O Grêmio atualmente possui um jogador diferente dos demais. O meia Douglas vem jogo após jogo demonstrando sua qualidade técnica e sua personalidade forte dentro de campo, logo, o perfil despojado do jogador lembra a velha guarda do futebol brasileiro. Atualmente, o camisa 10 tricolor é titular incontestável da equipe, caracteriza-se por ser a mente pensante do time responsável pela criação de jogadas.

Contudo, a história no tricolor gaúcho nem sempre foi fácil para o jogador. Antes muito contestado devido à postura desinteressada nos jogos e sem preocupação alguma para com a sistemática organizacional da equipe, resumia-se à um atleta capacitado tecnicamente falando que de nada acrescentava na postura tática do time.

Em sua primeira passagem em 2010, o meia tinha grandes atuações, demostrando toda sua qualidade técnica que sempre prevalecia nas avaliações do jogador. A questão a ser discutida sobre o Douglas sempre foi a postura que o mesmo assumia dentro de campo em relação ao comprometimento para com o time. A torcida do Grêmio sempre cobrou uma dedicação maior de seus jogadores, sempre cobrou garra, força e raça, o que sempre pesou negativamente para Douglas, o meia jamais caracterizou-se por sua dedicação dentro de campo, jamais teve tal comportamento e característica em sua carreira.

Quando o técnico Luiz Felipe Scolari solicitou a contratação do jogador em 2014, uma nuvem negra de críticas negativas formou-se em relação à contratação de naquele momento um jogador fora da ideal forma física, que apresentava descomprometimento para com o time e clube em que estava e a postura anti-profissional que levava fora dos gramados, consumindo de forma abusiva bebida alcólica e cigarros. De fato o panorama que se apresentava era de um tiro no pé, uma contratação errada por parte da direção que estava sendo feita em decorrência de ser um pedido de um dos maiores ídolos da história do Grêmio: Felipão.

Foto: Lucas Uebel
Grêmio

Após a chegada do meia, o panorama apresentado confirmou-se: o jogador não conseguia demonstrar boas atuações. A qualidade técnica não era suficiente para tirar de Douglas a mascara de um jogador descomprometido e desinteressado no qual se encontrava em um mundo pararelo dentro de campo. Fato que o primeiro semestre de 2015 do Grêmio com Felipão foi desastroso, acentuando ainda mais os defeitos do jogador que por pouco não deixou Porto Alegre naquele momento.

Após a saída de Felipão e a chegada de Roger Machado para assumir o comando técnico do Grêmio, Douglas acabou recebendo uma atenção especial do treinador e a assim tornando-se um dos valores individuais que mais cresceram. Roger tirou a responsabilidade do jogador de ter de desempenhar uma função de marcação mais intensa, desde sua chegada Roger sempre esclareceu que o camisa 10 ficaria mais à frente somente cercando a saída de bola do time adversário e assim, o desgaste físico do jogador iria se diminuir para poder tirar o máximo de qualidade existente do mesmo.

Depois disso, Douglas deixou de ser um simples jogador para se tornar o maestro tricolor, o camisa 10 cerebral do time gaúcho e que além de pifar seus companheiros com passes gênias, marcava lá seus gols. Além das atuações luxuosas do jogador, o mesmo foi o que mais jogou com a camisa tricolor nas temporadas de 2015 e 2016, provando que apesar do porte físico ser divergente do que é considerado ideal para o padrão do futebol, o jogador pode sim atingir uma plenitude em seu desempenho.

Logo, se não bastasse a evolução técnica do meia, a postura que o mesmo apresentava alterou-se, o jogador permanece despojado, com um perfil debochado que na atual boa fase é sinônimo de idolatria de milhares de gremistas, mas a tão esperada dedicação e vontade de defender este clube vem sim sendo mostrada pelo jogador, mixando qualidade e dedicação para tornar-lhe um dos principais jogadores do futebol brasileiro atualmente.

Fato é que Douglas vem fazendo a diferença no Grêmio, o time é muito dependente do jogador, a nação gremista agradece por ter um dos últimos camisas 10 clássicos do futebol em seu time, com técnica e irreverência, Douglas, esse é o nome do maestro tricolor.

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