranaense, onde Jonathan fazia um carnaval danado. Giovani Augusto e Arana passaram mais segurança no setor e foi numa roubada, quase na linha de fundo, que a história mudou.

Primeiro, Giovani e Arana dobraram e roubaram a bola. No contra-ataque, bem armado, o Timão atacou o espaço, mas sem tanta superioridade numérica. Arana segurou, Giovani passou para a linha de fundo, mas o lateral rolou para Romero, que enfiou para Giovani. O meia partiu na diagonal, cortou para o pé direito e bateu firme cruzado na direção do gol. Rodriguinho fechou pelo meio para desviar, furou a bola, mas matou Weverton, que nada pôde fazer. A bola morreu no fundo da rede.

A segunda ação importante de um reserva foi fatal. Giovani saiu do ostracismo para carimbar os três pontos, mas viu seu companheiro Walter novamente ter problemas físicos. O goleiro, fundamental na primeira etapa, foi bater um tiro de meta e sentiu a perna direita, pedindo na hora para ser substituído. O goleiro, que fazia seu primeiro jogo no ano e teria uma sequência de jogos com Cássio na Seleção, saiu de campo em prantos por novamente ter problemas físicos e certamente será desfalque.

Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

E nem com seu terceiro goleiro, o Furacão conseguiu mudar o placar. Bem seguro na defesa, sem se expor e gastando o relógio, o Corinthians confirmou a vitória e ainda comemorou as derrotas de Santos e Palmeiras, lhe dando uma vantagem de oito pontos em relação ao vice.

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Sobre o autor
Diego Luz
De video game à política. Lendo tudo,ouvindo bastante e vivendo com base naquilo que acho certo. Muito prazer.