Não foi um ano agradável para o Figueirense. Do começo ao fim, uma grande decepção para o torcedor alvinegro que viu uma campanha fraca no campeonato estadual, eliminação rápida na Primeira Liga, na Copa do Brasil, Sul-Americana e o rebaixamento para a segunda divisão nacional. O que deveria ser um ano promissor para o Figueira, após o sufoco da temporada passada, acabou sendo pior do que se imaginava.

Mesmo trazendo algumas boas peças para o elenco e trazendo alguns nomes de destaques, entre eles o goleiro Gatito Fernández e o atacante Rafael Moura, o Figueirense tinha esperanças de ser um ano positivo, mas erros com os treinadores e falta de comprometimento de outros, culminaram em uma campanha desastrosa em todas as competições.

A tendência do Figueirense para o próximo ano é de uma reformulação rápida. Muitos dos jogadores dessa temporada, já estão de saída do clube. Entre eles, atletas que se esperavam muito, mas não vingaram, como Élvis, Rafael Silva, Pará e Dodô. Rafael Moura, que pertence ao Atlético Mineiro e estava emprestado, também não ficará.

Talvez o gosto pior para o torcedor do Figueirense é ter visto o clube ser rebaixado e o rival Avaí, ter voltado para a primeira divisão. Agora, o clube alvinegro terá que se preparar para uma temporada longa e difícil e manter o foco em voltar para a elite do futebol nacional. A concorrência não será fácil.

Melhor momento da temporada

É complicado dizer qual foi o melhor momento da temporada do Figueirense, visto que no Brasileirão, o clube fez uma campanha muito irregular. Pra se ter uma ideia, o Figueira não conseguiu três vitórias seguidas durante todo o campeonato nacional e passou toda o campeonato na parte de baixo da tabela.

É justo analisar que o melhor momento do Figueirense na temporada foi no Campeonato Catarinense, mas precisamente no segundo turno da competição, onde a equipe terminou na 2ª colocação com 17 pontos ganhos.

O lado ruim disso é que o Figueirense precisava ter ficado na primeira colocação para ir à final do estadual, e acabou não conseguindo. No primeiro turno, o Furacão terminou na 6ª colocação com 9 pontos.

O Figueirense conseguiu vencer vários jogos em sequência e alguns clássicos como contra o Criciúma e Avaí. Foi o melhor momento do clube alvinegro com Vinicius Eutrópio no comando técnico da equipe, mas que seria demitido no Campeonato Brasileiro.

Pior momento da temporada

Durante o Campeonato Brasileiro, o Figueirense viveu uma série de jogos sem vencer, principalmente no segundo turno, onde a torcida fez uma onda grande de apoio à equipe para incentivo com o intuito de tirar o Figueirense da situação ruim no Campeonato e consequentemente, se livrar do rebaixamento.

No entanto, a equipe comandada por Marquinhos Santos, oscilou bastante e perdeu pontos bobos jogando em casa, como por exemplo, para Palmeiras, América Mineiro e Botafogo. As derrapadas no Orlando Scarpelli faziam com que o torcedor, a cada rodada que passava, perdia um pouco de esperança.

Fora de casa, o time não rendia e sempre perdia a grande maioria dos jogos em casa. Ao chegar na 36ª rodada, o Figueirense foi goleado em Salvador pelo Vitória, sendo rebaixado matematicamente para a Série B.

Foi o pior momento do clube na temporada, que teve de jogar as duas últimas rodadas apostando em jogadores da base e também, com protestos da torcida pedindo a saída do presidente e de alguns jogadores, o clima no Figueirense foi ficando bem tenso.

A grande mudança de 2016 para 2017

O presidente do clube, Wilfredo Brillinguer anunciou que mudanças irão acontecer no Figueirense na próxima temporada. É claro que o maior objetivo do clube na próxima temporada, é retornar para a elite do futebol brasileiro o mais rápido possível, com isso, a primeira medida foi anunciar a permanência de Marquinhos Santos como treinador.

Além disso, Wilfredo garantiu que Branco, dirigente do clube, estará mais próximo ao superintendente de futebol Léo Franco e ajudará no que for preciso para anunciar boas contratações. Uma delas, já foi feita e agradou muito, que foi o atacante Bill, artilheiro da Série B com a camisa do Ceará, já assinou contrato com o Furacão para 2017.

Com uma nova realidade financeira, o perfil dos jogadores que serão trazidos é de que tenham mais vontade e comprometimento com a camisa do Figueirense. O primeiro objetivo é pensar em ficar entre os quatro primeiros colocados, para depois quem sabe, brigar pelo título nacional da competição.

Além de Bill, o Figueirense também já confirmou acerto com Elias, que estava no Brasil de Pelotas e do volante Juliano, que veio do Fortaleza. Outros jogadores estarão ainda por vir, pois a ideia é ter um time pronto antes da estreia no Catarinense.

O destaque

Vindo emprestado do Atlético Mineiro após a saída de Clayton, o atacante Rafael Moura foi o grande destaque do clube alvinegro nessa temporada. Participou de 40 jogos com a camisa do Figueirense e fez 14 gols. Era a principal arma do time nesse ano, mas que não foi o suficiente para tirar o time do rebaixamento.

O "He-Man", como é apelidado, até estava nos planos da diretoria do Figueirense para a próxima temporada, mas como pertencia a outro clube e o salário era bem alto, a saída do atleta era mais provável e foi confirmada nos últimos dias. 

A partida de maior destaque de Rafael Moura foi contra o Flamengo, pela Sul-Americana. A equipe catarinense venceu por 4 a 2 e Rafael Moura marcou três vezes na partida, sendo um deles, com um belo gol de cobertura. O atacante conquistou os olhos de muitos torcedores naquele dia. Infelizmente, no jogo da volta, o Figueira perdeu por 3 a 1 para os rubro-negros e foram eliminados da competição.

Pelo Campeonato Brasileiro, Rafael Moura marcou oito gols e chegou até a disputar a artilharia por uma época, mas não teve muito sucesso. Fato é que o "He-Man" deixará saudades para o torcida do Figueira.

A decepção

Vindo do Junior Barranquilla, Michael Ortega veio ao Figueirense para ser o camisa 10 do clube e a expectativa era de que o atleta colombiano fizesse sucesso pelo clube catarinense. Seria a contratação do ano do Figueirense e a maior aposta do clube.

O problema é que ele decepcionou. Ortega já não vinha demonstrando um bom futebol no Junior Barranquila, e queria recuperar isso no Figueirense, porém, não fez por merecer. 

O jogador só atuou 290 minutos com a camisa do Figueirense e quase não conseguiu oportunidades de ser titular. Ele não está nos planos da diretoria do Figueirense para a próxima temporada. Outros jogadores do Figueirense também não agradaram e se esperavam mais como o atacante Lins e o meia Carlos Alberto.

Os treinadores

Hudson Coutinho

O Figueirense começou o ano com um treinador já conhecido dentro do clube. Hudson Coutinho era auxiliar técnico do Figueirense e assumiu o cargo de treinador quando Renê Simões deixou o time no final de 2015.

Era uma aposta do Figueirense que tinha tudo pra dar certo, já que o mesmo tinha livrado o Figueira do rebaixamento em 2015, tornando se um "salvador" para o clube e visto com bons olhos pela direção. Esse foi o maior feito de Hudson em sua carreira como técnico, porém, infelizmente, o trabalho bom que se imaginava que ele poderia fazer, não aconteceu.

Com um início péssimo no Campeonato Estadual após 20 partidas, com seis vitórias, seis empates e oito derrotas, Hudson foi recolocado como auxiliar técnico do Figueirense e o clube teve de ir atrás de outro treinador as pressas para o restante da temporada.

Vinicius Eutrópio

Vinicius Eutrópio assumiu o Figueirense após ter sido demitido da Ponte Preta. Foi uma decisão arriscada do clube, pois Eutrópio vinha de um início muito ruim na Macaca e isso poderia ter uma influência grande no Figueira.

Mas no começo, as coisas foram dando certo. Vinicius Eutrópio pegou um time com desconfiança e fez ele reagir no Campeonato Catarinense, porém, não conseguiu a vaga para a decisão do estadual e teve que focar sua equipe para o Campeonato Brasileiro.

