Da euforia ao desalento. A temporada do Coritiba em 2017 não cumpriu o que apresentou no início. Apesar da boa campanha no Estadual, premiada com a conquista do troféu em cima do maior rival e com direito a goleada no primeiro confronto, o time coxa-branca acumulou decepções nas duas competições restantes as quais disputou e terminou o ano com um desastroso rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro.

A primeira decepção ocorreu ainda no mês de fevereiro, com a eliminação na segunda fase da Copa do Brasil. Mesmo com poucas competições em disputa - além do estadual o clube esteve envolvido em dois torneios nacionais e atuou 57 vezes ao todo na temporada -, o Coritiba não conseguiu repetir o retrospecto que levou a equipe ao título do Campeonato paranaense. No Brasileirão, um melancolico 17º lugar com 43 pontos ganhos selou o descenso na última rodada do torneio. 

Título Estadual e o ápice da temporada

Campeão paranaense pela 38º vez na história, o Coritiba terminou a campanha no estadual de 2017 com 33 pontos conquistados - 10 vitórias, três empates e quatro derrotas. Pelas quartas de final, eliminou o Cascavel com um acachapante 9 a 0 no placar agregado. Na semifinal, a equipe alviverde teve mais dificuldades para passar do Cianorte, após empate no primeiro jogo em 1 a 1, veio o triunfo na volta pelo placar de 3 a 0 e a garantia da vaga na decisão contra o Atlético Paranaense.

Enfrentando seu maior rival na decisão, o coxa abriu grande vantagem no primeiro confronto ao golear o adversário por 3 a 0, na Arena da Baixada. Pela partida derradeira, empate sem gols no Couto Pereira e a confirmação do título.

Foto: Giuliano Gomes/ Agência PR Press
Foto: Giuliano Gomes/ Agência PR Press

Eliminação precoce na Copa do Brasil

A eliminação vexaminosa na Copa do Brasil, ainda pela segunda fase do torneio, serviu como uma espécie de prognóstico do que viria pela frente em competições nacionais. Já na estreia, empate em 1 a 1 fora de casa contra o Vitória da Conquista e sufoco para avançar à fase seguinte. No duelo contra a equipe do Asa, derrota pelo placar de 2 a 0 dentro Couto Pereira, que então resultou no adeus precoce do time paranaense ao primeiro torneio nacional disputado no ano.

A troca de técnicos ao longo do ano

As consequências da eliminação imatura na Copa do Brasil para um time de menor expressão afetaram a equipe alviverde também fora das quatro linhas. Após sete meses no comando, o técnico Paulo César Carpegiani não resistiu e se tornou o primeiro treinador demitido da temporada de 2017, mesmo com o coxa desempenhando boa campanha no Estadual. Para a vaga que era de Carpegiani, a gestão do clube decidiu promover o até então auxiliar-técnico Pachequinho, que permaneceu à frente do elenco por apenas quatro meses.

Em julho, o treinador foi demitido do cargo após o time ser goleado pela Ponte Preta pelo placar de 4 a 0. Marcelo Oliveira assumiu o cargo e permaneceu até o fim do Campeonato Brasileiro. 

Foto: Divulgação/Coritiba.
Foto: Divulgação/Coritiba

Kleber: o temperamento explosivo do artilheiro

A importância de Kleber para o Coritiba pode ser resumida em números. Referência da equipe no ano, o jogador terminou a temporada como artilheiro com 16 gols marcados. No entanto, se nas estatísticas o atacante se destaca, ele também é conhecido por seu temperamento explosivo dentro de campo. Além de inúmeras expulsões ao longo da carreira, apenas neste ano, Kleber foi punido em duas ocasiões pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

A primeira, ocorreu por conta de um soco e uma cusparada em Edson, volante do Bahia, ainda pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro. Por conta das agressões, o centroavante pegou 15 jogos de suspensão, porém, na terceira tentativa de recurso, a pena foi diminuída para 11 partidas. A segunda ocasião aconteceu justamente na volta aos gramados, o gladiador recebeu dois jogos de pena por criticar o STJD e sugerir favorecimento em coletiva concedida um dia antes do clássico contra o Atlético Paranaense, pela 23º rodada da competição nacional. Mesmo assim, a punição não fez falta, Kleber acabou se lesionando na partida e precisou passar por uma artroscopia no joelho, voltando a desfalcar o Coritiba por mais 10 rodadas. 

Foto: Divulgação/Coritiba.
Foto: Divulgação/Coritiba.

Wilson: destaque no gol e habilidade com a bola nos pés

Com 33 anos de idade, o experiente goleiro Wilson mostrou que não se destaca apenas debaixo das traves. O arqueiro converteu dois pênaltis no Campeonato Brasileiro deste ano e chegou ao terceiro gol com a camisa do coxa-branca, o primeiro havia sido no ano passado, de cabeça, pelo Estadual. O goleiro se tornou o cobrador oficial do Coritiba após serem desperdiçadas sete cobranças ao longo da temporada. Além dos gols e das defesas importantes, o defensor da meta alviverde alcançou um feito importante em 2017, Wilson participou de todas as 57 partidas do Coritiba na temporada, assumindo o posto de líder dentro de campo. 

Foto: Divulgação/Coritiba.
Foto: Divulgação/Coritiba.

Início promissor e fim melancólico no Campeonato Brasileiro

Com quatro vitórias, três empates e apenas uma derrota em oito rodadas, o Coritiba teve um início promissor no Campeonato Brasileiro deste ano, o clube chegou a ser vice-líder do torneio, empatando em pontos com o então líder Corinthians. No fim do primeiro turno, o coxa alcançou 44% de aproveitamento, terminando em 10º lugar.

O técnico Marcelo Oliveira assumiu o time na 15º colocação e, após três rodadas, voltou a primeira parte da tabela. Mesmo com campanha regular, o coxa piorou seu desempenho no segundo turno. Foram apenas 18 pontos em 19 jogos, a equipe terminou a competição com 31,6% de aproveitamento e, apesar de chegar na última rodada dependendo apenas de si, não conseguiu evitar o descenso para a série B.

O que esperar para 2018

Em ano de reconstrução para Coritiba, o planejamento da equipe em 2018 ainda é incerto. Isso porque, o clube passará por eleições na próximo sábado (9) e o atual presidente, Rógerio Bacelar, não irá se reeleger. Há três chapas concorrendo à alta cúpula do clube e a vencedora terá alguns desafios pela frente. O principal deles, levar o coxa de volta para a primeira divisão em 2019. A primeira decisão que a nova gestão terá que tomar será em relação a renovação do vínculo com Marcelo Oliveira, o contrato do treinador se encerra em dezembro deste ano. Sucedido então pelas saídas e contratações do elenco para a próxima temporada.