Um dos poucos gaúchos da equipe. Um dos jovens que vieram em negociações com o Juventude, de Caxias do Sul, e permaneceram no Grêmio. Este é Ramiro, aos 22 anos, novamente titular no time gremista e primordial na campanha da Copa do Brasil 2016. Chegando a quatro temporadas com a camisa gremista, o ápice da carreira veio através de titularidade, gol importante e desempenho a ser lembrado na competição de mata-mata. Entre as mudanças observadas com a troca do técnico Roger Machado por Renato Portaluppi, a entrada de Ramiro está entre os destaques.

Renato Gaúcho havia contado com o volante em outra oportunidade, quando treinou o time do Grêmio em 2013. Na ocasião, Renato montou o time com três volantes, tinha pouca ligação pelo meio, mas apostava na chegada na frente com o chileno Eduardo Vargas, com o argentino Hernán Barcos e Kléber Gladiador. Assim ocorreu boa parte da campanha para o vice-campeonato brasileiro, torneio conquistado com sobras pelo Cruzeiro. Os três volantes gremistas eram o ex-são paulino Souza, o paraguaio de seleção Cristian Riveros e Ramiro.

Constantemente contestado, Ramiro perdeu espaços na titularidade gremista, oscilando altos e baixos nesses três anos completos de Grêmio. Nunca foi unanmidade da torcida, que já o quis fora da equipe algumas vezes. O futebol exige paciência. Ramiro demonstrou insuficiência técnica em alguns momentos, ficou no banco, voltava ao time em lesões dos titulares ou cavando espaços por alguma regularidade nas atuações. Em 2013, foram 40 jogos disputados e em 2014 atuou quase sempre, em 54 partidas.

Com Felipão e Roger Machado, Ramiro ficou um bom tempo no banco em 2015, jogando apenas 13 vezes. O retorno a 2016 foi de muita oscilação, bons momentos, mas também críticas. Na Libertadores e no Campeonato Gaúcho do presente ano, Ramiro ganhou oportunidade na lateral-direita. O contratado Wallace Oliveira não dava conta, mostrou baixo nível técnico e o volante tomou a posição da beirada do campo, não comprometendo a defesa. Com a contratação de Edilson para cumprir a lateral no segundo semestre, Ramiro voltava à posição de volante, mas criticado. Uma expulsão diante do Fluminense, quando teria ofendido o árbitro ainda no primeiro tempo, escrachou o mau momento. O torcedor não concordava com modificações envolvendo ele no tempo de Roger Machado.

Após a saída do técnico Roger, Renato Gaúcho assumiu o Grêmio e voltou a bancar Ramiro na titularidade. Lembrando o baixinho como jogador de confiança, Renato o escalou pelo lado direito do campo, em papel de forte recomposição e exploração de algumas jogadas para fundo de campo. Ramiro busca não comprometer o passe e dar forte combate e apoio na marcação. Pode não ser um craque na equipe, cometer erros, mas Renato lhe dá confiança na equipe. A armação com Portaluppi traz Walace de primeiro volante, com o capitão Maicon, Ramiro do lado direito, Douglas em movimentação pelo meio e Pedro Rocha aberto na esquerda. Luan completa a escalação, em papel de criação, embora apagado no final de ano.

Ramiro participou de dois belos gols gremistas sob o comando de Renato. Em um deles, contra o Palmeiras, abriu caminho para vitória gremista na Copa do Brasil, na ida das quartas. Luan toca para Douglas, o camisa 10 sabe que tem Ramiro ao lado, manda no ex-jogador do Juventude e este acerta um chute no ângulo do goleiro Jailson para vitória gremista. Contra outro paulista, o São Paulo, no Morumbi, a jogada se repete entre Luan, Douglas e Ramiro e novamente o coringa de lateral, volante e agora apoiador do lado direito, entra na área e chuta cruzado, rasteiro, para marcar mais um gol.

Não esquecido e importante com Renato Gaúcho, Ramiro venceu as críticas no final do ano para garantir-se em mais um momento especial na história tricolor. Gaúcho como Marcelo Grohe e Pedro Rocha, essencial na campanha como os demais componentes do grupo.