O Fluminense está livre da Série B do Campeonato Brasileiro em 2018. A equipe tricolor bateu a Ponte Preta por 2 a 0, no Maracanã, na tarde desta segunda-feira (20), com gols de Douglas Henrique Dourado. Mas a primeira dúvida para 2018 gira em torno de Abel Braga. Sobre a permanência, o treinador não garantiu que fica. A posição é firme: irá conversar com o presidente após o término da temporada para definir a situação. O desejo do treinador é não repetir os erros desta temporada.

"Não (posso garantir). Tenho contrato. Mas vou sentar e conversar com o presidente. Ele sempre foi muito verdadeiro e sei que não vai faltar com a verdade. Não podemos, no próximo ano, passar as mesmas dificuldades que passamos nesse ano. Eu quero ficar. Existe uma identidade muito forte. Se eu assinei um contrato de dois anos é porque quero cumprir. Não é o torcedor que vai garantir. Quem vai garantir é o presidente do clube"

Autor do gol que trouxe o maior alívio, Henrique Dourado foi alvo de elogios por parte de Abel. No momento que o artilheiro marcou o segundo gol, Pedro estava na beira do gramado para entrar em campo no lugar do camisa 9. Ao colocar a bola nas redes, o Ceifador foi as lágrimas, foi abraçado por todos os jogadores e saiu ovacionado pela torcida.

"Dourado teve o gol três vezes, e em todos os três ele limpou o lance. Fiquei desesperado porque a bola não entrou. Mas olha como o Dourado pegava a bola ano passado (com vaias), e olha hoje como está. Dourado é muito mais que um jogador titular, artilheiro do campeonato. Vou citar um exemplo: o Michael (jovem ex-centroavante tricolor) cansou de almoçar na minha casa. Nós fizemos de tudo, tudo que pode pensar. Quando vi que não ia conseguir, eu fiz ele chorar na frente de todos. Vai perder pra droga? Vai perder pro pó? A namorada dele estava gravida. Quando ele sumiu, sumiu de vez, o Dourado pegou e levou ele pra casa. Pra você ver a importância dele. Eu não preciso falar do caráter que ele representa no grupo", finalizou.

Confira outros trechos da coletiva de Abel Braga: 

Vaias: "Entendo perfeitamente o lado do torcedor. Não me julgo capacitado se atitude é positiva ou negativa. Torcedor veio ao jogo, nos ajudou a conseguir um bom resultado”.

Lesão de Marquinho: "Equipe entrou em campo soando, não é suando, transpirando não. Cada atleta teve em campo o espírito do Marquinho. Nunca vi aquilo. A rótula subiu para coxa, médico botou para o lugar e ele berrando. Ligamento cruzado. Foi a décima cirurgia. De janeiro a dezembro, é uma por mês quase"

Dourado: "O Dourado teve o gol três vezes. Em todas, ele limpou o lance. Eu fiquei desesperado porque a bola não entrou. Como era quando o Dourado pegava a bola no passado? E hoje, como o Fluminense tem que ter, é o maior ídolo. E ele não representa só isso. É muito mais que titular e artilheiro do campeonato."

Dourado e Michael: “Nós fizemos de tudo, tudo que você possa imaginar pelo Michael. Fiz ele chorar na frente do grupo, para ver se isso mexia com ele. Perder para as drogas? Aquilo mexeu com ele, ficou treinando, ganhou sete quilos. E depois sumiu de vez. E quando ele sumiu, o Dourado levou ele em casa. E mostrou um diário que nem a esposa dele tinha visto. Então não preciso contar o que ele representa para o grupo. Adorado, muito adorado por todos. Sempre disponível. Ele é isso tudo que te falei”

Matheus Alessandro entre os titulares: “Vai ter. Assim como o Calazans talvez tivesse, se continuasse na equipe. O Alessandro tem correspondido. É leve, folgado. Quem sabe a gente não comece com ele no sábado. Há essa possibilidade”