No futebol, poucos momentos são tão capazes de criar memórias, tramas e personagens como uma final de campeonato. Uma decisão é uma cornucópia de epopeias e eleva todas as emoções à máxima potência. Na quarta-feira (27), torcedores de Cruzeiro e Flamengo estarão, durante 90 minutos, em uma etérea atmosfera criativa, na qual vilões e heróis se definirão em lances rápidos. Na defesa do time mineiro, o zagueiro Leo é um dos grandes personagens da partida que decidirá a Copa do Brasil.

Como Dante, Leo foi do inferno ao céu em 2017, mas, diferente do escritor florentino, não teve uma companhia fiel. O zagueiro fez nesse ano sua temporada com maior número de jogos: 50 até aqui. A titularidade de Leo foi a tônica na defesa celeste durante o ano. Ao seu lado, passaram alguns nomes, como Manoel, Caicedo e finalmente o garoto Murilo, com quem forma a atual dupla de zaga celeste.

Ao lado do jovem atleta promovido da base da Raposa, Leo tem conseguido um rendimento digno de elogios da torcida, antes crítica em relação ao seu desempenho com os outros companheiros de defesa. Ainda que com atuações ruins ao longo da temporada, o zagueiro cruzeirense assumiu a responsabilidade de ser o nome mais experiente entre os defensores com quem formou dupla de zaga e, claro, o com mais tempo de casa.

Léo já se declarou torcedor do Cruzeiro (Foto: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

Zagueiro artilheiro

Com 29 anos, Leo é natural de Belo Horizonte e, embora tenha se formado nas categorias de base do Grêmio, ter começado a carreira no clube gaúcho e ainda ter passado brevemente pelo Palmeiras antes de chegar ao Cruzeiro, nunca escondeu que em sua infância torcia pelo lado azul do estado.

No clube desde 2010, Leo já entrou em campo pelo Cruzeiro em 271 oportunidades, está entre os 50 nomes que mais jogaram pelo clube e, com a camisa azul, conquistou os títulos mineiros de 2011 e 2014 e o bicampeonato brasileiro de 2013 e 2014. Além dos jogos e das conquistas, o jogador já garantiu seu nome na história cruzeirense sendo o terceiro maior zagueiro artilheiro da história do clube, com 18 gols, atrás de Cris, com 25 e de Geraldão, com 30.

Fico feliz por ajudar o Cruzeiro a sair vencedor. Cada gol é uma marca e venho buscando ajudar o Clube e me aproximar dos zagueiros que mais fizeram gols com a camisa do Cruzeiro. Isso tudo é muito importante", apontou o defensor.

Com atuações melhores na segunda metade da temporada e formando uma dupla em boa sintonia com Murilo, para Leo, a partida final da Copa do Brasil representa a possibilidade de ser personagem relevante - positivamente - no clímax da história construída pelo Cruzeiro em 2017. Além disso, tem ainda a chance de conquistar seu terceiro título de patamar nacional com a camisa celeste e ser lembrado na parte mais alta de um ano de oscilações.

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Sobre o autor
Bernardo Estillac
Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais