Após a vitória do Palmeiras e o tropeço do Santos, o Flamengo só dependia de si para confirmar a vaga no G-3 e não havia cenário melhor: mais de 35 mil pessoas no Maracanã contra o Coritiba, que acabara de garantir a permanência na primeira divisão em 2017 e não disputava mais nada. Com Gabriel titular e mantendo o 4-3-3, o Flamengo começou avassalador e com menos de dois minutos já abriu o placar: Diego tocou para Éverton que cruzou para o baiano pegar de primeira e abrir o placar. Depois disso,o rubro-negro seguiu em cima e criou outras chances para ampliar. 

Quando o Coritiba tinha seu melhor momento na partida, um contra-ataque mortal aconteceu aos vinte e quatro: Jorge lançou Éverton que novamente cruzou para Diego ampliar, 2 a 0. A partir disso, os paranaenses tiveram mais campo para atacar, pois os donos da casa esperavam mais um contra-golpe, e não conseguiram aproveitar. Até que aos quarenta, Guerrero tocou de calcanhar para Arão livre contra Wilson mas o volante chutou para grande defesa do goleiro paranaense. Esse lance mudaria a partida. Aos quarenta e dois, a defesa não afastou o escanteio, Kazim chutou no travessão e Amaral diminuiu, 2 a 1. Assim as equipes foram para o intervalo, com um saldo positivo no geral para a atuação rubro-negra.​

No segundo tempo, Zé Ricardo cometeu seu maior equívoco na partida. Não foi ao tirar Gabriel, que sentiu um desconforto muscular, mas sim ao colocar o argentino Mancuello e mudar o esquema para o 4-4-2, aclamado pela torcida nas redes sociais. Desde o primeiro minuto se percebeu que não daria certo. Sem o ponta pelo lado direito da defesa, o Coritiba cresceu pelo setor e passou a chegar com muito perigo, mais de uma vez. O rubro-negro só não levou o empate rapidamente pois contou com mais uma noite inspirada de Alex Muralha, que fez o que pôde para impedir o tento do Coxa.

Essa formação durou até a metade da segunda etapa. Com a impaciência da torcida aumentando, Zé primeiro fez uma mudança dentro do esquema para depois trocar novamente o esquema. Inverteu Mancuello e Arão, pois o argentino não deu a solidez defensiva que o treinador imaginava. Depois, colocou Fernandinho no lugar de Éverton, uma mudança que nem o próprio camisa 22 entendeu, e colocou Mancuello aberto na ponta visando ganhar a atitude que tinha no primeiro tempo.

Só que novamente contrariando os prognósticos da lógica, a mudança contestada fez com que a equipe voltasse a pressionar mais o Coritiba, mesmo ainda sofrendo com os contra-ataques da equipe comandada por Carpegiani, pelo lado direito de sua defesa.

Fernandinho perdeu uma ótima chance de matar o jogo após passe de Guerrero. E a tônica do jogo pareceu mesmo daquele velho ditado: "quem não faz, leva", e dessa vez foi com requintes de crueldade. Quando tudo encaminhava para a vitória que garantiria o G-3 para o Fla, Kléber recebeu com uma liberdade impressionante e chutou para empatar a partida e revoltar os rubro-negros presentes no Maracanã, 2 a 2. Fim do 'cheirinho de hepta' e além disso, o Flamengo segue sem vencer no retorno ao Maracanã, apontado como possível trunfo para levar o time ao título.

Na próxima rodada, os comandados de Zé Ricardo enfrentam o Santos no último jogo no Maraca. Vale a segunda posição, o fim da 'maldição' de não ter ganhado ainda na cidade do Rio em 2016 e valerá R$ 3 milhões a mais nos cofres do clube.