Com contrato até dezembro de 2018, Abel Braga tem sido o grande nome deste final de ano no Fluminense. Cobiçado pelo Internacional e desejado pelo Palmeiras, que acertou com Roger Machado, o treinador vive um dilema: fica ou não para a próxima temporada?Nesta sexta-feira (24), tratou de tranquilizar o torcedor dizendo que está onde gosta, mas conversará com o presidente para resolver todas as questões.

"Minha relação com o presidente é boa. O torcedor pode ficar tranquilo: estou onde gosto. Eu sei o que o torcedor pensa, o que ele quer. Acho que a gente vai chegar. Aquilo que eu escutar, tomara que agrade. Vou propor duas ou três ideias que poderão nos dar um “plus”. Isso é importante ao próximo ano", disse o treinador.

No entanto, sua permanência gira em torno dos pedidos que fará ao presidente Pedro Abad. Na pauta, as dificuldades de 2017 que não podem se repetir para a próxima temporada. A reunião será marcada em breve, mas, até lá, o desejo do treinador é tentar todas as possibilidades.

"Se for como 2017 ou com dificuldades maiores, aí é complicado. Eu tentei fazer de tudo um pouco. Não espero ouvir sobre investimento. Até porque o clube não tem condições. Precisa é vender. Mas se tem outras possibilidades de se conseguir jogador. Precisamos dar uma encorpada (no time). Pois existem situações e jogos diferentes. Neste campeonato, a gente teve quatro vezes para dar o salto. E não conseguimos. Pesou"

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2018: O que passa na minha cabeça é que quero cumprir o contrato. Eu nunca rompi contrato na minha carreira, só quando fui despedido, que, aliás, foram poucas vezes. Entrei em contato com o presidente, vamos conversar. As pessoas têm de entender que não vou fazer nenhum tipo de exigência. Primeiro, estou em clube que gosto, com contrato em vigor. Estou na minha cidade. Isso tem um peso. O que quero saber é o que vai acontecer no ano que vem, entende? Colocarei algumas ideias que tenho e quero escutar o que o presidente vai falar. Não tem exigência para ficar. Eu tenho contrato. Realmente, entrei sabendo como seria. Mas não dava para imaginar a dimensão e a proporção das dificuldades. Isso imperou no ano.

Abad: O que eu vou falar é que sou funcionário, tenho contrato em vigor e espero cumpri-lo. No jogo contra o Corinthians, falei ao presidente que precisávamos sentar para conversar. Nunca ficou ventilada a possibilidade de eu sair. O presidente é verdadeiro. Se for como 2017 ou com dificuldades maiores, aí é complicado. Eu tentei fazer de tudo um pouco. Neste ano, a gente teve muita dificuldade e também muita ajuda. De todos. Grupo, comissão, funcionários e jogadores. E terminamos o ano bem. Poderia ser negativo, algo que marcaria a carreira de todos. Por isso não acredito que o que eu vá escutar seja ruim.

Rivais: O Botafogo manteve uma base. O Flamengo tem bom time, não precisa nem discutir o plantel. Vasco teve acréscimo com Wagner, Nene e Anderson Martins. Tudo isso contribuiu. Esse ano fomos o patinho feio. Não reclamo pois ninguém viveu o que a gente viveu. Chegamos a começar jogo com 8 garotos da base, tivemos 7 cururgias.

Conversa: A gente vai falar, já conversamos de marcar. Pode ser hoje, amanhã, terça ou em Goiânia. Mas vamos falar. As equipes já estão se movimentando. As que estão no topo contrataram e aquelas que não se movimentaram são as que brigam por rebaixamento. O tempo vai ser curto pois os campeonatos começam antecipados. Aqui no Rio é no dia 18. Nós vamos chegar dos EUA da pré-temporada no dia 16. Domingo tem clássico contra o Botafogo. É uma situação que temos de correr. Vamos ter quatro dias aqui de treino antes de ir aos EUA. Então, tem de ter de 80% a 85% do grupo formado.

Ofertas: Isso não é comigo. É com o Fabio. E ele sabe que eu não converso com nenhum time antes de resolver a minha situação no Fluminense. Se alguém ligou para ele, ele sabe que o meu desejo é ficar onde estou. Tenho objetivo de não só de ganhar título. Até pela gratidão ao clube, quero colocar meu nome na história como segundo treinador com mais jogos. Seria fantástico. E é só a terceira passagem. No Inter, por exemplo, tive seis. Seria incrível. Os caras não brigam pela artilharia, então, eu brigo por esse número.

Elenco: Não espero ouvir sobre investimento. Até porque o clube não tem condições. Precisa é vender. Mas se tem outras possibilidades de se conseguir jogador. É isso que vamos conversar. Vou dizer o que penso. Precisamos de uma segurança maior.

Richarlison: É quase como se fosse um filho. No jogo contra o Coritiba, ele me trouxe uma camisa autografada. Infelizmente, a necessidade fez o garoto sair. Eu tenho convicção plena é que ele fez um caminho que normalmente ninguém faz. Tem o Gabigol, o Wndel que dizem que vão emprestar. Richarlison chegou no futebol mais competitivo e já jogo. Se ele não passar por essa janela, vai triplicar. Vai a 120 milhões. E, se passar, chega a 150 milhões. Ele é agressivo, se adapta e é jovem. Ele é forte e não se lesiona.

Sport: Podemos chegar lá e perder para o Sport, mas nós vamos fortes. Queremos melhorar a nossa pontuação. A equipe vai mais leve, sem o peso. Tem terceiros no campeonato que dependem desse resultado. Tenho carinho pela Ponte, tem o Vitória, o Coritiba, o Avaí. Não tem a mínima possibilidade de facilitar em nada. Vamos para o jogo como se fosse uma guerra. É assim que o Sport encara o jogo. Nós não podemos ir de estilingue, e os caras de canhão.

Scarpa: Ele teve uma lesão que não é normal. Ficou esses 80 dias fora. Ele gosta do clube, gosta de aprender, não machuca. Vocês precisam ver a atenção que ele tem nas palestras. É o jogador que todo o treinador gosta de ter. Ele pode ser considerado experiente pelo tempo que tem no time.