Uma das páginas mais belas da história do Cruzeiro Esporte Clube completa 50 anos nesta quarta-feira. No dia 7 de dezembro de 1966, o time celeste venceu o Santos por 3 a 2 e confirmou o título. No primeiro jogo, os cruzeirenses haviam goleado os santistas por 6 a 2 no Mineirão.

Dividir a história do Cruzeiro em antes e depois do título da Taça Brasil de 1966 não é nenhuma provocação. Antes da conquista, o time celeste só havia ganhando títulos estaduais e seu reconhecimento era apenas local. No entanto, após a inédita taça, os cruzeirenses ganharam os holofotes do mundo da bola. A geração de Tostão, Dirceu Lopes, Piazza, Raul, Natal e Evaldo ganhou os noticiários, elevando a equipe mineira em status internacional, comparando seus jovens jogadores a estrelas consagradas do futebol mundial. 

Campanha: Invicto, Cruzeiro não teve pena dos adversários

Com uma equipe bem montada, visto que os celestes conquistaram os dois primeiros títulos mineiros da era Mineirão, em 1965 e 1966, o Cruzeiro entrou na Taça Brasil como azarão, mas se agigantou perantes tradicionais times do futebol brasileiro. 

Foto: Arquivo

O modo de disputa da Taça Brasil era semelhante ao que ocorre com a Copa do Brasil. Com 22 times, o torneio foi disputado em caráter eliminatório. O Cruzeiro estreou contra o Americano-RJ. Logo de cara, fez 4 a 0 na equipe carioca. O jogo de volta no Mineirão, nova goleada, desta vez, por 6 a 1. 

Nas quartas de final, o adversário da vez era o Grêmio, na época, pentacampeão gaúcho. No primeiro jogo, ambos empataram sem gols no Estádio Olímpico. Na partida de volta, o Cruzeiro venceu por 2 a 1. Nas semifinais, o Fluminense entrou no caminho celeste. Em Belo Horizonte, os cruzeirenses venceram por 1 a 0. No segundo embate, um verdadeiro passeio azul-celeste. 3 a 1, e a classificação para a final da Taça Brasil. 

Final: Santos tinha Pelé, mas o Cruzeiro tinha Tostão e Dirceu Lopes

O primeiro jogo estava marcado para o Mineirão. O Santos tinha um time conhecido no mundo todo. Bicampeão mundial e bi da Libertadores, o Peixe era a base da Seleção Brasileira. Do outro lado, estavam os jovens, porém, talentosos jogadores do Cruzeiro. Tostão, Dirceu Lopes, Piazza, entre outros eram desconhecidos, mas estavam prontos para ganhar o mundo da bola. 

Cruzeiro ataca Santos no Mineirão. Resultado foi uma goleada histórica. Foto: Arquivo/Cruzeiro

No primeiro jogo, o Cruzeiro fez uma primeiro tempo irretocável e abriu 5 a 0 na etapa inicial, deixando os jogadores e a torcida mineira incrédulos com o que acabara de acontecer. Na segundo período, o Santos acordou e fez dois gols, aumentando a emoção da partida. Porém, no caminhar do fim do jogo, o time azul celeste fechou o placar com o sexto tento. Final, 6 a 2. Um massacre!

O segundo jogo foi no Pacaembu. O Santos entrou fervendo para cima do Cruzeiro, e marcou 2 a 0, placar do primeiro tempo. Na etapa final, os cruzeirenses voltaram motivados e viraram o placar. 3 a 2, e a conquista inédita para o estado de Minas Gerais. 

Torcida recebe jogadores campeões em 1966. Foto: Arquivo/Cruzeiro