O final da temporada 2017 vai marcar mais um fim de gestão no Cruzeiro. No cargo desde o início de 2012, o presidente Gilvan de Pinho Tavares encerrará seu segundo triênio comandando o clube e deixará a cadeira para um novo gestor. Se seu primeiro mandato foi de glórias com o bicampeonato brasileiro em 2013 e 2014, o segundo não vai deixar saudade no torcedor, afinal a Raposa ficou longe das disputas por títulos, exceto neste ano, que é finalista da Copa do Brasil.

Em entrevista concedida ao Site GloboEsporte.com, Gilvan se vangloria ao afirmar que vai deixar um legado para o próximo presidente celeste no que diz respeito ao plantel da equipe, fato que não aconteceu com ele ao assumir em 2012. “No final do ano, vou sair e deixo um elenco, para o futuro presidente do Cruzeiro, e espero que seja quem eu estou apoiando, que eu não recebi. Um elenco fortíssimo, que o ano que vem pode começar a sonhar a ganhar títulos de novo”, disse.

Ao assumir em 2012, Gilvan pegou um clube que havia acabado de escapar do rebaixamento na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2011. Seu primeiro ano no comando foi marcado por campanhas fracas nas competições disputadas.

A Raposa terminou o Brasileiro na nona colocação, foi eliminado nas oitavas de final da Copa do Brasil e na semi do Campeonato Mineiro em 2012. Entretanto, os anos posteriores foram vitoriosos e o colocou como um dos melhores presidentes do clube, até então. Fato esse que proporcionou sua reeleição de forma unânime.

“Sempre tive certeza que um time, um presidente, um clube, não ganha todos os títulos. No meu final de primeiro mandato, ganhei meu segundo Brasileiro, o que é raro um presidente conseguir à frente de um clube, conseguir dois títulos de Campeonato Brasileiro seguido. É uma coisa inédita no Brasil, porque o Brasileiro é considerado o campeonato mais difícil do mundo. Então é algo inédito, um fato histórico na vida do Cruzeiro. Ainda no mesmo ano que conseguimos o segundo Brasileiro, fomos finalistas da Copa do Brasil”, relembrou.

Por sua vez, seu segundo mandato não foi positivo. O time foi mediano em todas as competições disputadas e, apesar de ter no elenco nomes de peso, não conseguia converter em boas campanhas. Apesar da temporada inconstante, em 2017 pode ter o respiro necessário para terminar bem mais um ciclo. Na última quarta-feira (23), o Cruzeiro superou o Grêmio na semifinal da Copa do Brasil e alcançou a final da competição, que será disputada contra o Flamengo, nos dias 7 e 27 de setembro.

“Este ano estamos na final de novo, e, não tenho dúvida, o Cruzeiro é sério candidato ao título da Copa do Brasil pelo futebol que os jogadores estão jogando, pelo trabalho do nosso competente treinador e da nossa comissão técnica. Então, tenho muita esperança que a gente possa consagrar o nosso segundo mandato com Copa do Brasil e seguindo firme com um dos primeiros colocados do Brasileiro”, afirmou.

A inconstância nesta temporada, causada por atuações fracas e pelo elevado número de contusões dos atletas, criou um ambiente de cobrança por parte da torcida, que, por vezes, pediu a demissão do técnico Mano Menezes.

A posição da diretoria foi forte e manteve o profissional, mesmo com a possibilidade de agravar o desgaste com os torcedores. Gilvan fez questão de reforçar sua confiança  para com os profissionais celestes.

“A gente tinha certeza que tinha um time bom, um elenco fortíssimo, temos um treinador competente. Fomos contestados algumas vezes que a gente deveria ter trocado de treinador, feito outras coisas, feito mudanças no elenco. Mas não era isso. Todo mundo sabe que tivemos alguns percalços no meio das competições. Por exemplo, muitas contusões de jogadores importantíssimos. Tivemos um exemplo claro com a volta do Arrascaeta. O Alisson teve um risco de lesão na mão. O Arrascaeta estava fazendo muita falta, todo mundo sabe. Ele entrou, o volume de jogo do Cruzeiro virou de outro jeito, com a velocidade dele, a categoria que ele tem. Isto que é elenco, você tirar um e põe outro e o volume de jogo continua”, finalizou.