Bruno Vicintin voltou aos microfones nesta quarta-feira (22). Em coletiva de imprensa, o ex-vice-presidente de futebol do Cruzeiro  falou sobre diversos temas envolvendo o seu período como cartola do clube. Isso aconteceu depois que o conselheiro Guilherme Oliveira enviou uma carta ao Conselho da agremiação, pedindo que fosse instaurada uma comissão para analisar as dívidas da Raposa na gestão de Gilvan de Pinho Tavares e também na passagem Vicintin.

Além de esclarecer inúmeros pontos, Bruno ainda revelou que foi ameaçado de morte pelo novo homem forte do futebol da Raposa, Itair Machado, que atuará ao lado de Wagner Pires de Sá. Entre tantos assuntos abordados, Vicintin falou de um dos momentos mais agitados e conturbados dos bastidores de sua passagem pelo Cruzeiro: a saída de Paulo Bento do clube. O técnico português foi anunciado em 11 de maio de 2016 como novo treinador celeste, ocupando a vaga do demitido Deivid.

Na época, Bruno foi a Portugal acertar a chegada de Paulo Bento no Cruzeiro (Foto: Divulgação/Cruzeiro)
Vicintin e Scuro foram a Portugal contratar Bento (Foto: Divulgação/Cruzeiro)

Bento assinou contrato até o final de 2017, mas ficou pouco mais de dois meses no cargo. Ele comandou o Cruzeiro em 17 partidas, pelo Campeonato Brasileiro e pela Copa do Brasil. Vicintin, admitiu que os moldes do contrato foram um erro por parte dos dirigentes. Depois de sair, Bento continuou recebendo por uma cláusula no contrato.

“O Paulo Bento tinha um contrato europeu quando veio, esse pode ter sido um dos erros nossos. Na época estávamos muito pressionados e ele receberia mesmo demitido. Logo depois ele arrumou emprego no Olympiakos e o agente dele ligou para o Cruzeiro e disse assim: 'olha, ele vai pro Olympiakos, porém o salário na Grécia é muito mais baixo que no Brasil. Então ele só vai se o Cruzeiro pagar 50% do salário dele'. A gente não aceitou. Quem fez a negociação foi o Gilvan, não eu”,  disse.

Essa negativa em continuar pagando o salário integral de Paulo e a rápida recolocação do treinador no mercado, à época na Grécia, foi um bom negócio para o clube, na visão de Bruno. “No final, o Cruzeiro pagou 30% do salário dele e teve economia. Se for pensar no copo meio cheio, meio vazio, teve 70% de economia e 30% de prejuízo. Foi bom o Paulo Bento ter ido pro Olympiakos porque se não o Cruzeiro teria que pagar até o final” , finalizou.

O valor mensal completo do salário de Bento e de sua comissão técnica girava em torno de R$ 500 mil ao Cruzeiro na época.

O aproveitamento geral de Paulo Bento foi de 41,17% (Foto: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)
O aproveitamento geral de Paulo Bento foi de apenas 41,17% (Foto: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)
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Sobre o autor
Andrey Mattos
Apaixonado por esportes em geral. Repórter, colaborador na VAVEL e narrador