O Fluminense virou a chave e deu o pontapé inicial para a temporada 2018. Buscando a reformulação administrativa, o clube apresentou dois novos nomes para o departamento nesta quinta-feira (21), em Laranjeiras: Paulo Autuori assume como diretor executivo e Fabiano Camargo para vice de futebol. Os novos mandatários ocupam os cargos deixados por Alexandre Torres e Fernando Veiga, respectivamente, que deixaram o clube no segundo semestre.

Pedro Abad é o principal responsável por tocar as mudanças pois, devido ao estatuto do clube, o presidente tinha até o início de janeiro para anunciar um novo nome para a pasta. "Dia bastante importante, apresentação oficial de nosso diretor esportivo de futebol profissional. Autuori na direção, Abel dentro do campo, já é o começo de 2018 para a gente", declarou o presidente.

Ex-treinador, Autuori era o plano A da diretoria para substituir Alexandre Torres, que deixou o cargo de gerente de futebol após o término do Campeonato Brasileiro. A alta pedida salarial do novo dirigente fez a negociação esfriar inicialmente, mas, após redução, houve acerto. René Simões e Ricardo Gomes também foram procurados para o cargo. 

"Uma satisfação e orgulho poder estar vinculado a um clube da excelência e história do Fluminense. O que me fez vir para cá? Simples e objetivo: já há algum momento da minha vida profissional, gosto de estar ao lado de pessoas sérias, transparentes e com ideias. Desde que estive de frente com Pedro Abad e Marcus Vinicius, senti isso", aspas Autuori.

Já Fabiano Camargo assume o cargo que estava vago desde a saída de Fernando Veiga, exonerado do clube após ter um áudio vazado. O nome de Carlos Alberto Parreira foi o primeiro a ser procurado, mas o ex-treinador recusou por não ter disponibilidade de se dedicar integralmente ao cargo. Coube a Pedro Abad ocupar o cargo de presidente e vice de futebol até dezembro.

Outro nome anunciado recentemente para compôr a diretoria foi o de Miguel Pachá, para o cargo de Interesses Legais (Jurídico). Fabiano Camargo está em seu terceiro mandato como conselheiro e é conhecido na Flusócio, grupo político do Fluminense. É membro integrante do Comitê de Representação, responsável por fazer a comunicação entre diretoria, conselho e Esportes Olímpicos.

Paulo Autuori trabalhou como dirigente no Atlético-PR em 2017. Assumiu o cargo de coordenador metodológico antes de deixar o clube após o Campeonato Brasileiro. Aos 61 anos, participará da estruturação do elenco para 2018, assim como do alinhamento das categorias de base do Fluminense ao time profissional. 

Confira trechos da coletiva

Situação financeira

A crise financeira não tem a ver somente com o Fluminense e futebol brasileiro. Tem a ver muito com nosso país. Não consigo analisar qualquer tipo de situação sem o lado antropológico. Só há uma maneira de sair desse ciclo vicioso que é o futebol brasileiro.

Política de contratações

É um populismo tremendo. Dirigentes entram com boa vontade, resultado dentro do campo não aparece, há pressão da imprensa e torcida, eles se envergam a isso e fazem contratações acima do poderio financeiro. Como se para com isso: com coragem, transparência, ideias coletivas, pensando na instituição como um todo.

Autonomia

Minha maneira de ser, minha personalidade não me permite decidir tomadas de decisões isoladas. Sou um homem de equipe, sempre fui. Não é a primeira vez que estou nessa função. Já trabalhei como gestor técnico em outra instituição. Quero deixar claro que não sou diretor executivo.

Relação com Abel

Mais do que títulos, o Abel é um campeão da vida. Por isso, tenho orgulho e satisfação de estar do lado dele. Posso ter muitos títulos, muitas faixas de campeão que possa me fazer curvar, mas nada é mais significativo do que ser um campeão da vida. Isso transcende o futebol. Mais do que isso, tenho uma amizade com Abel há muito tempo.

Situação de Scarpa

O objetivo é entender que o clube tem de ter grandes jogadores. E a pretensão dos outros clubes pelo Scarpa mostra o valor dele. A negociação serei responsável pela criação do perfil do jogador que interessa ao clube. O objetivo é ter uma equipe competitiva. Temos muita coisa a pensar.

Comparação com o Botafogo de 1995

Pelo tempo de carreira que tenho, não sei qual é o maior desafio. Digo sempre que é o próximo. É impossível comparar momentos, circunstâncias e épocas distintas. Mas é um grande desafio sim.

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