Henrique Dourado - ou, Ceifador, como é apelidado -. Seja qual for a denominação, certamente o camisa 9 foi bastante falado durante o ano de 2017. Da água para o vinho, do céu ao inferno, ou, metaforicamente, do cobre ao ouro. Assim, pode ser resumido a passagem do centro avante até então no Fluminense.

Há um pouco mais de um ano, Henrique Dourado vestiu, pela primeira vez, o uniforme tricolor. Seu início foi extremamente difícil. Dourado chegou ao Flu após boa passagem por Portugal. Pela Liga Portuguesa, o atacante marcou 12 vezes em 28 jogos, tendo uma média de 0,47 gol por jogo. Os números eram bons e o Tricolor precisava de um novo centro avante. Então, por quê Dourado foi tão questionado?

Sem férias, o atacante chegou ao Flu pronto para mostrar serviço. No entanto, o valor de sua contratação (R$ 6,6 milhões), a sombra de Fred – ídolo tricolor que acertou com o Atlético-MG em 2016 – e o ano ruim do Fluminense, que sofria com a escassez de gols colocaram o atacante sob a mira de críticas e questionamentos da torcida tricolor. Mas, 2017 reservaria alegrias ao torcedor e a Henrique Dourado.

O retorno de Henrique Dourado: após 2016 ruim, atacante é artilheiro do Flu na Taça Guanabara 

Ano novo e vida nova para o atacante tricolor. Henrique Dourado viu, em 2017, as críticas darem lugar a elogios. O Fluminense reforçou seu meio de campo com os equatorianos Orejuela e Sornoza. Ao lado, p camisa 10 Gustavo Scarpa, ditando o ritmo tricolor e, assim, tornando a vida de Henrique Dourado mais fácil na pequena área.  E, os números comprovaram. Dourado foi o artilheiro do Flu na Taça Guanabara, na qual o Tricolor sagrou-se campeão. Autor de 5 gols, o atacante teve média de um gol por partida. Em todo o Campeonato Carioca, Dourado seis vezes em 11 jogos, obtendo média de 0,55 gol por jogo. O Estadual foi apenas um presságio do ano “dourado” que viria para o centro avante. O camisa 9 caiu nas graças da torcida tricolor.

Com os gols, Henrique Dourado passa a ganhar carinho dos Tricolores (Lucas Merçon / FluminenseFC)

Um ano de Henrique Dourado: dos questionamentos aos braços do tricolor

Exatos 365 dias depois de sua contratação, as críticas a Dourado deram lugar aos elogios. Em agosto deste ano, Henrique Dourado chegou à marca de 26 gols. O feito fez com que o atacante chegasse à sua principal temporada em toda a carreira. Com tantos gols, a “ceifada” (tradicional comemoração do atacante) caiu nas graças da torcida. Era comum se ver no Maracanã crianças, jovens e adultos imitando o jogador. Assim, o Fluminense, atento ao mercado, tornou o gesto uma ação de marketing em suas redes sociais. Foram diversos vídeos enviados por tricolores repetindo a comemoração do atacante.

Em agosto, Henrique Dourado chegou à marca de 26 gols (Imagem: VAVEL Brasil)

Em meados de agosto, a torcida, enfim, parecia perceber que parte das críticas feitas ao atacante eram equivocadas. O atacante chegou ao clube após boa temporada em Portugal, mas, vivia sob a sombra de Fred, um dos principais artilheiros da história do Tricolor Carioca e ídolo da torcida do clube das Laranjeiras.  Naturalmente, o desempenho em 2016 foi abaixo do esperado: apenas dois gols em 14 jogos. Entretanto, em setembro de 2017 Dourado chegou aos 30 gols convertidos, superando seis das sete temporadas de Fred, ex atacante tricolor.

Em setembro, o atacante ultrapassou Fred em seis das sete temporadas no Tricolor (Imagem: VAVEL Brasil)

Henrique Dourado só não superou o artilheiro na temporada de 2011 por dois gols. O atual camisa 9 das Laranjeiras terminou a temporada com 32 gols marcados em 59 jogos, tendo uma média de 0,54 gol por jogo.

A consagração: Henrique Dourado termina a temporada como artilheiro do Brasileirão

Se não bastasse bater as marcas pessoais e o sucesso com a torcida do Fluminense, Henrique Dourado encerrou seu “ano de ouro” com a artilharia do Campeonato Brasileiro. Dourado marcou 18 dos 32 gols do ano durante o Brasileirão, terminando como artilheiro empatado com o atacante Jô, do Corinthians. O camisa 9 do Fluminense tornou-se o quarto jogador da história do clube a conquistar a artilharia nacional.

2017 foi, sem dúvidas, o ano da redenção de Henrique Dourado no Tricolor Carioca. Ceifador, “rei dos pênaltis”, artilheiro. Seja qual for a denominação, o camisa 9 do Fluminense foi uma peça fundamental na equipe de Abel Braga e já deixou seu nome marcado na história do clube das Laranjeiras. 


Com 18 gols, Henrique Dourado foi o artilheiro do Brasileirão (Foto: Divulgação/CBF)