"És do Brasil, o clube mais brasileiro". O trecho do hino corinthiano nunca representou tão bem um momento do time. O Corinthians chegou ao seu sétimo título nacional, e disparou como o maior vencedor da disputa que leva o nome do seu país. Dentre as brasilidades da sétima conquista, um paraguaio vem roubando a cena na equipe do técnico Fábio Carille.

Ángel Romero, polivalente atacante corinthiano conquistou o coração da Fiel Torcida por sua raça e determinação. Proveniente da cidade de Fernando de la Mora, o atleta de apenas 25 anos vem sendo peça fundamental no esquema tático criado pelo treinador, e hoje, é completamente identificado com os torcedores de todas as faixas de idade possíveis. 

A identificação com a torcida

Crianças, adultos, idosos. Não importa em qual atmosfera o torcedor se concentra, todos com certa unanimidade idolatram o paraguaio não só pelos gols importantes que fez no ano de 2017, mas sim pela sua dedicação no decorrer das partidas. Não é difícil ver o paraguaio dando um carrinho no campo defensivo afim de proteger a meta do goleiro Cássio e, ao mesmo tempo, podemos acompanhar ele religiosamente fazendo um gol em algum clássico qualquer, e tomando a bandeira do Paraguai das mãos de dona Wanda, lendária torcedora do Timão, que sempre marca presença no setor sul da Arena Corinthians.

Ángel Romero pode não ser o craque que todo corinthiano sonha, pode não ser um jogador passível de glorificações, mas tem a sua identidade ligada ao epicentro da essência corinthiana. Nasceu para jogar em um clube que preza pela raça e amor a camisa, Romero ama o que faz, e a cada crítica que recebe consegue derrubar facilmente, munido apenas com suor. 

Esse é o terceiro título do atacante com a camisa do Corinthians. No total já são dois Campeonatos Brasileiros, e um Paulistão. Certamente esse foi o título que o paraguaio mais participou, tanto em minutos de jogo, quanto em importância dentro dos gramados. Esse título é a cara de Romero, assim como o atleta, o time também foi criticado durante o segundo turno, mas na base da raça superou as adversidades. 

 

Críticas e superação

Podemos revirar textos na internet e tentar encontrar as críticas ao paraguaio, com certeza iremos achar, mas nunca vamos ver alguém dizendo que o jogador não correu e em algum momento da partida não tentou ajudar a equipe. O próprio redator aqui precisa pedir desculpas ao paraguaio. Eu já pedi a sua saída, simplesmente por acreditar que ele era mais um estrangeiro que passaria despercebido pelo Corinthians, sem nunca imaginar que ele tomaria o posto de Paolo Guerrero como o maior artilheiro da casa corinthiana.

Romero parece ser uma entidade ainda não decifrada. Como um atleta pode ser tão elogiado, se até então, a própria torcida pegava em seu pé depois de um domínio de bola malsucedido? Eu explico. Romero pode perder a bola para si mesmo, mas no mesmo lance o próprio jogador vai atrás do adversário e novamente toma a bola para o seu time. Em uma fração de segundos o atacante é criticado, e logo depois consegue arrancar aplausos de uma nação inteira. E isso é realmente incrível.

Essa é a torcida corinthiana. Podemos perguntar para qualquer torcedor do Timão o que ele prefere: carrinho ou jogadas de efeito? Romero faz o dois, mas se oferece à equipe muito melhor do que poderia fazer em uma jogada individual, e ainda sobra tempo para fazer gols importantes, principalmente em clássicos. Neste ano o atleta marcou contra os três principais rivais: Santos, Palmeiras e São Paulo, e ainda se consagrou fazendo o gol do título paulista de 2017 contra a Ponte Preta. É uma honra para todo corinthiano ver um atleta calando tantas bocas como Angel cala. 

 

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Sobre o autor
Renê Saba
Estudante de Jornalismo do 5ª semestre da faculdade FIAM/FAAM. Leitura, paternidade, rock and roll, Florianópolis, cerveja, um bom vinho e comida árabe.