Foi o ano mais difícil da carreira de Abel Braga, dito pelo próprio treinador em diversas coletivas. Na tarde desta segunda-feira (20), após a vitória por 2 a 0 contra a Ponte Preta, finalmente veio o alívio: o Fluminense está matematicamente livre do rebaixamento. E após temporada de altos, baixos, vaias e comemorações, o treinador lembrou dos jogadores e afirmou que poderá dormir tranquilo pela primeira vez no ano.

“Não posso explicar tudo que se passou. Tenho que comemorar. Talvez venha a ser primeira noite que eu possa dormir bem depois do jogo contra Coritiba. Muito se fala sobre Xerém, mas se não fossem esses caras cascudos, Lucas, Cavalieri, Henrique, Gum, Dourado... a coisa não ia não. Eles tiveram que abraçar uma causa que é desproporcional"

Sobre a permanência para 2018, Abel não garantiu que fica. Mas também não declarou se está de saída. A posição é firme: irá conversar com o presidente após o término da temporada para definir a situação. O desejo do treinador é não repetir os erros desta temporada.

"Não (posso garantir). Tenho contrato. Mas vou sentar e conversar com o presidente. Ele sempre foi muito verdadeiro e sei que não vai faltar com a verdade. Não podemos, no próximo ano, passar as mesmas dificuldades que passamos nesse ano. Eu quero ficar. Existe uma identidade muito forte. Se eu assinei um contrato de dois anos é porque quero cumprir. Não é o torcedor que vai garantir. Quem vai garantir é o presidente do clube"

FOTO NELSON PEREZ/FLUMINENSE F.C.
FOTO NELSON PEREZ/FLUMINENSE F.C.

Confira outros trechos da coletiva de Abel Braga: 

Vaias: "Entendo perfeitamente o lado do torcedor. Não me julgo capacitado se atitude é positiva ou negativa. Torcedor veio ao jogo, nos ajudou a conseguir um bom resultado”.

Lesão de Marquinho: "Equipe entrou em campo soando, não é suando, transpirando não. Cada atleta teve em campo o espírito do Marquinho. Nunca vi aquilo. A rótula subiu para coxa, médico botou para o lugar e ele berrando. Ligamento cruzado. Foi a décima cirurgia. De janeiro a dezembro, é uma por mês quase"

Dourado: "O Dourado teve o gol três vezes. Em todas, ele limpou o lance. Eu fiquei desesperado porque a bola não entrou. Como era quando o Dourado pegava a bola no passado? E hoje, como o Fluminense tem que ter, é o maior ídolo. E ele não representa só isso. É muito mais que titular e artilheiro do campeonato."

Dourado e Michael: “Nós fizemos de tudo, tudo que você possa imaginar pelo Michael. Fiz ele chorar na frente do grupo, para ver se isso mexia com ele. Perder para as drogas? Aquilo mexeu com ele, ficou treinando, ganhou sete quilos. E depois sumiu de vez. E quando ele sumiu, o Dourado levou ele em casa. E mostrou um diário que nem a esposa dele tinha visto. Então não preciso contar o que ele representa para o grupo. Adorado, muito adorado por todos. Sempre disponível. Ele é isso tudo que te falei”

Matheus Alessandro entre os titulares: “Vai ter. Assim como o Calazans talvez tivesse, se continuasse na equipe. O Alessandro tem correspondido. É leve, folgado. Quem sabe a gente não comece com ele no sábado. Há essa possibilidade”