A saída de Zé Ricardo deixou um ponto de interrogação na cabeça dos torcedores do Flamengo. Não pela saída do treinador, mas por quem assumiria seu lugar. Na semifinal da Copa do Brasil, brigando pela Sul-Americana e por uma vaga no G-4 do Brasileirão, o rubro-negro se via no meio de uma crise que podia acabar com o ano da equipe.

Depois de sondar Roger Machado e receber sua negativa em relação a voltar a trabalhar em 2016, a direção do clube foi até o colombiano Reinaldo Rueda, campeão da última Libertadores com o Atlético Nacional-COL, que logo se mostrou animado em treinar o clube de maior torcida do país. Rueda chegou ao Flamengo após passar um período estudando na Alemanha, depois de não renovar com a equipe colombiana.

Início de trabalho aprovado, com classificação para a final da Copa do Brasil

A tarefa do treinador de 60 anos não seria nada fácil no início. Dentre os três primeiros jogos, estavam as duas partidas da semifinal da Copa do Brasil, contra o Botafogo. A ida, foi logo em sua estreia, e com apenas um treino com todos os jogadores disponíveis.

Porém, o Flamengo já mostrou ter dedos de Rueda na partida realizada no Nilton Santos. Cruzando menos bolas para a área adversária, e buscando atacar tocando a bola, o Rubro-Negro foi melhor mas a partida terminou empatada em 0 a 0.

A segunda partida foi pelo Brasileirão, contra o Atlético-GO e com equipe mista. A vitória por 2 a 0 mostrou mais uma característica de Rueda na equipe: saída de bola sem apelar para os chutões. Além disso, a tentativa em colocar Lucas Paquetá como falso camisa 9, deu certo e o jovem jogador foi um dos destaques da partida junto com Vinicius Jr, autor dos gols da vitória por 2 a 0, e o treinador ganhou mais uma peça para a reta final do ano.

Quatro dias depois, a partida de volta contra o Botafogo em um Maracanã lotado. Com Guerrero de volta, Reinaldo Rueda novamente armou bem a equipe em campo e, com merecimento, arrancou a classificação para a final da Copa do Brasil na vitória por 1 a 0, golaço de Diego após uma jogada mágica de Berrío, velho conhecido do treinador nos tempos do Atlético Nacional. 

No fim de semana, o Rubro-Negro recebeu o Atlético-PR em duelo direto pela vaga no G-6. Na melhor atuação da equipe sob comando do treinador colombiano, o Fla ganhou por 2 a 0 com autoridade, do início ao fim. Em quatro jogos, foram cinco gols feitos e nenhum sofrido, um dos problemas do time no fim do trabalho de Zé Ricardo. Rueda, como é tradição da torcida rubro-negra, já estava sendo chamado de mágico e já era endeusado pelos torcedores.

Um lance dessa partida contribuiu para a louvação ao técnico: no fim do primeiro tempo, a equipe carioca tocou a bola por quase três minutos. Foram quase 50 toques na bola, algo que a torcida não via há algum tempo:

 

Na Colômbia, um título de Copa na carreira de Rueda

Não será a primeira final de Copa nacional que Reinaldo Rueda participará na carreira como treinador. Porém, quando chegou ao Atlético Nacional, a primeira experiência foi ruim. Nas oitavas de final da Copa Colômbia de 2015, os comandados de Rueda foram eliminados pelo Junior Barranquilla, vencendo a primeira partida por1 a 0, mas sendo derrotado na volta por 2 a 0. 

No ano seguinte, com o plantel que seria campeão da Libertadores e chegaria à final da Sul-Americana, o Atlético Nacional de Rueda se sagrou campeão. Porém, o caminho não foi fácil. Novamente entrando nas oitavas de final, a equipe de Medellín enfrentou o Real Cartagena, e se classificou no sufoco, após perder por 2 a 1 na ida, e ganhar por 2 a 0 na volta.

Na fase seguinte, enfrentou o Patriotas e teve um pouco mais de facilidade na partida de ida quando ganhou por 3 a 0, e na volta, perdeu por 2 a 1, mas não teve problemas para avançar às semifinais. Na semi, o clássico contra o Independiente Santa Fé foi equilibrado somente na partida de onde, onde houve o empate em Medellín por 1 a 1. Na volta, comandado por Borja e Berrío, o Atlético Nacional não tomou conhecimento e goleou por 4 a 1, carimbado a vaga na final da competição. 

Na decisão, o adversário foi o Junior Barranquilla, algoz do ano anterior. Mas dessa vez, os tubarões não foram páreos para os Verdolagas, e os comandados de Rueda venceram os dois jogos, 2 a 1 e 1 a 0, conquistando o terceiro título da equipe na Copa Colômbia.  

VAVEL Logo
Sobre o autor