No início da Série A, Eutrópio fez força para conseguir resultados positivos e venceu jogos surpreendentes como contra São Paulo e Flamengo, jogando no Orlando Scarpelli, mas depois, uma série de resultados ruins começaram a vir e o treinador perdeu a equipe.

Com o Figueirense despencando na tabela, a diretoria decidiu demitir o treinador e procurar um novo nome, pensando em uma reação no campeonato nacional. Eutrópio ficou a frente do Figueirense por 30 jogos.

Argel Fucks

Depois da saída de Eutrópio, veio Argel Fucks. O nome que a torcida mais aprovava para o cargo de treinador do Figueirense, pois no ano anterior, o mesmo estava fazendo um bom trabalho no clube e saiu para treinar o Internacional. 

Era esperado que Argel repetisse o bom desempenho que teve frente a equipe como fez em 2015, mas isso não aconteceu. Em pouco menos de um mês, o treinador pediu demissão por não estar conseguindo bons resultados e após ser derrotado pelo Cruzeiro em casa, o mesmo preferiu seguir seu caminho em outro clube.

Existem boatos de que Argel se desentendeu com alguns dirigentes do Figueirense durante sua segunda passagem. O mesmo já não conseguia ter uma grande afinidade com o grupo de jogadores e sua demissão foi concretizada. 

Tuca Guimarães

O Figueirense deixou Tuca Guimarães, auxiliar técnico, como treinador interino enquanto pensava em um novo nome para assumir o clube. Nas quatro partidas que ficou como interino, Tuca fez o que ninguém imaginava e conseguiu fazer a equipe se desenvolver melhor em campo.

Foram quatro partidas como treinador interino, com duas vitórias e duas derrotas. Dessa forma, Tuca foi efetivado como treinador do Figueirense e era esperado que as coisas dessem certo no clube, mas nesse ano, nada deu certo no Furacão.

Depois de um empate melancólico de Tuca contra o América Mineiro jogando em casa e a perda de três pontos importantes, a pressão caiu em cima de Tuca Guimarães. A torcida já pedia a demissão do treinador, porém, o elenco fazia questão de pedir para que o treinador fosse mantido.

O problema é que Tuca não se segurou no cargo quando o diretor de futebol Cleber Giglio foi desligado do clube, e com isso, o treinador saiu junto. Os resultados ruins trazidos junto com a passagens dos dois também não ajudaram. Léo Franco assumiu a superintendência de futebol.

Marquinhos Santos

Faltando poucas rodadas para o fim da temporada e com chances altas de rebaixamento, o Figueirense tentou sua última cartada: Marquinhos Santos. Treinador já conhecido no futebol brasileiro, com passagens importantes pelo Coritiba e Bahia.

Marquinhos tinha acabado de levar o Fortaleza para a fase mata-mata da Série C e deixou o clube para assumir o Figueirense. Tentou de tudo para dar o máximo de aproveitamento à equipe, mas em 10 jogos à frente, conseguiu apenas 23% de aproveitamento, com apenas uma vitória, quatro empates e cinco derrotas.

Léo Franco afirmou que Marquinhos não teve culpa pelo rebaixamento do Figueirense e garantiu a permanência do treinador para a próxima temporada. Ele aceitou renovar seu contrato com o alvinegro.

O que esperar de 2017

Em 2017, a torcida espera um Figueirense um pouco mais aguerrido. Com algumas mudanças no departamento do futebol e uma oportunidade de Marquinhos Santos mostrar seu trabalho com um elenco mais forte, o clube quer chegar com boas chances de acesso para a Série A.

Um dos favoritos para conquistar uma vaga na Série A de 2018, o Figueirense monta um time novo e dispensa várias peças que não serviram para o clube no decorrer dessa temporada. Léo Franco tem a oportunidade clara de mostrar seu trabalho frente à direção de futebol.

Peças novas já estão sendo contratadas e a tendência é que o time não oscile. As metas do Figueirense nesse ano, além do acesso, é o título catarinense e boas campanhas na Primeira Liga e na Copa do Brasil. 

Muitos da imprensa já esperam um embate forte entre Figueirense, Internacional, Goiás, Criciúma, Ceará e outros clubes cotados à favoritos para o acesso, como bem provável para a próxima temporada e é para isso que o Furacão se prepara.